A Biblioteca Municipal de Alcochete é um local agradável e acolhedor. Reúne as condições que um utente busca numa biblioteca. Tem uma luminosidade natural extraordinária. Frequento-a e tenho intenção de a frequentar ainda mais. Hoje, todavia, transformou-se numa sala de explicações com um formador expondo a matéria em voz suficientemente alta para quebrar o que de mais nobre, a par dos livros, uma biblioteca possui: o silêncio.
É nocivo e contribui para a degradação da sua qualidade porque (i) não se produz barulho numa biblioteca; (ii) representa o interesse de um que, no exercício do seu labor, produz ruído em detrimento de muitos que aqui vêm estudar e necessitam de silêncio; (iii) constitui um mau exemplo que se propagará pelos demais e, a breve prazo, muitos utentes poderão sentir-se encorajados a falar igualmente alto. Quando não se estanca um pequeno incumprimento, este tende a alastrar-se e a conspurcar o meio envolvente.
Muito agradecia se pudessem, no exercício do poder que vos foi conferido pelos votantes, restituir à biblioteca o silêncio que nunca deve deixar de ser seu atributo intrínseco.
Data de ocorrência: 18 de janeiro 2022
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