MPS Customs - 4 mil euros que me deve

No dia 9 de novembro de 2018 entrei em contacto por telefone com a empresa MPS CUSTOMS demonstrando o interesse em adquirir um sistema de escape para o meu recém comprado Mercedes C63S.

Em resposta ao meu contacto, o senhor Sérgio Morlim enviou-me um e-mail com uma proposta para o sistema de escape especialmente concebido para a minha viatura.

O valor acordado para a integração do sistema seria de:

Valor total: 4857,26€
Para o sinal (80%): 3885,80€
No dia da instalação (restantes 20%): 971,46€

Após ponderar durante alguns dias, decidi então avançar com a contratação do serviço junto a esta mesma empresa que, num primeiro momento, se assumiu como representante oficial da reconhecida marca de sistemas Armytrix.

No dia 28 de novembro, procedi à transferência do valor de 3885,80€, conforme tinha sido combinado. Nesse mesmo dia, enviei os meus dados para faturação, fatura essa que nunca chegou a ser enviada, até à data do dia de hoje – 11/01/2019.

No catálogo enviado pelo senhor Sérgio, tive a possibilidade de contemplar o sistema, através de fotografias ilustrativas e vídeos disponibilizamos pela marca no Youtube.

O sistema por mim contratado foi, conforme a designação da própria marca, “Stainless Steel Cat-Back”, que, inclui, Panela com escape Valvetronic, Front Pipe e Mid Pipe, Controlo Remoto Wireless com ligação à porta OBD. Instalando este sistema e de acordo com a literatura anunciada, o meu Mercedes C63S iria ganhar 25.2cv de potência, um aumento de 35.8nm no binário e uma redução de 5kg no peso da ‘carcaça’.

No dia 15 de dezembro, desloquei-me a uma oficina para instalar o sistema Armytrix. Fiquei surpreso quando lá cheguei e reparei que, o suposto técnico que iria proceder à instalação do sistema, estava a guiar-se por um conjunto de papéis, estilo manual de montagem de um móvel do IKEA. Ou seja, se a informação que me foi dada inicialmente foi que já tinham feito montagens equivalentes em vários veículos, qual a necessidade de estar a ler um manual…? Não entendi, mas como confiava na pessoa, não comentei.

Passadas algumas horas, a instalação ficou completa, pensei eu, mas estava enganado.
Mal me meti ao caminho, apercebi-me que o barulho do carro era ensurdecedor. Sons metálicos, vibrações que nunca existiram, não estaria eu a falar de um modelo exclusivo, 100% acoplado na fábrica da AMG e bastante bem insonorizado. Contactei o senhor Sérgio e disse-lhe que o meu carro parecia um chocalho andante. Voltei a deslocar-me à oficina e foram feitas emendas no sistema de escape com recurso a abraçadeiras plásticas, a meu ver, um método bastante arcaico para quem paga pela prestação de um serviço quase 6 mil euros. Mas, tudo bem, como sou uma pessoa com boa índole e compreensiva, fiquei calado.

Voltei a sair da oficina e, as vibrações continuavam. Uma vez mais, contactei o senhor Sérgio para informar-lhe que para além das vibrações que continuavam, o carro tinha perdido potência. Atenção, estamos a falar de um carro que debita 512cv de potência de origem e que, deveria ter ganho, pelo menos 25cv com a alteração feita, mas foi precisamente o contrário que aconteceu. O carro não desenvolvia, o carro não era agressivo nas passagens de caixa, basicamente, vibrava e andava muito pouco. O senhor Sérgio, agendou uma nova ida à oficina e mais uma vez, o Francisco Macau, gastou 30€ em gasolina para fazer a vontade ao senhor Sérgio.
Mais umas abraçadeiras, umas caixinhas inventadas à pressão e a vibração passou, só a falta de potência é que não. O senhor Sérgio como técnico e representante de uma marca tão conceituada, não conseguia perceber o porquê do carro ter perdido potência. Neste momento percebi estar a lidar com amadores, sem formação e fiquei bastante assustado porque, meter o meu carro que foi comprado novo, na marca, em Portugal, nas mãos de amadores poderia correr efetivamente muito mal.

Numa nova ida à oficina, e depois de andarem a meter as mãos no motor do meu carro sem conhecimento de causa, chegaram à conclusão que o tubo de vácuo que controlava a abertura e fecho das válvulas do sistema de escape estava a desativar os turbos da minha viatura. Resumindo e concluindo, o meu carro, com 512cv, biturbo, estava atmosférico, sem potência, correndo o risco de prejudicar-se… e pergunto-me, será que o senhor Sérgio se iria responsabilizar caso o meu carro ficasse na berma da estrada? Eu acho que tanto eu como todos vós conhecemos a resposta. Ah, não esquecendo que o SISTEMA VALVETRONIC não ficou a funcionar, ou seja, mais uma vez, a instalação para além de mal feita, é incompleta, é incompetente e é uma vergonha.

