Avis - Retenção indevida de valores

Reservei um carro no dia 01/03/2024 para levantar na mesma data, às 21 horas, no Aeroporto de Lisboa,
Eu escolhi um veículo automático Gasolina/Diesel e efetuei a reserva acrescentando seguro e um segundo condutor.
Ao realizar a simulação, efetuei uma cópia da tela do site da Avis para enviar à segunda condutora e,
exatamente no horário definido, ou seja, às 21 horas, compareci ao terminal Avis no aeroporto para levantar o carro. Fui atendida pela atendente Henrique, que informou que a reserva fora feita para um carro elétrico e que, para a alteração, deveria ocorrer um pagamento adicional.
Essa informação tomou-me de completa surpresa, sendo que cheguei a mostrar a ele a tela onde estavam todos os dados do carro que seria contratado, tela essa que é imediatamente anterior à tela onde se dá o pagamento (e onde, obviamente, devem estar todas as informações do carro).
O atendente concordou comigo sobre a completa ausência de informação de que o carro a ser contratado seria elétrico, inclusive, repita-se, na tela que precede a confirmação do pagamento. Ele chegou a telefonar para a supervisora Silvia, que também não foi capaz de explicar o ocorrido.
Recusando-me a pagar esse adicional com relação ao carro por mim reservado, perguntei ao atendente sobre a política de cancelamento, sendo que ele nada soube explicar, mas me assegurou que seria apenas uma taxa fixa.
Em razão da minha insistência sobre a fonte dessa informação, ele e a outra atendente (de nome Alicia) passaram a procurar no contrato e no sistema e nada encontraram sobre o tema. O assistente Henrique, então, valeu-se de um documento impresso com muitas páginas e, depois de consultá-lo por cerca 20 minutos, assegurou-me que a retenção não passaria de 60 euros.
Sendo assim, com base nessa informação do atendente, cancelei a reserva via app ali mesmo no terminal Avis e realizamos locação imediata em outra empresa.
Observo que, também na app, não há informação sobre o valor a ser eventualmente pago pelo cliente no momento em que se realiza o cancelamento, o que desatende premissas básicas do consumidor.
Ou seja, há total ausência de transparência sobre os critérios de contratação adotados pela empresa, sendo que até mesmo os empregados os desconhecem.
Surpreendentemente, a empresa pretende agora reter 100% do valor pago (equivalente a 6 dias de locação), alegando que isso está em contrato, e o que é inverdade, pois sequer os funcionários localizaram a suposta cláusula no documento.
Ademais, ainda que isso estivesse em contrato, a retenção total do valor integral de uma locação é absurda e ilegal. Como justificar, por exemplo, a retenção do valor que paguei a título de seguro e de segundo condutor?
Considerando que:
a) eu, como consumidora, jamais fui informada de que o carro seria elétrico, inclusive na página de confirmação antes do efetivo pagamento;
b) o cancelamento não se deu por minha vontade, mas sim por erro constante do site;
c) o cancelamento deu-se via app no balcão somente após o atendente Henrique consultar e informar que a retenção não passaria de 60 euros.
d) a empresa tem acesso à câmera de videoviligância confirmando que estive no local antes do horário de levantamento e que os atendentes procederam a consultas em sistema, por telefone e em documentos impressos por cerca de 20 minutos antes de me darem a resposta de que a retenção seria de 60 euros.
e) a cláusula de antecedência de 48 horas para cancelamento não se aplica ao meu caso pois a reserva foi feita no mesmo dia,
Deve ser realizada a devolução do valor pago, ainda que parcial, pois a suposta cláusula que prevê perda total é completamente abusiva e ilegal, ao que acrescento que as informações prestadas pelos empregados vinculam a empresa.