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INEM - Envio de bombeiros em vez de uma equipa médica

Sem resolução
Maria de Lurdes Simões Prior Hope
Maria Hope apresentou a reclamação
4 de setembro 2019

No Sábado dia 31 de Agosto de 2019 às 12h o meu marido estava a boiar no mar da Comporta, ao lado de Tróia quando sentiu tentáculos a agarrá-lo no peito, braço esquerdo, e na cabeça. Era uma Caravela Portuguesa. Conseguiu libertar-se com as mãos, e conseguiu sair da água e correr a pedir socorro. Tinha dores atrozes e levei-o aos nadadores salvadores, que lhe puseram vinagre e gelo e extraíram os tentáculos com uma pinça. O peito, as mãos e o braço incharam até ficarem seis vezes o tamanho normal. Ele tremia violentamente e gritava com dores, especialmente nas mãos.

Chamaram o INEM mas 40 minutos depois apareceram os bombeiros, que não tinham anti histamico nem corticóides para lhe dar. Foi um horror - demoram 2h34 minutos para lhe administrar o tratamento correto a partir do momento em que foi mordido. Isto aconteceu na estrada a caminho de Melides, onde a ambulância dos bombeiros se encontrou com um carro da INEM, que tinha lá dentro um médico e uma enfermeira. Só depois o levaram para o hospital, onde chegou depois das 15h. Na altura em que finalmente foi socorrido, após 2h34 de dores atrozes, já estava com taquicardia e a entrar em choque, com a tensão muito alta, prestes a ter um ataque cardíaco. O médico do INEM recusou-se a falar comigo e foi preciso perguntar-lhe 4 vezes qual foi o tratamento que lhe tinha feito. Extremamente frio e sarcástico, falava com o meu marido de maneira condescendente e sorria-se a vê-lo gritar de dores. Claramente este médico, cujo nome não me recordo devido ao terror que vivi, era sádico e totalmente desinteressado na dor do paciente. Pergunto-me se era por o meu marido ser inglês. 

Depois seguimos para o hospital Litoral Alentejano em Santiago do Cacém. A equipa medica aí foi impecável e procedeu de todas as formas corretas e éticas. Só tenho a agradecer-lhes. Deram-lhe morfina e Tramadol para as dores e foi um alívio quando o vi finalmente a descansar às 17h, sem dores.

Devido á escassez de recursos médicos e falta de formação da equipa que enviaram para um caso destes, trata-se de um caso que se poderia ter tornado fatal. Saí do mar 5 minutos antes do meu marido. Tenho imensas alergias e intolerâncias a medicamentos. No meu caso, não teria sobrevivido 2h34 minutos, que foi o tempo absurdo que demoraram para administrar o tratamento apropriado. Os bombeiros não tinham vinagre nem gelo. O meu marido gritava com dores e o bombeiro que estava com ele não demonstrava qualquer aptidão ou simpatia para lidar com este caso. Decidiram conduzir de encontro ao carro da INEM, e assim que o avistaram, ao fim de mais 30 minutos na estrada para Melides, pararam, e o médico e enfermeira, extremamente antipáticos e carrancudos, saíram nas calmas para o assistir.

A ambulância era pior do que um trator e o meu marido ia aos saltos na maca devido às inexistência de suspensão. Nunca vi nada assim. 

Há pessoas sádicas que sentem prazer com a dor dos outros. Este médico demonstrou claramente essas características. Ficámos os dois traumatizados com tal crueldade. Mas gratos por finalmente lhe ter administrado o tratamento correto.

Foi o nosso primeiro dia de férias. E o último, visto o meu marido não poder apanhar sol. Existe um risco de as queimaduras se tornarem necróticas.

