Exmos. Senhores,
Desde 2002, ano do falecimento do meu pai, que recebo uma pensão de sobrevivência. A condição para receber esta mesma é enviar, todo os anos, um comprovativo de que ainda estudo (prova escolar), neste caso a matrícula da escola/faculdade em questão. Todos os anos faço isto e nunca tive quaisquer problemas.
Este ano letivo, em Setembro, quando me matriculei na universidade, enviei (como sempre) a prova escolar. Pedi o comprovativo de matrícula nos serviços académicos, fui aos correios e pedi para este ser enviado com aviso de receção (sendo que, neste caso, os documentos que enviei só poderiam ser entregues mediante a apresentação do cartão de cidadão do funcionário em questão do centro nacional de pensões). No dia seguinte, ao entrar no site dos CTT, consegui ver através do código de rastreio que os documentos tinham sido devidamente entregues. A partir deste momento, fiquei descansada. Tinha feito a minha parte. Pois bem, em Portugal as coisas não funcionam assim. Fazes a tua parte e mesmo assim ficas a dever algo a alguém. Algo que é teu, por direito. Isto porque, em Fevereiro deste ano, para minha surpresa, recebi uma carta do Centro Nacional de Pensões a avisar que a minha pensão ia ser suspensa por não ter apresentado os documentos solicitados no devido prazo. Estranhei, mas sendo a pessoa prevenida que sou, tinha toda a documentação dos correios que comprovava que os documentos tinham sido enviados em Setembro (com o devido código de rastreio que comprovava isso). Fui à faculdade buscar outro comprovativo de matrícula, e enviei a devida documentação para o email indiciado. Quando percebi que enviar uma mensagem para esse endereço eletrónico é equivalente a mandar um e-mail para ninguém, dirigi-me pessoalmente à segurança social e entreguei os documentos em mão. Foi-me entregue um comprovativo por parte da funcionária que inclui, de forma discriminada, todos os documentos que foram entregues. Foi-me também dito que, embora pudesse demorar até 2 meses, todos os meses que tinham estado suspensos iam ser pagos de forma integral, uma vez que se tratava de um erro da parte deles. Mais, informou-me que não foi nada "pessoal", mas que tinha acontecido com todos os comprovativos de matrícula que tinham sido entregues por correio. Algo, no mínimo, estranho, visto que na carta que foi enviada no verão dizia que uma das formas que poderíamos entregar a prova escolar era por correio. Ainda mais estranho é se pensarmos que foi sempre assim que fiz a entrega da prova escolar e nunca tive problemas. Enfim. Estamos em Julho e não há sinais da pensão. Ligo vezes sem conta para a segurança Social e ninguém me sabe dar respostas. Só sabem dizer que a pensão está suspensa por não ter apresentado prova escolar... Sinceramente, nem sei se é a gozar com a minha cara ou não. Como o nome indica, trata-se de uma pensão de sobrevivência. Neste caso, que serve para pagar os estudos. Como podem imaginar, a minha faculdade não quer saber os motivos pelos quais tenho as propinas em atraso. É-lhes indiferente a vossa incompetência. Peço, por favor, que ganhem vergonha na cara. Estão a brincar com a cara das pessoas. Nem se quer têm respostas para os problemas que vocês criam.... Não sei mesmo como é que isto é possível. Deixem-se de brincadeiras e façam algo. Estamos fartos que brinquem connosco! Tenho uma colega que está na mesma situação e está igualmente desesperada. E com toda a razão....
Embora a esperança seja pouca, o
desespero fala mais alto. Já esgotei todos os recursos possíveis.
Aguardo uma resposta o mais breve possível. Uma justificação, no mínimo.
Atenciosamente,
Inês Vasconcelos
Péssimo em todos os níveis.
Voltaria a fazer negócio? Não
A prova escolar faz-se no site da Segurança Social Directa. De resto.. o relato é o retrato deste estado sugador e ordinário.. que não tem respeito nenhum pelos cidadãos.
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