A verdade e os mitos acerca dos prazos de validade dos alimentos

E se o prazo já estiver ultrapassado? O produto vai para o lixo, certo? Talvez não. Há dois tipos de prazos de validade – e um deles não implica ter de deitar os produtos fora.

A verdade e os mitos acerca dos prazos de validade dos alimentos

Aberta a porta do frigorífico, lança-se um olhar desconfiado à tampa do iogurte, à caixa dos ovos ou ao fiambre embalado. Já passaram alguns dias desde o fim do prazo de validade. Comer ou não comer, eis a indecisão.

Resposta possível: arriscar e "seja o que Deus quiser". Mas uma coisa é certa: o produtor só se responsabiliza por uma eventual intoxicação alimentar até ao dia marcado no rótulo da embalagem. Dessa data em diante, a responsabilidade é nossa. E é grande.

Ao deitar fora comida, também contribuímos para o aumento do desperdício alimentar.

Os números da FAO, organismo da ONU para a Agricultura e a Alimentação, convidam à reflexão: 1,3 mil milhões de toneladas de comida no mundo vão, a cada ano, para o lixo. As condições inadequadas de armazenamento e transporte, a adoção de prazos de validade curtos e as promoções encorajadoras de compras em excesso são os principais motivos de desperdício.

 

Solução, procura-se

Prolongar os prazos de validade não reduz, por si só, as perdas alimentares, deve-se estar atento às promoções, mas sem excessos, porque, depois, poupamos por um lado, para desperdiçarmos por outro.

Para que as compras inteligentes funcionem, é necessário saber distinguir entre data de durabilidade mínima:

  • Prazo limite de consumo – “consumir até” - Este prazo aplica-se apenas aos produtos que, por razões de segurança alimentar, não podem ser consumidos ou vendidos após essa data, no caso de alimentos muito perecíveis, como queijo fresco, iogurtes, ovos, carne picada, salsichas frescas ou carne de aves deve ser respeitada. Também o cheiro da sopa azeda ainda antes de a ferver ou a cor acastanhada de um bife de vaca não deixam dúvidas de que não se deve comer.
  • "consumir de preferência antes de...", ou "consumir de preferência antes do fim de..." – esta data não está relacionada com a segurança alimentar, por isso é permitido o consumo e a venda destes produtos após a data indicada. A data de durabilidade mínima é aplicada ao arroz e às massas, às leguminosas secas, às conservas e enlatados, às bolachas e cereais, ao chocolate, ao azeite e ao óleo, entre outros produtos que não se degradam de forma rápida.

 

O aspeto e o cheiro não devem substituir os prazos de validade

 

Frigorífico

Evitar transmissão de odores e bactérias, protegendo os alimentos com película aderente ou em caixas herméticas

* Legumes e fruta devem ser guardados nas gavetas

* A carne e o peixe frescos podem estar dois dias no frigorífico. Após esse tempo, se não os usar, deve congelá-los

 

Carne Fresca

* Pode deixar passar um ou dois dias se mantiver a cadeia de frio intacta e não houver sinais de alteração. "No caso da carne picada não dê margem alguma. É que ao picar-se quebra-se a sua barreira biológica, o que facilita o desenvolvimento de bactérias e permite a proliferação de micro organismos".


Leite

Um pacote "inchado", antes de o abrir, é mau sinal: o desenvolvimento de microrganismos pode provocar a formação de gás e um aumento do volume do pacote

* Guardar o leite ultrapasteurizado, depois de aberto, na porta (zona menos fria), e consumir dentro de 3 a 4 dias. Os leites pasteurizados ou do dia devem ir para o frio logo após a compra e, depois de abertos, duram até 3 dias
Ovos

Só podem estar 21 dias nas prateleiras dos supermercados embora tenham 28 dias de validade, desde a data da colocação. Garante-se, assim, que ainda possam permanecer uma semana em casa dos consumidores, com validade

* O frio ajuda a prolongar o prazo de validade


Pré-embalados

(queijo, queijo fresco, requeijão, fiambre, carne, salsichas frescas) A carne picada deve ser consumida até 24 horas.

Outras carnes cruas podem ficar no frigorífico até 3 dias. As cozinhadas só resistem 1 a 2 dias.

A temperatura no frigorífico deve rondar os 3ºC, mas nunca deve ser negativa, nem superior a 5ºC

* Na zona mais fria, arrume carne picada ou de aves, fiambre e charcutaria, peixe, cozinhados, conservas abertas e produtos de pastelaria


Despensa

* Arroz, óleo, azeite, conservas, massas, enlatados, bolachas e cereais não se deterioram facilmente

* No caso do vinho, o processo de fermentação e a presença de sulfitos são conservantes

* Açúcar conservante natural

* Farinha como provem de cereais acumulados a granel, pode estar contaminada com substâncias químicas produzidas por fungos e mesmo parasitas. Atenção redobrada à validade

* Se os alimentos estiverem próximos do fim da validade, use-os numa receita e congele. Outro alerta: a congelação não elimina as bactérias, ao contrário da cozedura, mas suspende o seu desenvolvimento 

 

Congelados

Para alimentos congelados, o prazo de validade é determinado por alterações de ordem química e/ou física, que provocarão alterações perceptíveis a nível sensorial. Ou seja, este tipo de alimento não se deteriora em função do crescimento microbiano (os microrganismos não se multiplicam a temperaturas de congelamento quando o alimento for conservado nas condições adequadas).

Assim, o prazo de validade para este tipo de alimento é determinado por alterações sensoriais, como rancificação, perda de suculência, cristalização da água, dos hidratos de carbono e dos lípidos, alterações de cor e textura.

Desta forma, a determinação da vida útil de alimentos congelados deve ser determinada por avaliação sensorial dos produtos através da observação do comportamento do alimento armazenado até se detectar alguma das alterações anteriormente referidas. Poderá também recorrer-se a ensaios laboratoriais no sentido de se detectar essas alterações e a assistência especializada.

 

 

 

Fontes:

Visão

Expresso


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