É inadmissível que enviem bombeiros para uma situação de urgência destas. Estão decerto a brincar com a vida das pessoas. O trauma do ataque por uma Caravela Portuguesa de tamanho significativo (os nadadores salvadores mataram 2 grandes e uma mais pequena depois do incidente) foi aumentado exponencialmente pela falta de tratamento adequado, na hora adequada. A falta de formação das pessoas que finalmente nos atenderam, Bombeiros ineptos e toscos, seguidos por um médico e enfermeira a agirem sem qualquer brio profissional, sem uma palavra para comigo ou para com o meu marido de conforto ou de informação causaram danos psicológicos a ambos o meu marido e eu. O incidente decorreu no Sábado passado, dia 31 de Agosto de 2019. Agradecia que investigassem a razão para enviar bombeiros para uma situação de envenenamento tóxico e dores atrozes, causados por picadas letais de uma Caravela Portuguesa. No relatório médico, escrito pela enfermeira que acompanhava o médico da INEM, com quem nos encontrámos na estrada de Melides diz que ele foi picado por um insecto e que tinha dores "moderadas". Gostava de saber em que universidade esta senhora andou. O tratamento de corticóides e anti histamico deveria ter sido administrado imediatamente por nadadores salvadores formados para o fazer ou por uma equipa medica adequada que o deveria ter socorrido. Há Caravelas Portuguesas em Portugal desde Maio, contudo o assunto é tratado com irreverência e falta de respeito pela vida humana.

Data de ocorrência: 4 de setembro 2019
Maria Hope
7 de novembro 2019
Recebi hoje a resposta da INEM, mais de 2 meses depois do ocorrido e da minha queixa. O presidente do conselho diretivo informa-me que procederam da melhor maneira e que não podem ser responsáveis pela falta de treino médico dos bombeiros que socorreram o meu marido (ou deixaram de socorrer por não terem treino médico).

Esta resposta é absurda e limita-se a empurrar o problema para um serviço que a INEM emprega. Se emprega este serviço deve responsabilizar-se pelos resultados. Pergunto-me quantas pessoas devem falecer por causa do vosso procedimento, como animais, sem intervenção médica imediata.

Discordo absolutamente da sua afirmação de que só receberam uma chamada às 12h54. Essa chamada foi feita pelos Nadadores salvadores sim, depois de esperarmos socorro durante quase uma hora após a primeira chamada, que decorreu por volta das 12h. O meu marido foi atacado (não picado) por uma caravela portuguesa - as mãos, o peito, o braço esquerdo e a cara dele incharam para 6 vezes o normal. Não considero isso "uma picada". Os nadadores salvadores telefonaram para o serviço de emergência, para o número 112. Não se tratava apenas de levar um doente para o hospital, mas sim de um caso gravíssimo de envenamento tóxico que necessitava de intervenção imediata, não só devido às dores atrozes que tal ataque provoca, mas principalmente pelo risco de morte. A razão da chamada para o 112 foi explicada da primeira vez e das seguintes vezes. A ação tomada por parte da operadora ou operador foi quase fatídica. Se não o tivesse sido, teriamos simplesmente ido para o hospital para ele ser tratado. Tivemos a sorte de estar presente um médico, de férias, que deu as informações necessárias aos 2 bombeiros que vieram ao local, e que os levou a alertar a equipa médica para ir ao nosso encontro com urgência. Até aí os bombeiros portaram-se como se estivessemos a fazer perder o tempo deles, como se eu estivesse histérica ao manifestar o meu descontentamento e choque por eles não terem medicamentos adequados à situação - anti histaminico e corticosteroides, e o meu marido estivesse a fingir que estava todo inchado, a tremer sem parar e com dores atrozes. A ignorância mata. E os senhores foram instrumentais, devido à vossa terrível falta de organização e conhecimentos, no sofrimento desesperado que causaram ao meu marido, que poderia ter um resultado fatal. Agradecia que pelo menos tivessem a decência de pedir desculpas!!

Em relação às instruções dadas aos nadadores salvadores sobre como proceder, estas estavam erradas. O Instututo Marítimo de Portugal, o qual contactei, quis informar-se inteiramente sobre o sucedido e explicou que o procedimento correto não é gelo, mas sim compressas quentes para que o veneno não se espalhe.

