Dia 2 de fevereiro, 2020, 19h00.
IC19, Sintra-Lisboa, saída n°3. Estava a ir para casa quando vejo um homem na berma, quase em cima dos carros.
Estava a deambular, coxo, sozinho. Encostei, dentro do carro, abro a janela, um cheiro a álcool. Pergunto se precisa de ajuda, não está bem, pede-me boleia para a Buraca, queria ir ao mino-preço comer qualquer coisa. Disse para aguardar, as 19h04 ligo ao 112.
19h04, primeira chamada: explico a situação. Homem , cerca de 60 anos, alcoolizado, desorientado, no meio do IC19. Dizem que vão mandar alguém.
Fui tentado falar com o senhor, ver se estava bem. Se precisava de algo mais. Não saí do carro por questões de segurança. Fui falando com ele, estava encostado ao carro a tossir e a dizer que estava com dores de barriga.
19h23, segunda chamada: Digo que já tinha ligado, que já passaram duas ambulâncias por mim e que ainda ninguém apareceu, ao qual o operador me responde: tem que se acalmar, o profissional aqui sou eu. Ignorei e voltei a referir onde estava e o que se estava a passar, acrescentando que o senhor agora estava com dores. Diz-me que os serviços de emergência médica não tinham sido ativos porque não tinha dito anteriormente que o senhor estava com dores. Porque um homem completamente alcoolizado no meio da estrada de noite, não precisa de uma ambulância.
19h40, o senhor decidiu seguir caminho. Ninguém apareceu.
Eu não conseguia ir atrás dele, estava sozinha, e estar a sair do carro colocava-me a mim em perigo.
19h50, nesta altura já tinham passado por mim 3 ambulâncias, um carro da polícia. Nenhum parou. As minhas duas chamadas para o 112 foram inúteis.
Ninguém parou para ajudar o senhor, eu tentei e simplesmente não consegui porque não se pode contar com estes serviços.
Data de ocorrência: 2 de fevereiro 2020
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