Performance da Marca
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9,5%
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53%
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40%
Instituto Português de Oncologia do Porto

IPO Porto - Falta de organização e comunicação

Resolvida
Maria João Ribeiro Marques
Maria Marques apresentou a reclamação
29 de julho 2022
Venho por este meio, dar conhecimento de um conjunto de ocorrências que tenho vindo a assistir desde que o meu pai tem sido acompanhado nos serviços do IPO do Porto desde que lhe foi detetado um tumor maligno no intestino grosso no final do ano transato.

Tenciono manifestar o meu profundo desagrado no que diz respeito aos cuidados prestados por uma Instituição da qual sempre tive excelentes referências junto de familiares, mas também de amigos que aí foram acompanhados/tratados. Infelizmente, essa imagem tem vindo a desvanecer nos últimos meses pela forma como doente tem sido acompanhado nas instalações do IPO. Na verdade, tem-se vindo a verificar uma galopante desagregação do Sistema Nacional de Saúde e, infelizmente, o IPO não é exceção. Mas mais grave que a própria falta de meios e profissionais é a falta de organização dos funcionários, assistentes operacionais, enfermeiros e médicos que fazem parte do corpo da Instituição. Uma vez que se trata de um conjunto de episódios que pretendo reportar por este meio, vou passar a descrevê-los por tópicos para facilitar a leitura:

- Falhas constantes e contínuas por parte dos auxiliares de serviço e enfermeiros, informando erradamente a acompanhante do doente em diversas situações. Estas falhas têm-se vindo a verificar via telefone, mas também presencialmente prestando informações erradas e encaminhando para os serviços errados, levando a perdas de tempo e desgaste da própria acompanhante desnecessariamente. Um desses episódios é referente à solicitação de uma cama articulada para o doente (após sabermos que a Liga Portuguesa Contra o Cancro não tinha nenhuma disponível nem o próprio IPO). Inicialmente a assistente informou que todo esse processo seria através da médica assistente. Posteriormente uma outra funcionária indicou que seria no Gabinete de Apoio Social do IPO. Aí, fomos informados que a médica teria de dar início ao processo e após várias tentativas era, afinal, através da assistente social que a posteriori faria o encaminhamento para um IPSS. Profissionais de saúde e assistentes técnicos revelam uma constante desinformação prestada à acompanhante. Mais uma vez uma funcionária da Clínica dos Digestivos informou a acompanhante via telefónica que a médica assistente estaria ao serviço a partir do dia 14 de Julho (quando estava marcada uma consulta para o dia 12 com a mesma) tendo a mesma questionado se a informação estaria correta. Na verdade, a médica estava no serviço a dar consultas, mas não estava disponível para falar como, aliás, já é habitual. Como pode haver tamanha falta de comunicação e informação?

- Tem-se vindo a verificar uma elevada intransigência no que diz respeito aos horários de atendimento via telefónica. No passado dia 9 de Julho a acompanhante ligou para o serviço do SANP reportando o estado de saúde grave do doente e que teria urgentemente que ser atendido por um médico por estar já bastante desidratado pois estava há mais de 24h sem ingerir líquidos e sem se alimentar. A funcionária alegou que já não seria possível falar com o médico que estava de serviço pois já eram 10:35 e o atendimento terminara há 5 minutos. Tratar-se-á de má vontade ou necessidade escrupulosa de cumprir horários?

- Dificuldade extrema em falar com a médica assistente prevalecendo sempre o tempo de espera com a justificação que a mesma entrará em contacto via telefónica com a acompanhante, quando por muitas vezes, esse contacto não foi realizado. Diversas vezes a acompanhante ficou dias à espera de uma chamada que não se efetivou e sem ter com quem esclarecer dúvidas e colocar questões sobre o estado de saúde do doente. Segundo o documento redigido pela ERS relativo aos direitos e deveres dos utentes dos serviços de saúde, passo a citar: “O acompanhante tem, assim, direito a ser informado adequadamente e em tempo razoável sobre a situação do doente, nas diferentes fases do atendimento, com as seguintes exceções: indicação expressa em contrário do doente e matéria reservada por segredo clínico” (p. 192). Este direito não tem sido respeitado!

