Exma. Senhora,
Apresentando os nossos melhores cumprimentos, vimos por este meio acusar a receção da reclamação que nos dirigiu, a qual mereceu a nossa melhor atenção.
Assim sendo, informamos que o conteúdo da mesma, foi colocado à apreciação dos respetivos intervenientes (médico e motorista) pelo que, abaixo veiculamos os esclarecimentos, por estes facultados.
Médico:
“A paciente mostrou-se agressiva logo na minha chegada, dirigiu-se a mim de forma incorreta e agressiva.
Apresentou um teste Covid Positivo. Recusou contactar a Linha de Saúde 24, recusou avisar a companhia de seguros da qual era cliente de que tinha um testes covid positivo.
Chamou-me “filho da * PROIBIDO *”…
Da minha parte e do motorista, foi efetuada uma chamada para a coordenação, avisado o supervisor de serviço e explicada a situação.
Ainda por vontade própria, avisei sobre a possibilidade de fazer a observação, com o equipamento de proteção necessário, mas a utente saiu do domicílio com o seu marido e começou a nos insultar de novo, pronunciando palavrões pesados. Chamando-nos de novo filhos da * PROIBIDO *, o marido da utente levantou a mão para agredir o Sr. Luís, o motorista. A utente gravou com o seu telemóvel toda a situação, todas as ameaças e insultos (…)”
Motorista:
“Como foi comunicado ao supervisor, e posto em relatório médico, o que se passou foi o seguinte:
A senhora em questão é oriunda do Chile, e só por esse motivo eu falei com a senhora para lhe explicar (visto que falo 5 línguas, e o Dr. Aleks embora se expresse bem em português, não estava a ser bem entendido), o motivo pelo qual não iria fazer a consulta.
Visto que a senhora não queria entender que teria que ligar para a Saúde 24, eu desejei-lhe boa tarde, e de regresso ao carro começou a nos insultar dizendo filhos da * PROIBIDO * por inúmeras vezes.
Perguntei-lhe porque estava a reagir dessa forma, visto que nós só estávamos a tentar ajudar dizendo que era uma questão de saúde pública, o marido levantou a mão dizendo que o que merecia era algo, que se subentende o que seria.
Ao que eu respondi para não fazer o que estava tentando fazer, porque a sua esposa estava a filmar. Jamais, fui rude ou mal educado ou tentei agredir alguém, porque se está filmado como a senhora disse, então está tudo provado.
Espero ter sido esclarecedor (…)”
Gostaríamos apenas de acrescentar que, de acordo com as atuais leis em vigor, da Direção Geral de Saúde, em Portugal, todos os casos de Covid positivo devem, sem exceção, ser encaminhados para o Serviço Nacional de Saúde, via Linha Saúde 24. Desta forma, torna-se legítima a recusa por parte do médico, salvo, se o doente se encontrar em perigo de vida.
Por último, esclarecemos que, por possuir um seguro que cobre as despesas relacionadas com Covid, não legitima o contágio, neste caso a um médico, que por sua vez poderia contagiar, inúmeras outras pessoas.
Lamentando, desde já, todo este desagradável episódio, fazemos votos para que se encontre bem de saúde.
Sem outro assunto de momento, subscrevemo-nos com consideração, ficando desde já disponíveis para qualquer esclarecimento adicional.
Atentamente,
Lurdes Guerreiro
Direção Gestão de Rede
Rua Tomás Ribeiro, 71 Piso 1 e 2 | 1050-227 Lisboa
Líder na Assistência Médica Domiciliária
www.eccosalva.pt
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