Serviço Nacional de Saúde - Procedimentos pouco claros e prejudiciais para o utente

Boa tarde!

No dia 15 de outubro, à noite, fui contactada pela coordenadora da minha escola, informando-me de um caso positivo à Covid, com quem eu teria mantido contacto no dia 13 de outubro, sem máscara, durante a hora de almoço, frente a frente na mesma mesa.


No dia 16 de outubro, logo de manhã, contactei a linha SNS 24 (orientações do Plano de Contingência da minha escola), que me disse para ficar em isolamento e que seria contactada até segunda-feira pelo delegado de saúde/centro de saúde da minha área.

Nesse mesmo dia, eu própria enviei e-mail ao centro de saúde, pois tenho diabetes insípida. Fui contactada por telemóvel (por uma médica do centro de saúde) e aconselhada a ir fazer o teste à urgência do Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, em Penafiel, que realizei ainda nesse dia.

Entretanto, ninguém entrou em contacto comigo, não recebi qualquer informação nem tive qualquer acompanhamento.

No dia 22, como tardava a chegada do resultado do teste, enviei e-mail e telefonei para o número do CHTS a solicitar o resultado, que me foi dado verbalmente e depois por mensagem.(negativo)

Como ninguém mais me contactou, enviei um e-mail para a Unidade de Saúde Familiar de Paredes, a 22 de outubro, expondo algumas dúvidas quanto ao número de dias de isolamento e à declaração de isolamento profilático para justificação das minhas faltas.

Não tendo recebido resposta, hoje, 23 de outubro, o meu marido deslocou-se à Unidade de Saúde Familiar de Paredes, expôs a situação e remeteram-no para a DGS da área, que funciona praticamente ao lado. Aqui foi-lhe dito que o delegado de saúde não me passaria a declaração para justificar as faltas, pois a Linha SNS 24, estaria a induzir os doentes em erro, já que os colocava em isolamento, mas não passava a informação para a DGS e respetivos delegados, apenas para os centros de saúde. Assim, sendo apenas da competência da DGS validar os isolamentos, eu perderia direito à dita declaração de isolamento profilático. Deste modo, sem direito à declaração, teria de justificar as faltas com atestado médico.

Voltei a ligar, de imediato, para a Linha SNS 24. As informações da DGS provocaram espanto, bem como eu não ter sido contactada pelo delegado de saúde e, nesse seguimento, aconselharam-me a tentar estabelecer eu esse contacto.

Assim fiz, contactei a Delegada de Saúde da minha área de residência, que me reconheceu total razão, mas confirmou que não podia passar-me a declaração pelas razões já expostas.

Que situação tão ridícula!
Que culpa tenho eu de que estes sejam os procedimentos e que eu os desconheça de todo? Não cabe à Linha SNS 24 alertar o doente? Não podem eles mesmos passar a informação à DGS? Não estão todos juntos a trabalhar para o mesmo?

Eu fico em isolamento, porque assim o recomendaram, pensei nos outros e isolei-me, cumpri um ato cívico e agora não vejo as minhas faltas ao trabalho justificadas e, ainda por cima, perco os 3 primeiros dias de salário, caso tenha de recorrer a um atestado?

Que lógica é esta? Que país é este? Que saúde é esta?

Afinal, quem me passa a declaração de isolamento profilático para justificar as faltas? Colocaram-me em isolamento e tenho de ser penalizada? E agora vêm dizer-me que o meu isolamento não foi validado?

A única resposta que tenho é: eu estive em isolamento por recomendação da Linha SNS 24!

Eu cumpri! Agora que cumpram comigo, por favor!

Muito obrigada!

Noémia Azevedo