- Tempo de espera para transporte de doentes não urgentes: tem-se revelado um serviço com diversas falhas também, sobretudo na comunicação entre o IPO e a corporação de bombeiros que presta esse serviço. Por mais que uma vez a ambulância se deslocou à casa do doente para o levar a consultas/tratamentos/ quando, afinal o mesmo se encontrava internado. Com isto, fazem-se viagens desnecessárias quando possivelmente haverá outros doentes à espera. Mais uma vez a comunicação não é uma característica que prevalece no IPO;

- No passado dia 28 de Junho o doente foi sujeito a uma colostomia (decisão tomada no próprio dia pela equipa em reunião de grupo) devido ao estado de obstrução do intestino, que provoca dores desesperantes ao doente e que a medicação nem sempre alivia. A priori a acompanhante já tinha sido informada que o pós-operatório poderia ter uma duração de 7 a 10 dias. Não obstante, no dia 1 de Julho pela tarde (3 dias após a intervenção cirúrgica!) a acompanhante foi contactada via telefónica pela cirurgiã, uma vez que à data a médica assistente estava ausente, informando que o doente teria alta no dia seguinte. Toda a equipa que o acompanha sabia de antemão que a acompanhante tinha tido uma única vez a formação exigida para aprender a lidar com a mudança do saco e cuidados básicos e necessários a ter e, por isso, tinham a indicação que não estavam reunidas as condições necessárias para dar alta ao doente. Revoltada, a acompanhante explicou à médica cirurgiã que além da situação supra exposta, não estavam reunidas as condições para receber o doente prontamente em sua casa e, além disso, a mesma teria de se deslocar a uma Junta Médica na segunda-feira (4 de Julho) já que a mesma se encontra de baixa médica há diversos meses devido a problemas relacionados com a coluna/cervical. Rispidamente a médica respondeu “organize-se!”. Logo no dia da intervenção cirúrgica tinha sido dado a conhecer à equipa assistente de serviço que a acompanhante teria de ser avisada atempadamente para evitar situações como esta. Excepcionalmente, o doente teve alta na segunda-feira (dia 4 de Julho) com a indicação que a acompanhante unicamente se podia deslocar ao IPO por volta das 18h uma vez que nesse dia teve, ela própria, de se deslocar a uma Junta Médica. Assim, mais uma vez com falhas de comunicação internas graves, a equipa de auxiliares que estava ao serviço retirou o doente do quarto imediatamente a seguir ao almoço, sendo que o mesmo ficou a aguardar na sala do piso sem qualquer tipo de apoio durante toda a tarde. Recordo que estamos a falar de um doente oncológico que foi sujeito a uma colostomia há poucos dias, num estado de saúde extremamente debilitado e sem capacidade de locomoção própria! Não teve direito a lanche, somente a uma espera que se revelou quase desesperante. Após a chegada da acompanhante pela hora marcada (18h) seguiu-se um compasso de espera de 3 horas pelo transporte de doentes não urgentes. Será este o tratamento que se espera numa situação desta natureza?

- Depois da alta pós-cirurgia não houve qualquer tipo de contacto por parte de nenhum profissional de saúde junto da acompanhante no sentido de o orientar/encaminhar para serviços de saúde, nomeadamente o apoio de uma enfermeira para fazer o curativo e cuidados básicos. Do ponto de vista da alimentação não foi dada qualquer indicação à acompanhante sobre o que o doente podia/devia comer ou não. Através de informação dada pela enfermeira de serviço à acompanhante a nutricionista esteve no quarto do doente no dia em que o mesmo teve alta, tendo-lhe dado indicações sobre a dieta alimentar que deveria seguir. Um doente em estado debilitado estará em condições para absorver esse tipo de informação? Falta de bom senso por parte da profissional de saúde que nem tão pouco deixou um guia alimentar para que a acompanhante se pudesse orientar;

