Exmos. Senhores,
Pretendo com esta reclamação expor uma situação de má conduta por parte de uma filial da Century21 (Century21 *) que em nada se coaduna com o reconhecimento e prestígio da empresa mãe.
No dia 26 de Março de 2022 a agência Century21 * publicou o anúncio de um imóvel T2 na Mina de Água (Amadora) tendo como consultor associado a Sra. ***. No mesmo dia, contactei a consultora para que fosse agendada uma visita ao imóvel e, no dia 28 de março, a visita foi realizada. Tendo ficado interessada em adquirir o imóvel, no dia 29 de março enviei um e-mail dirigido à consultora responsável, apresentando uma proposta formal para aquisição do mesmo. Ao pedir a subida de valor da minha proposta, a consultora partilhou dados pessoais de outro potencial interessado na aquisição da casa, reencaminhando diretamente o e-mail do potencial comprador para mim, algo que admitiu não ser usual mas que demonstrava transparência. Ou falta de proteção de dados dos clientes.
Tendo conhecimento de uma proposta de valor mais elevado e das condições da sua realização, aumentei o valor da minha proposta inicial. No entanto, os proprietários recusaram a oferta e fizeram uma contraproposta. Novamente, a recusa da oferta foi-me apresentada através de um e-mail reencaminhado que continha vários dados pessoais dos proprietários, incluindo local e e-mail de trabalho.
Dado o elevado interesse que tinha no imóvel, pedi os documentos do mesmo para avaliar áreas e conformidade de todos os parâmetros e, assim, decidir se queria aceder à contraproposta dos proprietários. Foi nesta altura que notei existirem vários problemas nos documentos do imóvel: durante a visita, o imóvel foi apresentado juntamente com a suposta área exterior correspondente e que estaria alocada à fração. No entanto, a certidão permanente e a caderneta predial referiam uma outra área exterior diferente, significando que a filial está a vender o imóvel com a área exterior de outro proprietário do prédio. Além disso, a planta do imóvel fornecida pela agência estava pouco legível e a consultora escreveu a caneta, por cima das divisões, áreas que não correspondiam às áreas reais do imóvel pois a sua soma não equivale ao que está descrito nos documentos. Por várias vezes contactei a consultora por e-mail para que esclarecesse estes equívocos mas nunca obtive resposta.
No dia 08 de abril, o diretor comercial da mesma filial, Sr. **, ligou-me na tentativa de que aceitasse a contraproposta dos proprietários. Expliquei-lhe os meus receios, indicando que existiam documentos em falta e que o valor que pediam não ia ser correspondido pela avaliação do banco. Em resposta, o Sr. ** garantiu que tudo estava correto com os documentos e que iam pedir a planta correta à Câmara Municipal da Amadora para o comprovar. Acrescentou ainda que conhecia bem o mercado imobiliário e que podia confiar que a avaliação bancária iria corresponder ao valor por eles pedido. Para demonstrar o seu entendimento e confiança no que dizia, o Sr. ** comprometeu-se ainda a cobrir os custos da avaliação, algo que recusei por não parecer correto vindo por parte do diretor comercial de uma agência. Ainda assim, confiei na previsão que me apresentaram e fiquei a aguardar a planta da Câmara ao mesmo tempo que aceitei a contraproposta e pedi a avaliação do imóvel ao banco.
No dia 18 de abril recebi os resultados da avaliação. O valor do imóvel segundo o perito não correspondia ao valor pedido pelos proprietários e que tão seguramente foi defendido pelo diretor comercial da filial. Além disto, no relatório da avaliação constava que a licença de habitação não foi apresentada ao perito no momento da avaliação. Assim, enviei novamente um e-mail para os Srs. ** e *** anexando o relatório da avaliação e descendo a minha proposta para corresponder a estes novos dados. Voltei também a pedir que apresentassem a planta da câmara e a licença de habitação. Para meu grande espanto, nesse mesmo dia recebi um telefonema da Sra. *** dizendo que os proprietários não aceitavam o valor da avaliação e que já não me venderiam o imóvel pois iriam optar por outra proposta mais elevada. Isto após me ter comprometido a realizar a avaliação para a aquisição do imóvel e de, no processo, ter perdido 250 euros.
Decidi então manter a proposta em vez de baixá-la de acordo com o valor da avaliação. No entanto, frisei que precisaria de analisar os documentos que até então sempre tinham ocultado. Disseram que não o fariam por ter pressa de vender o imóvel e iam passar para outra proposta sem existir nenhuma justificação plausível para tal. Afirmaram ainda que sempre souberam que a casa que estavam a vender apresentava a área exterior trocada nos documentos mas que iriam continuar a apresentá-la como sendo aquela a possíveis compradores, algo que é inaceitável.
Considerando a partilha de dados pessoais de clientes e possíveis compradores, a omissão de dados e documentos essenciais na compra e venda de um imóvel e a postura dos membros da filial acima mencionados, considero que, quer por má fé ou por negligência, a conduta desta filial mancha o nome da Century21 e deve ser exposta para que incidentes como este não sejam repetidos.
Com os melhores cumprimentos,
Sara Salgado
Data de ocorrência: 6 de maio 2022
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