Boa tarde.
Sou cliente do Banco Santander Totta há já muitos anos. Por inesperado desemprego e vários revezes pessoais, vi-me impossibilitada de continuar a fazer depósitos na minha conta nos últimos 3 anos. É verdade que tive sempre a opção de fechar a conta e voltar a reabri-la quando me encontrasse numa situação mais estável; no entanto, e visto ter tido a felicidade de um novo emprego, que me permitiria regularizar a situação, não o fiz. Acontece que o novo emprego era gerido por * PROIBIDO * que desapareceram e não me pagaram o que deviam, deixando-me em situação ainda mais precária. Tentei explicar ao banco que não podia pagar a dívida, mas que também não podia fechar a conta, visto tal implicar pagamento do débito acumulado, valor que não possuía. Indaguei da possibilidade de suspenderem provisoriamente a cobrança da manutenção mensal da conta, por não estar a ser utilizada, de modo a não acumular mais a dívida. Não existia essa possibilidade.
Não tendo ninguém a quem recorrer para pedir um empréstimo (por motivos infelizmente óbvios, ninguém financia um desempregado), fui obrigada a deixar a dívida acumular-se até atingir o valor de 250 euros. Há cerca de um mês, fui contactada pela empresa RecActiv, que me informou estar agora a cargo do meu processo e que me informou das minhas alternativas (pagar a dívida em prestações mensais de, no mínimo, 50 euros). Com algum alívio, garanti que assim faria. No entanto, tal possibilidade foi por água abaixo ao ver-me enganada pelo emprego que tinha acabado de conseguir, tal como mencionei acima. Resultado: sem poder cumprir a promessa de pagamento, recebi mensagem para contactar a RecActiv; desta vez, fui informada de que não só já não eram responsáveis pela minha dívida, mas também que o meu caso tinha já sido enviado para o Contencioso. Perguntei o que poderia agora fazer, ou com quem poderia falar, mas a resposta, fria e antipática, foi que "agora já não é nada comigo, tem que esperar até ser contactada por um solicitador. E vai ter que pagar custas de mais 400 ou 500 euros, 'à vontadinha' (sic), a acrescentar à sua dívida". E assim me deixaram, sem sequer saber quem posso contactar no Contencioso, na esperança de poder fazer algo antes que me desgracem com uma dívida ainda mais impossível de pagar, visto que nada tenho em meu nome que possa sequer ser penhorado ou vendido (novamente por circunstâncias madrastas, vivo com os meus pais e não possuo veículo automóvel).
E por uma mísera dívida de 250 euros a uma entidade para quem tal valor é irrisório, um cidadão que sempre foi cumpridor se vê agora, devido a várias situações fora do seu controlo, tratado como um reles criminoso, e alvo de um castigo perfeitamente inacreditável, quando tantos roubam milhões e escapam impunes.
Peço encarecidamente que alguém me ajude nesta situação. Continuo desempregada, não posso pagar a um advogado e, aproximando-me a passos largos dos 50 anos, tenho cada vez menos perspectivas de um emprego minimamente estável.
Os melhores cumprimentos,
Margarida Pinhão
Só após a publicação do texto (que não tenho opção de editar) me apercebi de que deveria ter mencionado de início que a dívida se refere ao saldo negativo acumulado por despesas de manutenção da conta. Também gostaria de sublinhar que o banco tem todo o direito de exigir esse dinheiro de volta, já que não tem culpa das vicissitudes pessoais dos seus clientes. A minha queixa/reclamação/pedido de ajuda refere-se ao facto de transformarem uma dívida de 250 euros noutra assustadoramente superior ("à vontadinha" mais 400 ou 500 euros a juntar à actual dívida, segundo a simpática funcionária da RecActiv) com ameaças de tribunais e penhoras de bens. É esta a lei que temos? Roubar a quem já nada tem? Não posso nem de perto nem de longe pagar esses valores exorbitantes e, sem nada em meu nome para penhorar, o que me resta? Vão prender-me? Como afirmou neste portal uma senhora numa situação semelhante à minha, dever não é crime, desde que se tenha a intenção de pagar. Não roubei nada, nem matei ninguém, acho apenas que a penalização é chocantemente despropositada para uma dívida de duas centenas de euros, que se calhar poderia já ter liquidado se me tivessem dado a hipótese de pagar em prestações mais baixas. Obrigada pela atenção.
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