Sou Encarregado de Educação de dois alunos da Escola Secundária em João de Barros em Corroios-Seixal, um entrou para essa escola em 2011, outro em 2014.
Em 2011 a Escola era um verdadeiro estaleiro de obras, fiquei preocupado, mas concluí que isso seria natural, pois estava a ser edificada mesmo ao lado uma nova infraestrutura que iria servir tanto o meu filho, como todos os outros alunos que a frequentavam.
De acordo com o Trabalho Final de Mestrado de Lic.João Ricardo Coelho Lino Pires, (* PROIBIDO *://repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1805/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o.pdf), a obra foi adjudicada à empresa Patrícios SA, pelo valor de 12.326.057,00€ e como prazo de execução de 18 meses.
Entretanto, vários pavilhões da antiga Escola foram simplesmente escavacados (e assim continuam), no sentido de se avaliar a viabilidade de serem restaurados, o espaço físico transitável foi reduzido ao mínimo, em zona não pavimentada foram colocados contentores para substituir os pavilhões demolidos, não sei se comprados se alugados, as aulas de Educação Física passaram para um pavilhão desportivo privado e bem pago a cerca de 800 metros da Escola, os alunos para se deslocarem da Escola para esse Pavilhão, têm que atravessar uma estrada de 4 vias e a linha do metros de superfície, isto enquanto dura o diminuto tempo do intervalo.
Após o início da construção, o governo de Portugal mudou e as suas prioridades também. A empresa a quem foi adjudicada a obra faliu, as obras pararam. O que teria um prazo aceitável de 18 meses já vai em pelo menos 60.
Como é lógico, a zona da antiga escola que ficou provisoriamente a funcionar, vai-se deteriorando, quando chove os alunos, ou ficam à chuva ou se albergam por baixo de alpendres de AMIANTO DETERIORADO, sim esta escola também consta na Lista de Edifícios Públicos com amianto, (* PROIBIDO *://www.portugal.gov.pt/media/1494732/20140731%20lista%20edificios%20amianto.pdf)
Podiam ficar albergados nos pavilhões? Sim podiam, mas infelizmente isso não acontece, nos intervalos os pavilhões estão a maior parte das vezes fechados, pelo que dizem, devido à escassez de funcionários. Talvez se quem os manda fechar também ficasse à chuva nesses dias, isso já não acontecesse, mas esse não será o maior dos problemas.
Já aconteceram vários acidentes devido ao degradado estado da escola, os alunos são uns verdadeiros heróis por ainda conseguirem ter bons resultados escolares, talvez porque também os professores com o seu profissionalismo e muitas vezes boa vontade, os tentam compensar, mas os anos passam e cada vez, também nesses vejo mais desalento.
O governo mudou, penso que a visível prioridade do governo PDS/CDS de alimentar o ensino privado através de alunos e pais desiludidos com ensino público, ficou retida em 2015.
A minha queixa vai nesse sentido, é uma queixa contra o desprezo do Estado por uma escola que serve cerca de mil alunos. Parte da obra já feita está simplesmente a apodrecer, os custos de recuperar o edificado em 2011/2012 aumentam dia para dia.
Não peço só medidas para um futuro a dois anos, que é o da obrigação de concluírem o já iniciado, peço também que dêem já este período condições a quem frequenta a Escola João de Barros, retirando todo aquele amianto tão prejudicial à saúde, o de pavimentarem o lamacento acesso à escola, o de arranjar um espaço onde os alunos consigam ficar nos intervalos ou quando não tenham aulas sem terem que sair da escola, talvez recorrendo ao espaço do novo pavilhão já edificado e o de darem condignas condições ás salas de aulas, onde algumas vezes nem cabe uma turma completa.
O futuro dos nossos filhos está nas nossas mãos, quando vemos crianças a serem desprezadas, vemos o nosso próprio futuro a ser hipotecado.
Os melhores cumprimentos,
Nuno Matos
Falta de ética, incompetência na gestão da situação
Voltaria a fazer negócio? Não
Olá, Nuno. Estou a tirar a licenciatura em jornalismo, na Escola Superior de Comunicação Social. Estou, neste momento, a fazer uma reportagem sobre as más condições da Escola Secundária João de Barros e gostaria muito de falar consigo sobre o assunto, de ouvir mais aprofundadamente as suas queixas. Haverá alguma maneira de o contactar sem ser por aqui? Se preferir, procure-me no facebook (estou registada como Carolina Fontes). O seu testemunho seria de extrema importância.
Os meus cumprimentos,
Carolina Pescada
Lamento muito mas apenas hoje li o seu comentário ...
Espero que tenha conseguido resolver essa situação de outro modo.
Também tenho um educando nessa escola e a situação mantém-se com a agravante de terem também turmas que neste momento SÓ têm 4 professores a leccionar e também não há nenhum local para fazerem ed física. Em Resumo, isto é uma escola?
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