Motoristas da Carris afirmam que instatisfação aumentou

Já foi realizada a passagem da gestão da Carris para a Câmara de Lisboa, contudo convém lembrar que a violência aumentou dada a insatisfação dos utentes.

Motoristas da Carris afirmam que instatisfação aumentou

Os autocarros em Lisboa circulam com menos frequência, e que o diga Sandra Branco, que já colocou a sua terceira reclamação no Portal da Queixa e ainda não obteve qualquer resposta satisfatória ao seu problema. No seu caso, o autocarro que utiliza tem apresentado atrasos entre 25 e 50 minutos, o que segundo a utente não se justifica.

Facto é que a insatisfação dos utentes tem conduzido ao aumento da violência, de tal modo que a Associação Sindical do Pessoal de Tráfego da Carris (ASPTC) emitiu um alerta denunciando os elevados números de baixas médicas. Dos 140 trabalhadores de baixa, metade são baixas psicológicas e o sindicalista Orlando Lopes acredita que se devem aos insultos que todos os dias ouvem.

"Ouvimos de tudo. Entendemos a situação, mas não somos os culpados por haver menos autocarros a circular", refere o dirigente.

 

Vítor Santos lembra a responsabilidade que têm como motoristas.

"Levamos ali 60 ou 70 pessoas dentro do autocarro, temos de ter a cabeça limpa" - o que faz com que crie uma barreira que lhe permita manter a sanidade mental.

"Somos os primeiros a dar a cara e ouvimos muitas queixas de que não há autocarros suficientes. Às vezes dizem este motorista é muito simpático nem diz boa tarde, mas nós temos que criar uma barreira pela própria sanidade mental. Todos os dias lidamos com a falta de educação e de civismo."

 

O pior é quando se passa das palavras aos atos, como aconteceu em 2015. 

"Quando ia para me aproximar de uma paragem, passei com o autocarro junto de três indivíduos que estavam parados à frente de uns carros estacionados. Segui viagem e três paragens mais à frente cheguei ao fim do destino. Quando me preparava para deixar entrar novamente os passageiros, três ou quatro homens saem de um carro, começam a bater no autocarro, há um que ainda passa pela frente e tenta mandar uma coisa pelo vidro do motorista, eu fechei o vidro. Mas não houve nada, não houve troca de insultos, nada. Entram de rompante no autocarro a dizer que ia atropelando um primo ou um irmão eu não percebi, só vi mãos e pés, não me deram oportunidade de me defender".

"Nunca tinha andado à porrada" afirma o motorista que ficou com os olhos negros e a cara arranhada que lhe valeram dois meses de baixa médica, para além de uma marca psicológica que fez com que não voltasse ao mesmo percursos pois "Pensamos que as coisas já passaram, mas ficam." Este caso ainda não teve qualquer repercussão judicial ficando um "sentimento de impunidade" face à queixa apresentada, o que faz os motoristas sentirem-se "a peça mais barata do autocarro".

 

O sindicato tem esperança que as coisas melhorem com a nova gestão.

Já houve sinais positivos da nova administração, contudo, a Carris respondeu que "As agressões de que são alvo os nossos tripulantes ou outros profissionais, constituem grande preocupação para a empresa que, embora com as naturais limitações, por se tratar de postos de trabalho isolados, tem procurado, em colaboração com a Polícia de Segurança Pública (PSP), fazer o maior acompanhamento possível a esse profissionais".

 

Fonte:

Diário de Notícias


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