Em má-hora comprei um colchão de viscoelástico Colmol, que custou €498, mais €36,90 do transporte. Foi-me entregue na manhã de 11-7-2019. Logo que abri o plástico da embalagem, libertou-se um cheiro horrível a compostos orgânicos voláteis. Por isso, em vez de o pôr na cama, deixei-o em pé a arejar, entre duas janelas abertas em corrente de ar.
Telefonei de imediato ao vendedor, que foi quem veio entregá-lo. Só me atendeu bastante tarde e negou repetidamente que o colchão pudesse emitir algum odor. Vi logo onde estava metida. Mas, segundo a garantia, «os produtos novos podem, ocasionalmente, libertar um certo odor durante os primeiros dias. Desaparece em poucos dias e não é nocivo.» Assim, decidi esperar. Foi difícil, pois tinha muitas dores de cabeça, náuseas e irritação nos olhos, sintomas que me passavam quando saía de casa. Na primeira noite nem consegui dormir, tal era a intensidade do cheiro; depois, mudei o colchão para uma sala pouco usada, onde continuou, e continua, a arejar. Ao longo da primeira semana, o cheiro foi perdendo intensidade e deixou de se espalhar por toda a casa, mas ficou-se por aí. Ainda sinto o odor químico, seguido de náusea, quando passo perto do colchão ou tento cheirá-lo. A intensidade varia: às vezes, sente-se menos e à noite, não sei porquê, é pior.
No dia 22-7-2019, enviei à Colmol uma reclamação por e-mail, pedindo a recolha do colchão e a devolução do dinheiro, por desconformidade do produto. No dia 25, o vendedor veio inspeccionar o colchão. Como era de esperar, não encontrou nenhum problema, dizendo alternadamente que não cheirava a nada e que só cheirava «a colchão novo». Menos de 24 horas depois, enviou-me um e-mail com a mesma conversa e dando o assunto por encerrado.
Para mim, não está encerrado. Sei que não fui a única pessoa a comprar um colchão com cheiro insuportável, pois há diversos relatos na net de casos idênticos, ocorridos com várias marcas. Ora, é bom que se saiba (antes de isto me ter acontecido, eu também não sabia) que o viscoelástico é feito de poliuretano, um derivado do petróleo em cujo fabrico são utilizados químicos tóxicos, um dos quais até possivelmente cancerígeno. É da libertação desse composto orgânico volátil que provém o odor desagradável de certos colchões: https://www.ecycle.com.br/component/content/article/13-consuma-consciencia/2122-saiba-composicao-material-materiais-colchao-colchoes-espuma-mola-plastico-poliuretano-substancias-contaminantes-quimica-nociva-nocivo-retardante-chamas-contaminacao-riscos-saude-humana-carcinogenico-cancer-alternativas-sustentaveis-sustentavel-algodao.html
https://es.myessentia.com/blogs/colchon-101/lista-de-productos-quimicos-en-los-colchones
Têm colchões muito confortáveis mas não dizem a verdade toda acerca dos componentes e processo de fabrico. Nisso não estão sós, é o que fazem praticamente todas as marcas de colchões hoje em dia.
Voltaria a fazer negócio? Não
Para deixar o seu comentário tem de iniciar sessão.