Depois de ter falado com um Engenheiro Mecânico da minha confiança e deste me ter dito ‘Francisco tira o carro já daí, eles não sabem o que estão a fazer e tu estás a arriscar-te bastante’, eu decidi entrar em contacto com o senhor Sérgio e pedir que fosse retirado o sistema do meu carro visto que não me encontravam soluções e visto que o meu carro continuava sem força, sem potência, uma verdadeira arrastadeira. Mas, antes de ir ter com o senhor Sérgio Morlim, decidi passar pela CSantos em Cascais, stand onde adquiri o meu carro, e pedi que o chefe da oficina viesse dar uma volta comigo para me tirar as teimas e testar a viatura. Foi o chefe da oficina que conduziu e bastou apenas uma reta para esta pessoa formada, capaz, e habituada a lidar com estes carros há já vários anos dizer-me que o carro estava completamente morto.
Uma vez mais, perdi o meu tempo, e desloquei-me à oficina do senhor Sérgio. O sistema foi retirado a meu pedido e no dia seguinte, desloquei-me novamente ao stand da Mercedes para realizar uma revisão geral e testes de potência à minha viatura – pagos por mim, do meu bolso.

Nesse dia, o senhor Sérgio, volta a entrar em contacto, e escreve-me o seguinte e-mail:

“Como explicámos na altura, a Armytrix Europa, que distribui o material para os vários países europeus, não tinha a informação actualizada que em modelos mais recentes poderia haver a obrigatoriedade da utilização das Delete Box nem que a “fonte” do vácuo teria que ser outra visto que todos os outros sistemas que venderam não tiveram estes problemas por serem carros de anos anteriores.
Tal como te mostrei o outro exemplo do Nissan GTR, o mesmo motor, apenas a partir do ano 2017 obriga à utilização das Delete Box, sendo que os anteriores funcionam sem problema.
Quando lhes expusemos a situação, eles foram consultar a sede (nos Estados Unidos) e receberam então o update de ambas as situações (depois posso-te mostrar a troca de emails com eles para veres isso).
Sem dúvida que isto é uma situação que não deveria ter acontecido e que tu és completamente alheio, e infelizmente nós também.
Não houve falta de competência da nossa parte como afirmas, uma vez que seguimos o protocolo do fabricante do material para a instalação do mesmo, estando o problema na falta da actualização do mesmo.
Fizemos já muitas instalações destas sem qualquer tipo de problema (e todos em carros ainda abrangidos pelas garantias da Marca tal como o teu) pelo que esta situação apenas ocorreu devido a essa falha da actualização da informação interna da Armytrix.”

Este e-mail deu-me vontade de rir. Então vamos lá analisar a questão, em primeiro lugar, no catálogo inicial enviado pelo senhor Sérgio, as tais ‘delete box’ são indicadas como OPCIONAIS ou EXTRAS, em momento algum, são indicadas como sendo de obrigatória instalação. Ah, mas a marca não estava atualizada, pois é, e que culpa tenho eu? O meu carro é por acaso um ratinho branco de laboratório que vai sofrendo alterações e experimentações até que a solução acertada seja encontrada?

Em segundo lugar, a marca, consulta a sede, após 4 tentativas falhadas de instalação, é isto que acabei de ler, correto? Mas isto não deveria ter sido feito no momento do pagamento e contratação do serviço, ou será que estou errado de novo?

Dizem que eu sou completamente alheio a esta situação, e que a MPS CUSTOMS também é? Mas então, em que ficamos? Quem é que se responsabiliza pela borrada que foi feita? É o cliente o culpado?

Não houve falta de competência? Então, houve o quê? Excesso de competência? Tanta que desde o primeiro dia que saí da oficina o meu carro nunca mais foi o mesmo, e a cereja em cima do bolo é quando dizem que já tinham feito várias instalações, que não é verdade porque modelos de carro como o meu em Portugal são raros, e mesmo se as tivessem feito, então porquê tantas dúvidas? Não aprenderam à primeira? Ou a incompetência foi só com o meu?

Pedi há mais de duas semanas o cancelamento da compra e o reembolso do valor por mim transferido. Há duas semanas que o senhor Sérgio me anda a enrolar e a enganar. Hoje, liguei-lhe 4 vezes e não me atendeu o telefone. Diz que a Armytrix não aceita o sistema de escape de volta pois foi utilizado, e até aqui eu até entendo, mas o que é que eu tenho a ver com isto se em momento algum eu contactei a própria marca? Quem eu contactei foi a MPS CUSTOMS, e é esta a marca responsável pelo reembolso do meu dinheiro. Foi esta a marca que não prestou um serviço competente. Foi esta a marca que me apresentou soluções por 4 ou 5 vezes e que em momento algum foram definitivas. Esta mesma marca, e esta mesma pessoa, não me querem devolver o meu dinheiro. A culpa é minha? Será que a culpa é minha? Será que fui eu que não soube montar o sistema de escape na minha viatura? Será que fui eu o incompetente? Será que sou eu o culpado por esta situação?

Hoje, entrei em contacto com a minha advogada. O senhor Sérgio não se quer responsabilizar porque o senhor Sérgio não quer tirar dinheiro do seu bolso, dinheiro que me pertence. O senhor Sérgio Morlim, julga que vai sair impune, mas o senhor Sérgio Morlim, esquece-se do poder das redes sociais, e esquece-se que o mundo é redondo e gira… e já agora senhor Sérgio, retire as fotografias que publicou na sua página de Instagram utilizando de forma NÃO CONSENTIDA a minha imagem e a imagem da minha viatura. Eu paguei por um serviço, e como figura pública que sou, não tenho de estar exposto nas suas redes sociais nem estar associado a uma empresa muito pouco séria, ou acha mesmo que me deve 4 mil euros e ainda vai lucrar às minhas custas?

Senhor Sérgio, devolva-me o que me pertence, JÁ!