Esta manhã, dia 4/3/2019 pelas 10 horas da manhã fui acompanhar uma família amiga (Pai e filho) ao Banco Millennium BCP do Cais do Sodré. São clientes do MIllenium BCP e por razões que para este efeito se tornaram irrelevantes não conseguiam usar o seu cartão multibanco em qualquer caixa automática. Pelo facto de esta família ter chegado há apenas 3 meses em Portugal e ser de origem goesa (com nacionalidade portuguesa), com nomes e apelidos portugueses embora nunca tenham vivido em Portugal, decidi acompanhá-los caso o atendimento prestado não fosse dado em inglês eu poderia ajudar com a comunicação.
No entanto e contando que os funcionários do Millenium BCP Prestige se entendessem com o seu cliente e titular do cartão, o Sr. M, e só em caso de necessidade intervir.
Os meus amigos chegaram ao banco e foram convidados a sentarem-se pelo funcionário N.R , o Sr. M explicou claramente a sua situação em inglês e auxiliando-se do português que conseguia usar ao que o funcionário Nuno Raminhos responde "Faça o favor de falar normalmente".
Quando o filho do Sr. M interviu para tentar clarificar qualquer dúvida que o sr Nuno Raminhos pudesse ter este exibe a sua mão na cara do filho do Sr Mergulhão e manda-o calar, já que ele não é o titular da conta e exclama expressando todo o desprezo que tem pelos clientes do banco que estão na sua frente a pedirem-lhe orientação: "Mas o que é que está a acontecer aqui? Que eu saiba estou a falar com o Senhor M, com um cartão de cidadão português, como é que você não fala português?".
O Sr M tentou apaziguá-lo explicando-lhe que tinha chegado há três meses a Portugal e que era de origem goesa ao que o funcionário Nuno Raminhos ainda fez o favor de se virar para a sua colega do lado e gozar com a cara dos clientes, ao que a colega consentiu e se riu de volta.
Eu que até ali optei por uma posição de espectadora, quando me apercebi claramente que isto se tratava de uma questão de racismo e xenofobia perante a família M ( que simplesmente se dirigiu ao banco com toda a humildade possível para resolver a sua questão) exaltei-me e argumentei que o uso de práticas discriminatórias era punível por lei e que iria fazer uma queixa formal contra aquele funcionário por ele ser claramente racista ( relativamente à sua colega do lado não posso afirmar que fosse também racista mas era sem dúvida muito pouco profissional). Aí o caso mudou de figura e fomos encaminhados para um outro funcionário que falava inglês ( e mesmo que não falasse não tinha problema nenhum porque quando as pessoas têm boa vontade conseguem SEMPRE comunicar) e que providenciou um atendimento profissional e acima de tudo igualitário perante outros clientes.
É fundamental denunciarmos este tipo de práticas pois as pessoas enquanto indivíduos e profissionais, neste caso da Banca, devem entender que "qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência em função da raça, cor, ascendência, origem nacional ou étnica, que tenha por objectivo ou produza como resultado a anulação ou restrição do reconhecimento, fruição ou exercício, em condições de igualdade, de direitos, liberdades e garantias ou de direitos económicos, sociais e culturais" é uma prática de descriminação racial e esta deve ser julgava como um crime contra a dignidade e liberdade fundamental a qualquer individuo.
Data de ocorrência: 4 de março 2019
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