Filas mantêm-se mas Segurança Social promete reforço no atendimento

O Centro Nacional de Pensões junta dezenas de pessoas à porta antes das nove da manhã. E tudo para recomeçarem a espera e tentarem a sua sorte naquele dia.

Filas mantêm-se mas Segurança Social promete reforço no atendimento

Às 09.00 já a fila dá a volta à rua e chega à Avenida da República.

Dezenas de pessoas esperam que o Centro Nacional de Pensões abra as portas para tirar uma senha e recomeçar a espera, desta vez, para serem atendidas. As que têm sorte pois às 09.45 já não há senhas para pedidos de informações e restam apenas lugares para quem quer entregar documentos.

A Segurança Social reconhece este problema de tempo de espera e afirma estar a responder com um plano estratégico de atendimento (PEA), onde estão incluídas medidas como alargar o atendimento por marcação e o atendimento diferido.

 

Esta última alternativa teria dado jeito, por exemplo, a Helena Olivença.

Foi para entregar um documento e "Apesar de só estar há 15 minutos à espera, este é um tempo que já perturba" pois é doente oncológica. Para além disso afirma que acabou de sair dos tratamentos e não se sente muito bem.

Esta utente refere ainda que já chegou a vir para a porta "às seis da manhã", e só saiu "perto do meio dia". Neste caso, se já estivesse disponível o atendimento diferido Helena poderia despachar-se mais depressa. O atendimento consiste "na entrega de documentos em envelopes próprios, disponibilizados nos serviços de atendimento, que deverão ser depositados em caixas de entrega de documentos existentes para o efeito", explicou o Instituto de Segurança Social (ISS) ao DN.

 

Entrega de documentos é um dos serviços com tempos de espera maiores

A Segurança Social admite esta falha, mas garante que está a tentar resolver o problema. Ao DN, explica que o PEA visa "melhorar a qualidade do relacionamento da Segurança Social com os cidadãos e as empresas" e que está "em curso" a sua implementação.

Para o Centro Nacional de Pensões "está previsto o alargamento da implementação do atendimento por marcação" e "o atendimento diferido, que vai evitar as filas de espera".

 

Reclamações acerca atendimento telefónico

No entanto, alguns dos utentes queixam-se de que nem sempre conseguem que lhes atendam o telefone para fazer marcações, como é o caso da reclamação apresentada por Paula Gonçalves no Portal da Queixa.

O ISS refere ainda que a "afluência muito significativa" deste serviço, em Entrecampos, acontece também porque "o cidadão não equaciona a disponibilidade de outros serviços de atendimento existentes na Rede de Serviços de Atendimento da Segurança Social". "Contudo, não se tem registado um maior afluxo em relação ao normal atendimento diário, que ronda uma média de 350 atendimentos por dia", acrescenta.

 

João Reis costuma "chegar às 08.00", mas há até quem vá mais cedo, alerta.

Ontem de manhã foi "fazer a alteração do IBAN". "Recebi uma carta a dizer que agora já não se usava o NIB e que tinha de vir dar o IBAN." Às 09.30 ainda não tinha chegado à porta, muito menos à máquina de senhas. Como chegou mais tarde (perto das 09.00) já não conseguiu um dos primeiros lugares na fila, explica. Tem sorte porque pode esperar, afinal é "reformado", brinca.

 

Menos afortunado foi Aníbal Santos.

Acaba de ouvir o aviso do segurança de que acabaram as senhas para as informações e desabafa: "Vou embora. Estive aqui meia hora para nada. Há pessoas que vêm às 06.00." Aníbal queria informar-se para outras pessoas - "estou reformado, mas ajudo algumas pessoas com a contabilidade e nestas coisas"-, agora terá de tentar noutro dia. "Se vier às 07.00 tenho sorte, senão já não consigo. É assim que isto funciona", lamenta.

 

Para Maria a parte mais simples já está: chegar à senha de atendimento.

Contente por ter a sua senha na mão (o número 67), Maria Costa esteve cerca de meia hora na fila - chegou às 09.30. "Venho entregar documentos e estive ainda um bocadito na fila", refere. A verdade é que cá fora a linha vai crescendo até às 09.00, mas assim que as portas abrem, as senhas são entregues com alguma rapidez. Pelo menos, enquanto há.

Agora tem de esperar que quem está a frente seja atendido. "Fui à Segurança Social da Loja do Cidadão e disseram-me que tinha de vir aqui entregar um atestado de incapacidade do meu pai. A sorte é que já não trabalho, senão perdia dias nisto." Embora admita que nem sempre é difícil: "Da última vez vim aqui ao final da tarde e fui atendida num instante, não havia filas."

 

Fonte: Diário de Notícias


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