Exmº Sr. Presidente do Conselho de Administração do
Hospital de Vila Real
Venho por este meio solicitar informação relativa à doente Candida de Jesus Fernandes, que durante a tarde de ontem (dia 19) foi transferida desse hospital.
A doente deu entrada, no hospital de Vila Real dia 14 de maio, segundo fui informada telefonicamente, por enfarte.
Ali foi-lhe feito o teste Covide, o qual deu negativo.
Ontem, dia 19, às 17h, foi transferida para o Hospital de Bragança porque, segundo o médico, da parte de cardiologia, a doente já se encontrava estável, mas que iria precisar de fazer nova TAC pois a nível neurológico apresentava quadro confuso, instável, fala impercetível e que a TAC realizada revelava a existência de coágulo na cabeça.
Para surpresa minha, hoje dia 20, pelas 11h, ao contactar o Hospital de Bragança, para saber informações relativamente ao estado da minha mãe, fui informada que não se encontrava ali e que teria sido transferida nessa mesma tarde (do dia 19) para o Hospital de Mirandela.
Contactado esse Hospital referiram-me que a minha mãe não foi aceite em Bragança e pelo facto foi de seguida para Mirandela. E, o mais inexplicável, para a Medicina Covide, quando ela não tem Covide. Estranhamente seria tê-lo, quando esteve confinada durante todo o tempo em que a Pandemia se instalou no nosso país. A minha mãe, com teste negativo, feito no hospital de Vila Real, foi transferida para Bragança e de Bragança para Mirandela. Esta doente foi transferida porque precisava de tratamento urgente de neurologia, não de COVID -19. Agora expliquem-me por favor o porquê da transferência de Neurologia/medicina interna de Bragança (onde não chegou a dar entrada), para Mirandela. Possivelmente todos estes factos são alheios ao conhecimento de V. Exa. e não são responsabilidade desse Hospital, mas por isso lhe peço encarecidamente que se inteire dos mesmos.
Do hospital de Vila Real disseram que a paciente iria ser transferida para Bragança. Só que desse centro de nada me foi dado conhecimento, não tive informação nenhuma relativamente a estas alterações imprevistas e inexplicáveis. A minha mãe, andou de lado para lado, ao sabor de vontades não sei de quem, feita joguete que se descarta, por ser mais uma neste momento, entregue à sua pobre sorte.
No meu entender, foram cometidos erros humanos, erros em cima de erros, altamente prejudiciais ao estado de saúde da minha mãe, com 87 anos de idade (coágulo na cabeça), a exigir tratamento inadiável e não de viagens e deslocações penosas, que nada abonam na situação em que ela se encontra e que V. Exa sabe melhor do que eu.
Pelo facto, exijo explicações, uma vez que , depois de ter contactado telefonicamente a DGS, me ter sido dito para o fazer por escrito.
Considero que a minha mãe não está a ter o encaminhamento adequado e se a minha mãe apanhou, ou apanhar Covide, vou certamente responsabilizar quem deve ser responsabilizado, porque estão a contrariar todas as orientações que a Senhora Diretora Geral de Saúde preconiza e que continuamente difunde, dando a conhecer a forma eficaz cuidadosa e preventiva de procedimentos do Serviço Nacional de Saúde, no sentido de tranquilizar todos os doentes para que não deixem de recorrer aos serviços hospitalares. Pelos vistos não é isso que acontece…..
Neste sentido, solicito o apuramento de responsabilidades, porque quero e exijo que a minha mãe seja tratada dignamente e ao problema de saúde que realmente tem.
Aguardo contacto/resolução urgente. Caso isso não aconteça, tentarei através de outros meios, chegar a quem de direito.
Maria da Conceição Fernandes Lopo
Data de ocorrência: 20 de maio 2020
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