A minha mãe está internada na ortopedia com uma fratura do fémur desde o dia 5/maio, em tração.
Segundo o ortopedista a operação devia ocorrer em 48h, mas por não haver bloco terá que aguardar previsivelmente 3 semanas ou mais.
Não consigo compreender os procedimentos médicos, ou a ausência de explicações coerentes.
Após a entrada na urgência e ter sido diagnósticada a fratura, aguardou a colocação de gesso para imobilizar a perna, com todo o sofrimento que isso envolveu. Horas depois, é levada ao bloco, retirado o gesso e colocado os ferros que permitem a tração.... Isto é normal?, Dois procedimentos técnicos com elevados custos para o doente?
Obviamente que a minha mãe é mais uma idosa. É também doente oncológica, com mieloma múltiplo, faz quimioterapia neste hospital e encontra-se num estado muito debilitado, com um quadro de dor complexo.
Percebo as dificuldades decorrentes das obras no bloco, não percebo como se estabelecem as prioridades, nem porque não se transferem estes doentes para outro hospital.
Não percebo como um hospital distrital, gere doentes/vidas e também recursos financeiros públicos desta maneira.
Um mês de espera, com custos, uma operação mais complexa e com maiores riscos, e um processo de reabilitação mais difícil e longo. Isto é serviço público.
Os hospitais são locais de tratamento, ou de espera do fim?
Esta também é uma opção possível, mas então criem condições de conforto.
Exijo dignidade no tratamento de doentes, famílias e dinheiros públicos.
Ana Cláudia Mendo
Para deixar o seu comentário tem de iniciar sessão.