Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia - Recolha de resíduos volumosos - serviço inacessível e atendimento desrespeitoso

Entrei em contacto telefónico com o número responsável pela recolha de resíduos volumosos da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia para solicitar a recolha de um sofá de 3 lugares.

Durante a chamada, fui informada de que o sofá teria de ser colocado na rua ou na garagem para facilitar a recolha, dado que os funcionários não poderiam demorar muito tempo. Questionei sobre a necessidade de estar presente e foi-me dito que sim, que os funcionários tocariam à campainha entre as 7h30 e as 12h30. Expliquei que, por viver num apartamento sem garagem, não tinha um local seguro e adequado para deixar o sofá por tantas horas, uma vez que poderia causar transtornos aos outros moradores e riscos de segurança.

A resposta que recebi foi de uma forma ríspida: "Não tem lugar de garagem??" — como se fosse uma obrigação ter garagem nos dias de hoje. Reforcei que não só eu, mas muitas pessoas em prédios não dispõem desse espaço e que, mesmo existindo, não seria viável deixar um sofá num local de passagem de veículos e pessoas durante tantas horas.

Acrescentei também que o serviço, da forma como é prestado, não garante equidade nem igualdade de acesso para todos os cidadãos, nomeadamente:

- Pessoas com dificuldades motoras (cadeira de rodas, amputações) não conseguem deslocar um sofá para a rua;
- Moradores que vivem sozinhos, sem apoio familiar próximo, têm dificuldades para transportar sozinhos um sofá de grandes dimensões.
- Pessoas idosas muitas vezes não têm força física nem a capacidade de manusear objetos grandes, como sofás, para fora das suas residências.
A resposta continuou a ser ríspida e pouco compreensiva, insistindo que eram essas as normas de funcionamento e que "não pode ser como eu quero".

Gostaria de reforçar que, sendo um serviço público, a recolha de resíduos volumosos deveria estar acessível a TODOS os cidadãos, independentemente das suas capacidades físicas, condições de habitação ou suporte familiar. A forma como o serviço está a ser prestado cria barreiras para pessoas em situação de vulnerabilidade e não promove a inclusão social que se espera de um serviço público.

Solicito assim que seja revista a forma de atuação deste serviço e que sejam criadas condições mais acessíveis e igualitárias para todos os munícipes.