Jogos Santa Casa - Adição provocada pelos produtos vendidos

Venho por esta forma reclamar a gama de produtos vendidos por esta entidade, nomeadamente as raspadinhas e as apostas no euro milhões e totoloto. Estando estes produtos ou serviços enquadrados como jogos de azar e altamente aditivos especialmente nas classes mais pobres em virtude dos seus parcos rendimentos e olhando para este serviço como uma tentativa de aumentar esses mesmos parcos rendimentos, não sendo muito diferente de ir a um casino.
Neste momento tenho a minha mãe, com uma pequena reforma, e que infelizmente, gradualmente foi-se deixando viciar no produto raspadinhas, onde como num clássico vicio, recusa-se admitir que já há anos ultrapassa qualquer limite são para este tipo de jogos, mesmo ela e eu vendo as suas reservas financeiras decrescendo de mês para mês sem que eu possa de forma efetiva ter poder de fazer algo para tentar combater este vicio.
Aqui reside a minha reclamação, uma reclamação a titulo individual mas que poderia ser muito bem uma reclamação coletiva tendo em conta o flagelo que esta questão está criando em centenas ou milhares de pessoas ou famílias que chegam inclusive ao ponto de ficarem na miséria sem dinheiro algum. Isto ainda se reveste de uma surrealidade tal que a entidade que gere e recebe todo o dinheiro investido, Santa Casa da Misericórdia, é a mesma que supostamente tem como um dos supostos objetivos, ajudar pessoas carenciadas, muitas delas levadas à miséria pela própria entidade que as poderia ajudar. A isto eu chamo um ato imoral.
Posto tudo isto, sendo jogos de azar geridos por tal entidade, no mínimo deveria de haver uma anuência por parte da Santa Casa de Misericórdia e estudar e desenvolver na prática formas de proteger e auxiliar as pessoas que descrevi acima, tal e qual como a minha mãe. Julgo que seria justo e moralmente aceite o dever de financiarem pedidos ou clinicas de tratamento de vícios de jogos. Deixo esta reclamação/reflexão porque devido ao vosso serviço sinto-me lesado, está a minha mãe lesada sem que eu consiga fazer muito para tentar resolver este grande flagelo, o que para mim, tendo em conta a entidade que é, simplesmente é IMORAL.

Após ler a vossa resposta, julgo que haveria muito mais a fazer pela vossa parte no sentido de 'proteger' as pessoas com maior predisposição à adição do jogo. Por coincidência hoje é anunciada mais uma raspadinha de 1€ para pagar museus, logo não creio que haja vontade seja de quem for de ver esta situação de frente....