Pais vão ser punidos por manuais escolares estragados ou não devolvidos

A partir do próximo ano letivo passam a ser os diretores dos agrupamentos e escolas a inspecionar e sancionar os casos de tratamento indevido ou retenção dos materiais.

Pais vão ser punidos por manuais escolares estragados ou não devolvidos

Os encarregados de educação dos alunos em escolas públicas vão passar a ser responsabilizados pela devolução em mau estado e pela não restituição dos manuais escolares, emprestados pelo Ministério da Educação. A proposta do Governo prevê ainda a harmonização do calendário letivo, com as aulas do pré-escolar a arrancarem na mesma altura que os restantes anos.

As alterações apresentadas pelo Governo de António Costa, que vão de encontro às reivindicações dos sindicatos, receberam esta terça-feira um parecer favorável da Associação Nacional de Municípios (ANMP). A ideia é que a partir do próximo ano letivo passem a ser os diretores dos agrupamentos e escolas a inspecionar e sancionar os causos de tratamento indevido dos materiais ou retenção.

A lei estipula que todos os alunos do 1º ao 4º ano receberão manuais gratuitos, com a obrigação de os devolverem no final do ano. Contudo, o que a lei não especifica são as sanções a aplicar em caso de não cumprimento do acordado.

Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos de Escolas Públicas alerta que a falta de normas específicas sobre o procedimento em caso de incumprimento vai gerar “atuações heterogéneas” de escola para escola e sobrecarregar os diretores com mais responsabilidades.

“O Ministério tem de estabelecer, cabalmentee desde já, como devemos atuar. É uma decisão de muita responsabilidade para um diretor. Um aluno pode ter usado muito bem o manual e, mesmo assim, não estar em condições de ser reutilizado”, defende Filinto Lima.

O Governo quer ainda que as aulas do Pré-Escolar comecem, tal como as restantes, entre 8 e 13 de setembro e terminem até 22 de junho de 2018.

 

Pais só vão ter de pagar manuais que não foram usados de forma “normal, prudente e adequada”

De acordo com uma circular enviada esta quarta-feira pelo Ministério da Educação a todas as escolas públicas, os pais só vão ter de pagar os manuais escolares fornecidos pelo Estado se for evidente que não foram usados de forma “normal, prudente e adequada”. Esta notícia é avançada pelo “Público” esta quinta-feira.

Daqui a três semanas, quando as aulas terminarem, todos os alunos do 1.º ciclo que receberam manuais escolares do Estado vão ter de devolvê-los. Devido a este ter sido o primeiro ano em que a medida foi implementada, a circular é intencionalmente flexível.

“Quisemos dar uma grande latitude aos diretores das escolas. Acreditamos que só mesmo em casos extremos é que se aplicará” esta medida, diz Alexandra Leitão, secretária de Estado Adjunta e da Educação, ao matutino.

Segundo a circular, estão previstas cinco atenuantes para os casos em que os livros sejam devolvidos num estado que impossibilite a sua reutilização. O primeiro é o “tipo de uso”. “Se os manuais têm muitos espaços para os alunos escreverem e desenharem, ou pedem para recortar e colar autocolantes, os pais não podem ser penalizados por isso”, explica a secretária de Estado.

O segundo é a disciplina em causa, pois existem temas que, por tradição, exigem mais intervenção dos alunos nos próprios manuais. O terceiro é o “estado em que o manual foi recebido”, o que não se aplica este ano. Já o quarto critério passa pela “idade do aluno”.

O último critério chama-se “outras circunstâncias subjetivas e objetivas”. Este aplica-se aos “casos fortuitos”, explica a circular.

 

Fontes: Jornal Económico e Expresso

 


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