Venho junto vós solicitar ajuda para resolver um problema que está a ser criado pela gerência do Hotel Eira da Pedra em Vila Nova de Mil fontes.
No dia 27 de Agosto reservei naquele hotel um quarto duplo para uma estadia compreendida entre os dias 12 e 16 de Agosto. Após contacto com a unidade hoteleira foi-me solicitado um valor correspondente a duas noites, ou seja 128,00€, quantia que prontamente foi transferida para o NIB mencionado.
Contudo, alguns dias após ter organizado as minhas férias, surgiram alterações de ordem profissional que me forçaram a cancelar as mesmas o que inclui-o o cancelamento da reserva no Hotel Eira da Pedra, tendo este sido efectuado por telefone e por email no dia 4 de Agosto.
Nesse momento, solicitei a devolução do valor cativo uma vez que em momento algum me foi comunicada a possibilidade de uma não devolução por motivos de cancelamento e por outro lado, o mesmo cancelamento foi efectuado atempadamente, não existindo por isso lugar a qualquer pagamento por se vir a verificar um no show, situação que embora não generalizada, é prática comum na maioria das unidades hoteleiras quando não se realiza um cancelamento até 24 horas anteriores à data de entrada.
Em resposta à tentativa de recuperação do meu dinheiro, o melhor que consegui por parte da gerência do supra citado hotel resume-se à seguinte declaração recebida via email: “O VALOR SERÁ RESTITUÍDO ASSIM QUE TENHA UMA NOVA RESERVA PARA ESTE QUARTO, CASO CONTRARIO NÃO AVARA RESTITUIÇÃO É POR ESTES MOTIVOS QUE PEDIMOS UM ADIAMENTO.” (o mau português e os erros ortográficos constam na mensagem original).
Inconformada com tão insultuosa mensagem, tentei mais uma vez junto da gerência esclarecer que a solução apresentada em nada servia os meus interesses e que a mesma se revestia de um carácter anedótico, pois jamais uma unidade hoteleira poderá fazer depender a devolução do valor da reserva de circunstâncias alheias à conveniência dos potenciais turistas, nomeadamente, no que se refere ao facto de conseguirem ou não vender a outros clientes o quarto, bem como, esclareci que nunca estiveram reunidas as condições de validade da operação de débito do valor retido, por faltar a assinatura do consumidor final. Informei, igualmente, que caso a postura da gerência desta unidade hoteleira se mantivesse iria apresentar formalmente reclamação junta das entidades reguladoras.
Em resposta ao meu segundo email, surgiu nova mensagem com o mesmo tom irónico e ausência de credibilidade, desta feita com o seguinte conteúdo: “A SENHORA NÃO QUER RECEBER O VALOR DE VOLTA, ENTÃO POR QUEM TANTA AMEAÇA. RELEMBRO QUE FOI A SENHORA QUE ENTROU EM CONTACTO COM O HOTEL E QUE FEZ A TRANSFERÊNCIA, NÓS NÃO A OBRIGAMOS A NADA.” “SE NÃO QUER ESPERAR AVANCE COM AS AMEAÇAS ISSO SÓ PIORA A SITUAÇÃO.”
Desacreditada de vir a obter uma resolução para este problema que passe pela devolução do meu dinheiro sem a intervenção de terceiros, tive ainda a oportunidade de esclarecer os aspectos levantados pelo Sr. ORLANDO, finalmente o nome por detrás do cargo de GERENTE do Hotel Eira da Pedra em Vila Nova de Mil fontes. Assim tentei deixar-lhe o mais claro que pude que:
1. “Em momento algum afirmei não querer receber o valor de volta, foi aliás o motivo contrário que me levou a contacta-lo;
2. Fomos nós que abordámos o vosso hotel, porém a transferência do valor em causa foi realizado por imposição vossa;
3. Solicitaram um endereço para a devolução do nosso dinheiro, contudo apresentaram condicionalismos à restituição da referida quantia, nomeadamente o facto de só o fazerem caso conseguissem vender o quarto em causa, facto que como é óbvio não aceitamos;
4. Uma transferência bancária, em território nacional, leva no máximo 24 horas a ser consumada, um cheque em correio azul leva o mesmo tempo a chegar ao seu destino, logo não necessita de mais tempo para o efeito. Todo o tempo excedente é entendido por ilícita retenção de algo que não vos pertence;
5. Já esperámos mais que o tempo necessário para que se pudesse alcançar uma resolução favorável a ambas as partes, relembro-o que a anulação da nossa reserva foi efectuada no passado dia 4 de Agosto;
6. Em momento algum o Sr. foi ameaçado do quer que seja, foi sim atempadamente informado do seguimento que este assunto irá tomar, resultado da vossa inércia, ao não se vislumbrar qualquer manifestação em solucionar a problemática em causa e, pelo contrário, verificar-se uma ilegal retenção de capital afecto à nossa pertença.”
Após este email não voltei a ser contactada pelo Sr. Orlando. Em suma o melhor que consegui foi tomar conhecimento que apenas irei receber o valor cativo após nova reserva para o quarto em questão. Questiono então como poderei eu aferir que a mesma existirá e quando existirá, imaginem que este quarto deixa de ser reservado durante os próximos anos, o meu dinheiro ficará em caixa até esse momento!?
A actividade turística em Portugal tem crescido ao longo das últimas décadas e contribui presentemente com mais de 11 % para o PIB do país, porém é imperativo que o sector se guarneça de profissionais sérios e dignos de ocuparem cargos com representatividade das regiões e territórios que acolhem turistas nacionais e estrangeiros e merecem receber o bom trato que se tenta vender nas campanhas promocionais do turismo nacional.
A todos nós, turistas, compete a função de regulação e denúncia de actos como o que vos apresento.
Na tentativa de uma resolução favorável, apelo à vossa colaboração.
Com os melhores cumprimentos,
Ana Raquel Gomes Oliveira
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