Em 2015, subscrevi o fundo DWS Fixed Maturity Global Bonds Dynamic Plus 2024 II do Deutsche Bank Portugal, com uma promessa clara dos gestores de conta do banco feita por escrito de que o capital estaria garantido no final do prazo, apesar de o contrato alertar para o risco. Isso deu-me a confiança de reforçar este investimento ao longo do tempo, acreditando nas informações que me foram dando de forma clara por escrito.
O Deutsche Bank Portugal foi, entretanto, comprado pelo ABANCA e eu passei a ser cliente desse banco espanhol. Chegados a 2024, comunicaram-me que o fundo não só não tem o retorno prometido, como resultou numa perda financeira considerável.
O ABANCA Portugal, um banco com mais de 70 balcões no nosso país, finge não ter qualquer responsabilidade no assunto ignorando que se trata de um caso evidente de misseling, uma conduta que configura a prática de um crime e levará, necessariamente, à intervenção da Comissão de Mercado a Valores Mobiliários e à indemnização dos clientes por perdas financeiras resultantes dessa prática ilegal.
É irônico ver que, enquanto clientes como eu sofrem prejuízos inesperados em investimentos que foram comercializados como sendo seguros, o ABANCA anuncia, com grande entusiasmo, a compra de mais um banco - o EuroBic. Em vez de reinvestir ou assegurar a estabilidade dos produtos financeiros e a confiança dos seus clientes, continuam a comprar bancos — tudo isto, de certa forma, com o dinheiro que é meu e de todos os clientes enganados. Que tal redirecionar essa atenção e esses recursos para quem acreditou no que foi vendido?
Sei que há muitos mais clientes que também foram enganados pelo ABANCA e pelos seus gestores treinados internamente para vender este produto de forma ilegal. A todos esses, peço, por favor, que entrem em contacto comigo. Quanto mais pessoas se unirem, maior a pressão para que haja transparência e responsabilidade no ABANCA Portugal.
O ABANCA utiliza os hashtags #somosABANCAPT e #somosABANCA nas suas redes sociais, mas, pelos vistos, os clientes só são ABANCA enquanto forem fonte de capital. Quando, devido a vendas enganosas e incompetência ou má gestão dos produtos que promovem, o ABANCA Portugal tem de ressarcir os seus clientes, o verbo deixa de ser conjugado na primeira pessoa do singular. Agora já não há “somos”. Agora há só ABANCA e todas as estratégias possíveis para não pagar o que deve aos clientes que enganou.
Data de ocorrência: 14 de novembro 2024
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