Venho pelo presente reclamar os estragos efectuados na minha viatura, por intervenção efectuada por funcionários da Câmara Municipal de Lisboa, num corte de uma árvore. No passado dia 9-3-2018 estacionei o meu carro num espaço para o efeito na travessa do Adro ao lado da Igreja de Santa Maria dos Olivais, pelo que quando cheguei ao local tinha um papel no vidro do carro a informar que tinha caído um ramo em cima da minha carrinha danificando a barra do tejadilho, e que o assunto iria ser reportado à P.M (Polícia Municipal). Sem saber o que aconteceu, no próprio dia fui a várias entidades, desde a PSP, à Junta de Freguesia, tentando reunir vários testemunhos do que se passou, com o comércio local. Houve uma árvore que caiu perto, e foi intervencionada uma árvore perto da que caiu, por segurança. Dada a distância do meu carro à árvore (10m), os ramos não teriam chegado ao meu carro de forma natural. Isto foi numa 6ªfeira, e nos três dias úteis seguintes fui à Junta, fui a P.M., fui à Câmara, mas ninguém me soube avisar ou indicar o que aconteceu. Nos serviços de atendimento da Câmara entregaram-me um formulário para reunir documentação variada para participar o sinistro, bem como orçamento de reparação para análise, entre outros documentos. Fui à Polícia Municipal e fiz também a apresentação da reclamação, não tinham qualquer registo. Depois disso reuni todos os documentos, e para se ter uma ideia foram mais de 30 páginas de documentação pedidas. Até a inspeção do meu carro pediram entre documentação pessoal. Só faltou o registo criminal, como se o culpado disto tudo fosse eu. A funcionária recebeu a documentação no dia 13-3-2018 indicando que iria remeter o pedido para análise da Junta de Freguesia dos Olivais (relembro que já lá tinha ido, e indicaram-me que não foram eles os chamados ao local pelo tipo de árvore que seria, teria sido a Câmara). Entretanto fui escrevendo para os serviços da Câmara para saber o ponto de situação. Com os contactos "online" iam-me dizendo que o assunto está a ser acompanhado pelo Departamento de Espaços Verdes da Câmara. Depois disto, recebo o relatório da Polícia Municipal que tive que levantar no local e pagar perto de 4€ por ele!!! E onde indicam efectivamente o que se passou. Estiveram presentes no local, e tomaram conta da ocorrência. Por necessidade de intervenção na árvore, os funcionários dos espaços verdes podaram a referida árvore e caiu um desses ramos para cima da minha viatura (relembro bem estacionada, e em espaço reservado para o efeito). A Polícia tirou fotos, e entre caixotes quase em cima da minha carrinha, funcionários e maquinaria, tudo foi colocado no local. Relembro que se tinham que fazer uma intervenção daquele tipo, e havendo viaturas por perto, o mais lógico e dado que a Polícia tem acesso à base de dados dos carros, seria chamar os proprietários para remover os carros, mas não, foi feita a "intervenção" em cima da minha carrinha. Acontece que fui à marca pedir orçamento de reparação, e não foi a barra o único dano. Com a pressão, o tejadilho também dobrou, e o orçamento está em mais de 1400€. Depois de receber o relatório da Polícia, consegui o contacto dos Espaços Verdes da Câmara, falei com os funcionários, receberam finalmente o meu pedido por e-mail e o ponto de situação foi o seguinte:
- Primeiramente havia a necessidade de um Engº Técnico preencher um relatório.
- Semanas depois volto a contactar. Ainda não tinha "pegado" no relatório.
- Volto a enviar e-mail para ponto de situação, e o assunto está em análise.
- Recentemente a dia 14 de Maio e após novo pedido de ponto de situação meu, foi respondido pelos serviços dos espaços verdes da Câmara que o assunto tinha sido participado à Companhia de Seguros Fidelidade para resolução (tenho e-mail prova).
- Passou mais uma semana, novo contacto por escrito meu a solicitar o nº da apólice participada para poder apurar o que se passou, pois não fui contactado por ninguém.
- A dia 25 de Maio fui contactado por uma funcionária dos Espaços Verdes, a pedir se possível que envie para eles a documentação que já tinha enviado em formulário próprio a dia 13-3-2018, pois teria que o assunto ser entregue ao departamento jurídico da Câmara. Perguntei em primeiro lugar o que fizeram à documentação que lhes entreguei no dia 13-3-2018 com o código de registo CML-468793-DWTG? A funcionária pediu mil desculpas, mas não a têm, não sabem dela??? Perguntei se o assunto ainda estava a ser apreciado juridicamente (sinceramente não sei o que à apreciar pois fui lesado por intervenção deles), porque motivo me indicaram que o assunto teria sido entregue à companhia de seguros? Nova resposta, foi erro da funcionária que respondeu. Mil desculpas novamente, e pediu documentação para agilizar o processo.
Relutantemente decidi enviar novo e-mail com toda a documentação que pediram a dia 26-5-2018, mas desta feita com uma data limite de resposta, até dia 3-6-2018 (quase 3 meses depois do sucedido), com a referida reclamação como consequência mais imediata. Pasme-se que dia 3 passou, não há qualquer contacto resposta.
Sinto-me lesado, enganado, envolvido numa teia burocrática que me consumiu tempo, gastos e não tem resolução à vista. Lembro que se fosse eu que tivesse estragado algo público, no dia a seguir estaria a ser visado, e se protelasse a resolução como estão a fazer, estaria a incorrer em juros de mora diários, e a coimas certamente.
Só quero que resolvam o estrago que causaram. Pago os meus impostos, tenho testemunhas e a lei do meu lado, e isto é inconcebível num Estado de direito como o nosso.
Aguardo a análise de quem de direito.
A reclamação foi importante pois penso que sem ela o processo ainda se poderia ter prolongado mais tempo. Felizmente o estrago foi pago, e a situação foi resolvida. Obrigado Portal da Queixa
Voltaria a fazer negócio? Sim
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