Terminei a minha formação superior no ínicio do verão de 2022, seguindo-se o processo de procura de emprego na área. Não obstante a dificuldade que este processo por si só acarreta, após conseguir finalmente uma oportunidade no mercado de trabalho na minha área de formação (em fevereiro de 2023.....), estou agora a enfrentar um processo moroso e totalmente injustificado por parte do IEFP - entidade que devia ser a primeira interessada em combater o desemprego em Portugal.
Em outubro de 2022 depois de uma pesquisa na internet "como inscrever no desemprego", percebi que somos entusiasmados a fazer a inscrição via internet para evitar aglomerados nas instalações do IEFP. De acordo até aqui. Depois de preenchido todos os formulários morosas e pouco intuitivos, toda a formação e identificação minha enquanto contribuinte, cidadã portuguesa e estudante com formação ao nível de mestrado, preenchido também quais as profissões que me interessavam (no mínimo devemos selecionar duas, eu selecionei quatro!), recebi um e-mail a dar-me as boas vindas ao IEFP. Tratando-se de uma instituição que visa ser a solução para o desemprego e que se autointitula como "a ponte entre os portugueses desempregados e as empresas que procuram colaboradores", entendi que estava apta a ser contactada por possíveis entidades interessadas no meu perfil. Ainda assim, continuei as pesquisas paralelas à procura de uma oportunidade que me desse entrada no mercado de trabalho. Fruto do insucesso na minha zona de residência (Fátima - Leiria - Batalha), alarguei a minha pesquisa e comecei a candidatar-me também a vagas que obrigariam uma dinâmica e mobilização diferentes: Lisboa e Porto (uma vez que, supostamente há mais oportunidades). Sem sucesso. Em janeiro 2023 fui contactada por uma empresa de Porto de Mós para começarmos a agilizar todo o processo de candidatura a estágio do IEFP - submetida no início de fevereiro de 2023. Surpresa minha quando sou contactada a 27 de fevereiro porque afinal o meu processo no IEFP não estava regularizado, estava inscrita apenas como "utente" e não como alguém que procura emprego. Prende-se aqui a primeira questão: não será um utente de um centro de apoio ao emprego e formação alguém interessado em arranjar emprego, ainda para mais quando não qualquer tipo de bolsa ou subsídio associado? Pelos vistos não.
Dia 27 fevereiro depois do almoço fui então ao IEFP de Tomar (zona de residência) regularizar toda a minha situação. Muito bem atendida por uma senhora de meia ideia que não perguntei o nome e devia porque foi de um profissionalismo e simpatia de louvar. Explicou-me o processo, deu-me vários documentos que me serão solicitados no futuro (supostamente!!!) e esclareceu-me todas as questões. No final da sessão disse-me que o meu processo já estava aprovado agora era aguardar pelo IEFP de Leiria (zona à qual pertence a empresa), que seria contactada. Destaco que o meu processo foi aprovado a 23 de fevereiro e que a empresa contava que eu iniciasse funções no dia 1 de março.
Aguardei 15 dias pelo contacto do IEFP de Leiria, sem sucesso. Tentei contactar centenas de vezes para perceber como podia facilitar o processo se havia algum documento pendente que podia entregar para agilizar tudo com mais rapidez, não consegui falar com ninguém. No dia 10 de março fui então ao IEFP de Leiria para tentar falar com alguém que me pudesse esclarecer e perceber em que ponto estava o meu processo. Surpresa minha: porque não fiz marcação online o senhor que estava na porta (autointitulado de "segurança" mas sem qualquer identificação que nos permita aferir tal coisa) não me deixou entrar. Perguntou-me qual era o assunto que vinha tratar, quando lhe respondi "estágio profissional" informou-me que "a senhora que trata desse assunto teve que sair numa emergência e não está, vou-lhe dar um e-mail e trata de tudo por aí, não precisa de vir cá". Pergunto-me porque é que, sendo eu cidadã portuguesa desempregada (e não apenas utente do IEFP!!!!) sou proibida de entrar no espaço por alguém que nem sei ao certo se será segurança ou outra coisa qualquer.........
Infeliz com a solução que me deram voltei a insistir e, na segunda-feira 13 de março, agendei online sessão de esclarecimento sobre "estágio e outros programas" às 11h30. Cheguei às instalações às 11h25, identifiquei-me perante o "dito" segurança, mostrei a senha gerada online para o meu agendamento e este informou-me "aguarde ali que já a chamo". Surpresa minha quando me chama para falar através de um telefone com uma senhora que não faço ideia quem seja que se limitou a responder às minhas questões enquanto eu estava na porta do IEFP!!!! Esclarecimento este: "tem de ter paciência porque somos só 4 pessoas e temos mais de 100 processos cada uma"; "o seu processo já foi aprovado a 23 de fevereiro mas ainda não entrou na agenda da colega"; "não vem para aqui fazer nada, fique em casa e aguarde que a colega a contacte". Quando lhe perguntei se havia alguma perspetiva de data disse-me que não, que faltava entrevista, entregar uma série de documentos entre eles o certificado de habilitações do grau de mestre.
Assim, estamos a 20 de março, supostamente arranjei emprego a 1 de fevereiro, mas continuo desempregada, à espera que o IEFP de Leiria pegue no meu processo, sem saber quando isso vai acontecer...... se no dia 21 deste mês se no dia 1 de junho, até lá, "tem que ter paciência".
É desmoralizante enquanto jovem formada com vontade de trabalhar, depois de passar pelo processo de conseguir uma vaga na área (que quem pelo processo passa sabe o quão desmotivador é), ainda ter que aguardar pela entidade que devia ser a primeira interessada e facilitadora a criar a suposta ponte entre entidade empregadora e empregado/ estagiário.....................
Data de ocorrência: 20 de março 2023
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