No Sábado dia 31 de Agosto de 2019 às 12h o meu marido estava a boiar no mar da Comporta, ao lado de Tróia quando sentiu tentáculos a agarrá-lo no peito, braço esquerdo, e na cabeça. Era uma Caravela Portuguesa. Conseguiu libertar-se com as mãos, e conseguiu sair da água e correr a pedir socorro. Tinha dores atrozes e levei-o aos nadadores salvadores, que lhe puseram vinagre e gelo e extraíram os tentáculos com uma pinça. O peito, as mãos e o braço incharam até ficarem seis vezes o tamanho normal. Ele tremia violentamente e gritava com dores, especialmente nas mãos.
Chamaram o INEM mas 40 minutos depois apareceram os bombeiros, que não tinham anti histamico nem corticóides para lhe dar. Foi um horror - demoram 2h34 minutos para lhe administrar o tratamento correto a partir do momento em que foi mordido. Isto aconteceu na estrada a caminho de Melides, onde a ambulância dos bombeiros se encontrou com um carro da INEM, que tinha lá dentro um médico e uma enfermeira. Só depois o levaram para o hospital, onde chegou depois das 15h. Na altura em que finalmente foi socorrido, após 2h34 de dores atrozes, já estava com taquicardia e a entrar em choque, com a tensão muito alta, prestes a ter um ataque cardíaco. O médico do INEM recusou-se a falar comigo e foi preciso perguntar-lhe 4 vezes qual foi o tratamento que lhe tinha feito. Extremamente frio e sarcástico, falava com o meu marido de maneira condescendente e sorria-se a vê-lo gritar de dores. Claramente este médico, cujo nome não me recordo devido ao terror que vivi, era sádico e totalmente desinteressado na dor do paciente. Pergunto-me se era por o meu marido ser inglês.
Depois seguimos para o hospital Litoral Alentejano em Santiago do Cacém. A equipa medica aí foi impecável e procedeu de todas as formas corretas e éticas. Só tenho a agradecer-lhes. Deram-lhe morfina e Tramadol para as dores e foi um alívio quando o vi finalmente a descansar às 17h, sem dores.
Devido á escassez de recursos médicos e falta de formação da equipa que enviaram para um caso destes, trata-se de um caso que se poderia ter tornado fatal. Saí do mar 5 minutos antes do meu marido. Tenho imensas alergias e intolerâncias a medicamentos. No meu caso, não teria sobrevivido 2h34 minutos, que foi o tempo absurdo que demoraram para administrar o tratamento apropriado. Os bombeiros não tinham vinagre nem gelo. O meu marido gritava com dores e o bombeiro que estava com ele não demonstrava qualquer aptidão ou simpatia para lidar com este caso. Decidiram conduzir de encontro ao carro da INEM, e assim que o avistaram, ao fim de mais 30 minutos na estrada para Melides, pararam, e o médico e enfermeira, extremamente antipáticos e carrancudos, saíram nas calmas para o assistir.
A ambulância era pior do que um trator e o meu marido ia aos saltos na maca devido às inexistência de suspensão. Nunca vi nada assim.
Há pessoas sádicas que sentem prazer com a dor dos outros. Este médico demonstrou claramente essas características. Ficámos os dois traumatizados com tal crueldade. Mas gratos por finalmente lhe ter administrado o tratamento correto.
Foi o nosso primeiro dia de férias. E o último, visto o meu marido não poder apanhar sol. Existe um risco de as queimaduras se tornarem necróticas.
É inadmissível que enviem bombeiros para uma situação de urgência destas. Estão decerto a brincar com a vida das pessoas. O trauma do ataque por uma Caravela Portuguesa de tamanho significativo (os nadadores salvadores mataram 2 grandes e uma mais pequena depois do incidente) foi aumentado exponencialmente pela falta de tratamento adequado, na hora adequada. A falta de formação das pessoas que finalmente nos atenderam, Bombeiros ineptos e toscos, seguidos por um médico e enfermeira a agirem sem qualquer brio profissional, sem uma palavra para comigo ou para com o meu marido de conforto ou de informação causaram danos psicológicos a ambos o meu marido e eu. O incidente decorreu no Sábado passado, dia 31 de Agosto de 2019. Agradecia que investigassem a razão para enviar bombeiros para uma situação de envenenamento tóxico e dores atrozes, causados por picadas letais de uma Caravela Portuguesa. No relatório médico, escrito pela enfermeira que acompanhava o médico da INEM, com quem nos encontrámos na estrada de Melides diz que ele foi picado por um insecto e que tinha dores "moderadas". Gostava de saber em que universidade esta senhora andou. O tratamento de corticóides e anti histamico deveria ter sido administrado imediatamente por nadadores salvadores formados para o fazer ou por uma equipa medica adequada que o deveria ter socorrido. Há Caravelas Portuguesas em Portugal desde Maio, contudo o assunto é tratado com irreverência e falta de respeito pela vida humana.
Infelizmente, apenas quem passa por situações destas e semelhantes é que fica a saber o estado em que o país se encontra no que diz respeito a serviços públicos. Não é só na saúde, é transversal a todos os sectores em que o estado deveria garantir pleno funcionamento dos mesmos, mas estão completamente depauperados e a maior parte dos profissionais desmotivados, mal remunerados e sobre lotados do trabalho que têm que fazer a mais pelos profissionais em falta.
Deixar uns reparos... o serviço de emergencia pré hospitalar e feito na sua maioria pelos bombeiros... mesmo que se enviasse uma vmer (carro médico) iria de qualquer das formas uma ambulância... se nao tiver sido acionada uma vmer... os colegas no local passam dados sobre o estado clínico atual da vitima a fim de solicitar a mesma... se a vmer tiver ocupada os bombeiros recebem a resposta por parte do inem do mesmo facto e que procedam ao transporte para o hospital sem acompanhamento médico... e a vmer irá ao encontro assim que possivel (neste caso parece ter sido isso)... eu como bombeiro posso saber para que serve um antiestaminico ou corticoides... mas nao estou habilitado a usa-los... e caso use correta ou incorretamente poderei ser criminalmente penalizado por tal ato... AGORA VAMOS AOS REPAROS PIORES...
O inem nao tem uma vmer por cidadão ( e eu sei o que é essa aflição... ja passei por experiências semelhantes)
O inem nao tem uma vmer por aldeia vila etc...
O inem nao têm uma vmer por hospital...
O inem faz unicamente 10% do serviço de emergência pré hospitalar e em portugal sendo 15% pela cruz vermelha e 75% pelos bombeiros...
Uma ambulância é sempre enviada para o local caso a situação seja considerada emergência...
Espero ter sido esclarecedor
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