No passado dia 7 de janeiro, depois de umas pesquisas efetuadas online sobre serviços de alisamento na zona do Parque das Nações e antes de adquirir um cupão de alisamento na plataforma MYGON, contactei o centro de estética e cabeleireiro DINARTE (Alameda dos Oceanos, Terreiro das Ondas, Lote 4.32.01-B), um dos espaços que tinham um acordo com aquela plataforma para a realização de um serviço profissional de alisamento.
Pedi, entre outras, informações sobre os produtos usados, tendo-me sido garantido pela pessoa que me atendeu (que, no dia seguinte, verifiquei ser a mesma profissional que me iria prestar aquele serviço), que os produtos utilizados (INOAR) eram de qualidade e que, inclusive, tinha resultados semelhantes a outros de uma marca que eu conhecia e já tinha utilizado antes (PURAH). Tendo ficado descansada com as informações prestadas efetuei desde logo a marcação para o dia seguinte.
Adquiri então o cupão da oferta MYGON. No dia marcado fui recebida pela profissional que viria a efetuar o alisamento (SÍLVIA), tendo decorrido tudo dentro da normalidade até ao momento em que, depois de aplicado o produto e de o mesmo atuar durante um longo período (25 ou 30min), a dita ‘profissional’ ter efetuado uma parte do procedimento com a ajuda de uma ‘prancha’, altura em que me comecei a queixar da temperatura, afastando por diversas vezes a cabeça da prancha e dizendo que estava demasiado quente ou que me estava a queimar.
Com efeito, por diversas vezes, senti o ‘escalpe’ arder. Tanto foi que, chegada a lavagem (em que foi usada água fria, segundo a ‘profissional’ para provocar um choque térmico) e depois a secagem, senti, primeiro, um alívio, e depois, durante a secagem, cheguei a ter de pedir que baixasse a temperatura do secador, uma vez que me estava a ‘arder’.
Findo o trabalho, paguei o valor acordado (€50), deram-me o comprovativo do pagamento (mas nada de fatura!) e saí. Passei a tarde a sentir o escalpe a arder e um certo prurido. Na altura já achei estranho, mas só me comecei a queixar realmente quando, à noite, levando a mão fria ao couro cabeludo (a única forma de aliviar aquele ardor e a comichão), começaram a sair crostas húmidas da parte inferior esquerda da cabeça, perto da nuca.
No dia seguinte, o ardor e a comichão aumentaram significativamente.
Dirigi-me àquele estabelecimento a fim de reclamar e pedir o meu dinheiro de volta, considerando que era inadmissível pagar por um serviço supostamente profissional, para sofrer lesões corporais (isto sem falar no facto de o ditto alisamento nem sequer ter resultado, mas isso ainda foi o menos!). A mesma ‘profissional’ que me recebeu no dia anterior, ao ouvir isto, reagiu, primeiro, rindo-se e depois descartando qualquer responsabilidade e dizendo que podia ser uma reação ao produto, desvalorizando a questão. Ainda assim, propôs-se a analisar o meu couro cabeludo, juntamente com outras Colegas suas, e acabou por reconhecer (não sem antes dizer que não via nada) que havia ali uma zona ‘vermelha’, que parecia mais sensível. Propôs a aplicação de umas gotas para acalmar aquela ‘sensibilidade’, que eu recusei dizendo que pretendia que um médico visse aquilo antes de aplicarem qualquer produto.
Preenchi a devida reclamação no livro de reclamações do estabelecimento e conversei ainda com, presumo, a proprietária, que me disse não poder devolver o dinheiro por se tratar de um acordo com a MYGON. Como lhe disse na altura, era indiferente, uma vez que tencionava ir ao serviço de urgências da CUF e seguir com aquela reclamação pelas vias oficiais, juntando o relatório médico.
Dirigi-me ao serviço de urgências, mas estavam 40 pessoas em fila de espera para a triagem. Considerando que a minha bebé de 8 meses não podia ficar eternamente no colégio, saí de lá e passei antes numa farmácia (Farmácia xxx, na Av. Almirante Gago Coutinho, n.º x) para pedir algum produto que acalmasse ou tratasse aquele ardor e comichão. A técnica farmacêutica disse de imediato que o couro cabeludo estava queimado e recomendou a aplicação de uma pomada cicatrizante que adquiri desde logo.
Passado o fim de semana, e continuando o ardor e a comichão e permanecendo as lesões, pedi uma consulta de dermatologia. Na consulta, no dia 14, a médica dermatologista da CUF Descobertas confirmou que havia lesões causadas por queimadura (razão pela qual tinham saído aquelas crostas húmidas iniciais): duas lesões com crosta e uma lesão avermelhada, todas na parte inferior da cabeça, junto da nuca. Receitou o tratamento com antibiótico, considerando que havia uma infeção (que explicava um alto visível que tinha na cabeça, uma espécie de 'galo' que entretanto tinha aparecido) e passou Informação Clínica nesse sentido.
Fiz posteriormente uma pesquisa adicional sobre os produtos INOAR usados, tendo ficado surpreendida por verificar que houve dois passos do procedimento de aplicação que não foram seguidos pela ‘profissional’ identificada supra: (i) não foi efetuado qualquer teste usando apenas uma mecha do cabelo, que, segundo a marca, é procedimento comum em qualquer serviço de alisamento e (ii) o produto foi aplicado desde a raiz, não respeitando a distância de 1cm que a marca recomenda na aplicação dos seus produtos, o que pode bem explicar as queimaduras que me foram infligidas.
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