Atenção às burlas através de páginas do Facebook

São cada vez mais os portugueses que efectuam compras online através de páginas no Facebook, contudo há que ter cautela! O Portal da Queixa recebeu inúmeras reclamações de consumidores que foram lesados.

*Artigo atualizado a 17.02.2022

Pelo fácil acesso através da internet, os consumidores conseguem encontrar, comparar e adquirir produtos a preços mais convidativos, sem terem que estar em filas ou perderem muito tempo para se deslocarem de loja em loja. As empresas, por outro lado, estão também a optar por fazerem mais negócios através da internet.

Contudo, esta consolidação do e-commerce também trouxe alguns perigos, desde logo vendedores mal-intencionados que aproveitaram o momento, adaptaram-se e utilizam cada vez mais a internet, através do correio eletrónico e das redes sociais, para burlar financeiramente os consumidores ou apropriarem-se dos seus dados pessoais.

Todos os anos são desmantelados inúmeros esquemas de burla que lesam o consumidor. A falta de informação de muitos utilizadores de internet, facilita a criação de esquemas fraudulentos, em particular na rede social Facebook.

O “modus operandi” normalmente utilizado, passa pela criação de páginas para venda de produtos a preços muito atrativos, contudo as mesmas não são criadas com o propósito de serem associadas a empresas ou a particulares. Utilizam, também, nomes de marcas conhecidas como FNAC, Apple ou Pandora para levar ao engano por parte dos consumidores.
 

Compra através de páginas de empresas vs páginas de particulares

Existem diferenças entre particulares comprarem a empresas e particulares comparem a particulares, através do Facebook. É possível aos consumidores aperceberem-se da diferença. Conheça as diferenças entre comprar produtos através de páginas no Facebook de empresas e particulares:

  • Compra através de páginas de empresas

A compra entre um particular e uma empresa é considerado como um contrato de compra e venda. Com o aumento do número de páginas criadas no Facebook de empresas é importante ter em atenção a veracidade das mesmas.

Os consumidores ao consultarem uma página oficial no Facebook de uma empresa, como é o caso da Pandora, Apple ou FNAC, podem verificar que existem informações em que é possível, facilmente, verificar a autenticidade da página e se é segura para comprar. Algumas dicas para saber se é ou não uma página oficial de uma marca:

- Têm disponíveis e visíveis os contactos de e-mail e/ou telefone da empresa, caso o consumidor pretenda entrar em contacto com os responsáveis para perguntar algo ou apresentar uma reclamação;
- Têm visível a informação do site oficial da marca;
- Têm visível um círculo azul com um “certo” que mostra que é uma “página verificada”. Ao passar com o rato por cima do símbolo é possível saber “O Facebook confirmou que esta é uma Página autêntica desta figura pública, empresa de média ou marca.”.

  • Compra através de páginas de particulares

Os consumidores devem ter particular atenção aos pequenos negócios que se fazem através de páginas de particulares no Facebook. Os produtos disponíveis para venda, sendo artigos novos ou usados, muitas das vezes são produtos com um valor abaixo do mercado ou estão disponíveis numa edição limitada.

A atividade de compra/venda entre particulares no Facebook pode levar a um incumprimento da lei, por parte de quem oferece/vende o produto, se este não cumprir as leis que regem o comércio eletrónico, contratos à distância, leis de defesa dos consumidores, privacidade nas comunicações eletrónicas, entre outras.

Existem casos relatados de compras efetuadas através de página do Facebook em que não é considerado que existiu uma relação de consumo, por a página criada não ser uma empresa real ou um consumidor, apenas uma página de alegada “burla”, e dada essa situação, os consumidores apenas podem recorrer à apresentação de queixa.
 

 As reclamações dos consumidores

O caso não é recente, mas as reclamações de consumidores lesados por situações de burla através de páginas de comércio no Facebook continuam a chegar ao Portal da Queixa.

“Existe uma loja (Sapataria UrBan ) compras no Facebook de réplicas de ténis das mais variadas marcas. Comprei uns ténis no valor de 32€ que segundo a pessoa existia em Stock. A verdade é que os ténis nunca chegaram e arranjam imensas desculpas para adiar a situação . Apagam mensagem no Facebook para que ninguém veja as reclamações. Coloca Feedback de outras pessoas como receberam o artigo mas sempre das mesmas 2 ou 3 pessoas .”, refere Sara Abreu.

César Mendes alerta para outra situação, “através do facebook vi uma página de seu nome "moda barata pra elas", interessou-me um artigo que na qual consistia nuns ténis de valor de 30€. após transferencia e envio do respetivo comprovativo não recebi a encomenda e através do messenger deixou de responder.”

Ou a de Ilda Matos sobre a página de Facebook Bimark: “Fiz uma encomenda de uma mala no site da Bimark no Facebook. Recebo a mala em casa e verifico que não foi o que encomendei. Entro em contacto pelo messenger com a Bimark, que me dizem ter havido uma troca e que estão dispostos a fazer a troca. Respondo que sim, mas a pagina bloqueou me de imediato.
 

Passos para detectar se uma página no Facebook é uma possível fraude:

- Fazer, antes de tudo, uma pesquisa pelo Google e procurar pelo nome da marca para perceber se é a página oficial;
- Pesquisar no Portal da Queixa se existe a marca e qual o seu desempenho;
- Tentar perceber se existem contactos de e-mail e telefone, e se esses são os oficiais da marca;
- Tentar perceber se as redes sociais que estão no site são os oficiais. Desta forma irá verificar se a página do Facebook, em que surgiu o anúncio do site, é a oficial;
- Ler os “Termos e Condições” no site, inclusivamente confirme se necessário os dados da empresa, e verificar se critérios estão em conformidade com a Legislação em vigor do Comércio Eletrónico (podes consultar a legislação no site da ANACOM)
- Ler as “Políticas de Privacidade” do site;
- No momento do pagamento, se for através de plataformas externas, garante que os Selos de Garantia de Segurança são válidos;

Outra dica: Não é por existirem palavras no site da página principal como “site oficial”, “certificado”, “compra segura”, ou “100% seguro” que os critérios de segurança estejam cumpridos. Pesquisa sempre a informação necessária até ter a certeza. 

Alguns exemplos de páginas do Facebook que recebem reclamações relativas às compras de artigos através da página do Facebook:

- Sonhos do Lar: https://portaldaqueixa.com/brands/sonhos-do-lar
- Gilola Moda: https://portaldaqueixa.com/brands/gilola-moda
- Fashion Low Cost: https://portaldaqueixa.com/brands/joias-low-cost-by-vivaci

 

 


Comentários(0)

Mais soluções.

Em cada email.Todas as semanas no teu email as notícias, dicas e alertas que te irão ajudar a encontrar mais soluções para o que necessitas.