Aeropago - Mercearias Raposo - O

Um caso em que a qualidade dos produtos contrasta com a grosseria do atendimento.

Esta mercearia (Aeropago - Mercearias Raposo, Lda., Avenida Engenheiro Bonneville Franco 20-r/c, Paço Arcos) expõe as frutas no exterior sem um aviso claro para o cliente não lhes tocar. Como noutros sítios servi-me colocando algumas em sacos, como outras pessoas faziam, sem que qualquer empregado se pronunciasse.

Tudo parecia normal até tocar nas uvas (é um detalhe, mas apenas toquei no ramo, para retirar o cacho). Nessa altura ouvi atrás de mim um senhor que ali estava de plantão, aparentemente na idade da reforma, apoiado em duas muletas e de algum modo ligado ao estabelecimento, gritar duas vezes em tom de ameaça: "ó amigo não mexa nas uvas!".

Não houve qualquer tentativa de explicação ou suposição de inocência, um "desculpe mas" ou um "por favor". Foi uma ordem grosseira, destituída de civilização, atirada já com a presunção da culpa, como se um cliente que ali vai pela primeira vez tivesse a obrigação de saber as regras da casa sem elas estarem visíveis.

Obviamente não levei as uvas e não mais irei a esta mercearia. O senhor ainda grunhiu algumas coisas contra mim, talvez descontente com a "desobediência" do cliente. Era claramente alguém autoritário, ou com necessidade de o ser para ser alguém, e que, a bem do seu negócio particular e da educação geral, não devia estar ali de plantão - já que demonstrava tanta arte para lidar com clientes como esforço para parecer uma pessoa minimamente educada.

Por isso, e concluindo, esta mercearia seria recomendável pelos produtos, e pelo resto do pessoal, se não fosse este “hitler das uvas” semi- aposentado e grosseiro que ali só pode funcionar como a mosca que, mergulhada na tigela, torna intragável a melhor das sopas.