Estou aqui a demonstrar o meu choque pela ineficiência dos serviços do estado em relação às pensões por morte e comparticipação das despesas de funeral. Estou tão chocada com este tema como estou com o facto de elegerem Donald Trump para a presidência dos EUA. O meu marido e companheiro de uma vida por 20 anos, pai dos meus dois filhos faleceu dia 30 Abril 2016. De repente e sem qualquer preparação da nossa parte a vida tirou o nosso pilar.
No inicio de Maio a agência funerária tratou dos papeis todos e enviou á Segurança Social, tenho os comprovativos em como foram enviados todos os documentos necessários. Em Julho voltaram a pedir documentos que já tinham sido entregues e voltei a entregar tudo a 2 de Agosto. Até agora a única coisa que recebi foi a pensão dos meus filhos. O facto de estarmos em união de facto apesar de ter comprovado a união parece ter atrasado a pensão. Estamos em Novembro e até agora nem pensão nem subsidio de funeral e qual não foi o meu espanto quando me responderam por telefone que o meu processo nem é o mais atrasado de todos.
Viver a morte do meu marido, apoiar os meus filhos, desempregada e sem o salário dele tem sido o maior desafio da minha vida. Apesar de já estar a trabalhar a situação financeira desta família continua muito difícil e como esta quantas famílias mais há? Alguém no Centro Nacional de Pensões ou no estado se preocupa realmente com as pessoas? Alguém no Centro Nacional de Pensões ou no estado pensa se aguentamos? Alguém pensa se a nossa sanidade mental está em causa? Se há coisa que aprendi nos últimos anos desde que fiquei desempregada em 2009 pela primeira vez foi que o estado português e as instituições que o representam não estão minimamente interessados nos cidadãos. Estão interessados e muito em cobrar os impostos e as taxas.
Nesta parceria entre cidadãos e estado chego à triste conclusão que o cidadão tem apenas deveres e o estado tem apenas direitos. E é este o estado da democracia em Portugal! Cabe-nos a todos o dever de sermos moralmente melhores uns com os outros, isto evitaria seguramente o aumento dos suicídios, das doenças mentais e de tantas aflições que assolam o ser humano hoje.
Esta reclamação é também um desabafo sobre o meu país, sobre todos nós que diariamente nos desmontamos para dar aos nossos filhos o melhor possível. Espero que alguém leia e que alguém possa tomar uma atitude. Espero sinceramente que alguém tenha a coragem de agir.
O melhor que se tem a fazer é escrever uma carta ao presidente Marcelo pode ser que resolva. Encontro-me numa situação parecida e infelizmente até hoje não obtive qualquer tipo de resposta. Coragem.
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