- Dada a fragilidade da situação clínica do doente, o mesmo foi internado novamente no dia 9 de Julho (5 dias após a alta!) tendo sido dada a indicação por parte da acompanhante que o mesmo necessitaria com urgência de apoio psicológico e nutricional para adaptar um plano alimentar ao seu estado de saúde;

- O acompanhamento psicológico revelou-se, mais uma vez, insuficiente e ausente para com o doente. Durante os 17 dias de internamento, o psicólogo deslocou-se uma única vez ao seu quarto. Profissionais de saúde que efetivamente o são, sabem a importância que tem este apoio e que deve ser prestado aos doentes. Aliás, é um direito seu!

- No passado dia 21 de Julho a médica assistente deixou, por esquecimento mais uma vez, o relatório médico na mesinha junto à cama onde estava o doente. Creio que se trata de informação confidencial que não deveria estar à mercê da leitura de qualquer pessoa, nomeadamente do próprio doente. O visitante que se deslocou ao quarto nessa tarde entregou à enfermeira que estava de serviço. Isto é grave e são situações que não deveriam acontecer!

- No passado dia 13 de Julho foi entregue à administrativa que estava de serviço na Clínica dos digestivos um formulário a ser preenchido pela médica assistente com o objetivo de obter a documentação necessária para requisitar o atestado de incapacidade multiusos (a entregar nos serviços para posterior avaliação da Junta Médica). A acompanhante foi informada que quando o documento fosse preenchido que a médica entraria em contacto com a mesma. Entretanto recebeu um aviso por via telefónica que o documento não deveria ter sido entregue ali mas que quando estivesse preenchido seria enviado pelo correio, afinal. A Junta Médica está marcada para o dia 8 de Agosto (segunda-feira) e entretanto, novamente por contacto telefónico, a administrativa não conseguiu confirmar se o documento já foi enviado por correio. Não há registos? Ninguém sabe afinal do documento? Qual é a solução para situações como esta?

- Mais recentemente, no passado dia 25 de Julho (segunda-feira) o doente teve alta e a médica assistente foi informada pela acompanhante da necessidade urgente da receita dos sacos (recordo que o doente foi sujeito a uma colostomia) já que tinha somente 4 unidades. A acompanhante foi informada nesse mesmo dia que receberia via SMS a receita. O pedido foi reforçado via telefone no dia seguinte, mas novamente sem efeito! Hoje, dia 29 de julho, a receita ainda não chegou! Sendo que se trata de um pedido urgente sem o qual o doente não pode estar neste momento, trata-se de mais um episódio de desleixo, esquecimento e incompetência!

Todo este conjunto de episódios revelam constante e continuamente uma total desorganização interna e desinformação por parte do corpo da Instituição que se traduz num acompanhamento indevido, pouco célere e por vezes pouco ético e profissional. Chega a ser tentadora a intenção de denunciar publicamente toda esta desorganização da Instituição, mas ainda acredito numa inversão dessa espiral que mancha negativamente a sua imagem. Lamento profundamente que, desde o início do processo, o meu pai não esteja a receber o tratamento que deveria ter em inúmeros aspetos e, continuo sem compreender porque renomearam uma médica assistente nova quando inicialmente ele estava a ser acompanhado por outro Dr. que, de resto, é um excelente profissional, com um perfil ético e experiente nesta matéria. Encontro-me totalmente disponível para colaborar e esclarecer qualquer dúvida que seja necessária mas sobretudo com a esperança que o serviço melhore a sua organização e consequente atendimento aos utentes pois, infelizmente, são muitos e cada vez, os que precisam dele!
Data de ocorrência: 29 de julho 2022
IPO Porto
26 de setembro 2022
A exponente teve resposta a 12.08.2022. A exposição entrou no IPO Porto via ERS.
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