Boom Festival - Inflação de preços

Agora, falemos da filosofia do Boom: um espaço acolhedor, único, que transpira segurança e tranquilidade, procurando fugir à sociedade capitalista de consumos excessivos. No último dia, em conversa com Boomers não portugueses apercebi-me que, ocultado por toda este estilo de vida, estas pessoas estariam a ser abordadas injustamente e com uma brutalidade xenófoba difícil de compreender neste espaço. Então, pensem comigo: o que estavam aquelas forças de seguranças todas a fazer, espalhadas pelo recinto? Proteger-nos? Foi então que ouvi um relato. Agentes da autoridade a abordarem pessoas relativamente ao consumo pessoal de substâncias psicoativas e a serem apreendidas por quantidades minúsculas. Disfarçados de Boomers, agentes de autoridade andaram a fotografar e a perceber quem consumia e vendia o quê. Fotografias constantes da parte des trebalhadores da PROSSEGUR que têm vindo a trabalhar com a GNR. Mas depois lembrei-me: a BoomLand é um recinto privado, só com a permissão da organização eles estariam aqui. A BoomLand é um recinto privado e a única forma de as forças policiais estarem aqui inseridas seria se houvesse uma parceria com o Ministério Público para armadilhar estrangeiros que querem consumir de forma segura em Portugal. Por um lado, uma terra repleta de tugas a vender e a consumir sem que nada lhes aconteça (chegando até a ser aconselhados por membros da organização a esconder as substâncias aquando da presença das forças de autoridade). Por outro lado, pessoas não portuguesas, (não) caucasianas a serem abordadas por dois dias consecutivos com quantidades ridículas de substâncias. Pensando que não poderia ficar pior, testemunhei em primeira mão uma rusga a uma tenda a uma grupo de estrangeiros sem aviso ou pedido prévio. Ao que a justificação para a mesma foi “queremos saber onde está a caixa cheia de cocaína”. Como assim?!! Além disso, vendem o anti-capitalismo mas colocam os Sumos de 1 litro a 4,80€ e a água enlatada a 1,80€!!! Depois, observam alguém a passar por uma crise psicótica e comentam “isto é assim, vêm para aqui para isto. Drogados.” Continuando, não só nos impedem de garantir o direito à nossa privacidade como também se aproveitam das pessoas que estão a passar dificuldades de saúde (física e mental) vendendo medicamentos DE FORMA ILEGAL a preços exorbitantes e sem presença de fatura. Exemplificando, o Imodium, com um PVP - preço de venda a público - de 4,19€ foi vendido a 15€! Falámos com pessoas que estiveram a trabalhar nas várias instalações do Boom que nada sabiam do que se estava a passar e também ficaram perplexes. Vendem a ideia de que o Boom é um espaço seguro para consumir livremente, com workshops sobre redução de riscos e minimização de danos. Vendem que somos uma família multinacional com muito para dar. Mas aquilo que está por detrás de tudo isto parece ser um jogo de interesses com a câmara de Castelo Branco e o próprio Ministério, pois fecham os olhos a crimes nacionais, mas esmiuçam estrangeiros até ao tutano. Desde comentários como “Saiam da frente * PROIBIDO *” a “olha, dá-me aí o teu insta, é assim q se conhecem pessoas” as nossas forças policiais são simultaneamente machos tóxicos, xenófobos e racistas que trabalham sob as ordens da organização do Boom. Vendem a ideia de estarmos segures nos nossos consumos e disfarçam-se de Boomers para perceber quem compra e vende dentro do recinto. Comentam a quantidade de fotografias que têm tirado e com orgulho admitem infiltrar-se nos grupos de potenciais compradores e/ou vendedores. Posto isto, Espalhem a palavra. ⚠️⚠️⚠️ Cuidemos de todes nós porque o Boom não é feito para tugas e isso reflete-se nos preços de consumo que a organização estabelece. Não só pretendem espremer o dinheiro dos Boomers, como desejam garantir à comunidade portuguesa uma quantidade considerável de detenções e apreensões para que o seu espaço privado seja “livre” e “harmonioso”.