Em resumo:
1 - a vossa triagem e acionamento de uma ambulância de socorro dos Bombeiros foi errada.
2 - A hora da 1ª chamada recebida está errada, visto os nadadores salvadores, em desespero e devido à demora desesperante da chegada de uma ambulância, terem telefonado várias vezes para o 112
3 - Qualquer pessoa com alguma inteligência, e perante a situação descrita, deveria imediatamente estar inteirada do perigo de morte do acidentado e da necessidade URGENTE de administrar cortisona e anti histaminico - o veneno injetado da caravela portuguesa é mortal, e a informação de que o meu marido fora injetado com esse veneno em todo o corpo da cintura para cima era óbvia e foi transmitida, visto ele ter tentáculos agarrados ao corpo todo quando chegou ao posto dos nadadores salvadores, por quem foi "socorrido".
4 - Comunicou-me que decorreram 5 minutos entre a primeira chamada e a segunda, quando eu sei que decorreu bastante mais tempo entre a primeira chamada e as outras. Estava presente, coerente e lúcida.
5 - O aconselhamento dado aos nadadores salvadores sobre como proceder foi errado, tal como explicado acima. Agradeço que contacte o Instituto Marítimo Português e se informe corretamente. Os nadadores salvadores não tinham nenhum "antiveneno" em posse deles - apenas gelo, vinagre e pinças.

Para uma área com o mar ali ao lado pergunto-me porque razão a medicação adequada a este caso não é conhecimento geral da INEM, e têm de consultar o Centro de Informação Antivenenos. Assustador.

Agradecia que emitissem um pedido de desculpas formal o mais brevemente possível. A situação foi deveras traumática. A minha fé no sistema de saúde português desapareceu por completo, especialmente na área a Sul de LIsboa.

Aguardo um pedido de desculpas endereçado a Michael Hope, a vítima em questão, e a Lurdes Hope.

Com os melhores cumprimentos
Lurdes Hope





E
Esta reclamação foi considerada sem resolução
Comentários

Infelizmente, apenas quem passa por situações destas e semelhantes é que fica a saber o estado em que o país se encontra no que diz respeito a serviços públicos. Não é só na saúde, é transversal a todos os sectores em que o estado deveria garantir pleno funcionamento dos mesmos, mas estão completamente depauperados e a maior parte dos profissionais desmotivados, mal remunerados e sobre lotados do trabalho que têm que fazer a mais pelos profissionais em falta.

Deixar uns reparos... o serviço de emergencia pré hospitalar e feito na sua maioria pelos bombeiros... mesmo que se enviasse uma vmer (carro médico) iria de qualquer das formas uma ambulância... se nao tiver sido acionada uma vmer... os colegas no local passam dados sobre o estado clínico atual da vitima a fim de solicitar a mesma... se a vmer tiver ocupada os bombeiros recebem a resposta por parte do inem do mesmo facto e que procedam ao transporte para o hospital sem acompanhamento médico... e a vmer irá ao encontro assim que possivel (neste caso parece ter sido isso)... eu como bombeiro posso saber para que serve um antiestaminico ou corticoides... mas nao estou habilitado a usa-los... e caso use correta ou incorretamente poderei ser criminalmente penalizado por tal ato... AGORA VAMOS AOS REPAROS PIORES...
O inem nao tem uma vmer por cidadão ( e eu sei o que é essa aflição... ja passei por experiências semelhantes)
O inem nao tem uma vmer por aldeia vila etc...
O inem nao têm uma vmer por hospital...
O inem faz unicamente 10% do serviço de emergência pré hospitalar e em portugal sendo 15% pela cruz vermelha e 75% pelos bombeiros...
Uma ambulância é sempre enviada para o local caso a situação seja considerada emergência...

Espero ter sido esclarecedor