Nota preliminar:
Esta carta foi enviada por email em 29 de Maio de 2017 à "MUNDIPORTA ONLINE", empresa instaladora de portões seccionados automáticos, não tendo a mesma merecido qualquer comentário por parte dos visados, até hoje, 16 de Junho de 2017. Estranhamente, diga-se, tendo em conta as acusações graves, imputadas aos responsáveis.
Dado que o tempo decorrido é mais que razoável para uma resposta, até pelo teor contundente da exposição, decido publicar a citada, formalizando através dela, a queixa que considero justa e oportuna.
A quantos lhe derem atenção, adianto o meu muito-obrigado.
15 de Junho de 2017.
À
MUNDIPORTA ONLINE
Rua Júlio Bruno da Costa Pereira, 17 A.
2685-066 Sacavém
Tels:
960068020
926300353
210505097
Assunto: Apreciação de serviço prestado
Carcavelos, 29 de Maio de 2017
Caros Senhores,
Profissionais que se prezam interessam-se em saber do grau de satisfação do cliente, no final de um serviço prestado. Como, nem de longe, nem de perto lamentavelmente no meu caso isso aconteceu, venho por iniciativa própria manifestar-me nesse sentido. Isto para que, caso o não fizesse, corresse o risco de ser tomado por tanso, ou coisa que o valha.
Assim, e numa escala qualitativa de "zero" a "dez", atribuo à vossa intervenção (e com boa vontade) não mais do que dois pontos. E fundamento esta triste cotação naquilo que vi fazer, naquilo que desejaria não ter visto, e nos resultados que ficaram à vista. E passo a descrevê-los:
1. Logo no início, o denominado vergalhão, aquela barra em ferro aparafusada ao chão, à entrada da garagem, destinada a proteger os mosaicos do desgaste provocado pela passagem do carro, foi arrancado sem qualquer motivo que o justificasse e teria ido para o lixo se eu não estivesse por perto. De notar que há três anos a sua substituição me havia custado oitenta euros... O artista em causa lá entendeu que aquilo estava ali a mais, e vai de suprimi-lo ignorando, pela certa, a sua função - proteger. Um incidente que, para começar, me deixou preocupado...
2. Acessórios de má qualidade a tresandarem a "made in china" - puxadores que aleijam as mãos, interruptores novos, avariados, e o mais que à vista desarmada se não enxerga...
3. Para fixarem as calhas, estilhaçaram os azulejos da parede simplesmente porque foram cortados, não com máquina adequada, mas a escopro e martelo (como é possível?!). Comentei e foi-me apenas dito que não importava, porque "não se via". E iria ficar assim, porque também "não traziam com eles qualquer massa para disfarçar". Inacreditável! Confesso que nunca tinha visto trabalhar assim. Pergunto com direito a uma resposta: que filosofia de trabalho é a vossa quando a montagem de um simples portão implica destruírem o património do cliente, e daí sacudirem as mãos?! Irresponsabilidade? Falta de brio? Desrespeito? Ou tudo junto?
4. Ficaram a toda a volta do portão fisgas por onde a luz entra e a poeira também, o que não aconteceria se as calhas tivessem sido fixadas de forma a que as borrachas encostassem à face do mármore das ombreiras, pelo lado de fora. É isto que observo na maioria dos portões montados em todo o lado. Ah, porque é a parede que está torta! Pois é. A culpa é da parede. Tinha de ser... Tentaram, mais tarde, "remendar" com silicone aquilo que havia nascido torto. Mas o que nasce torto... E aquele ressalto numa das calhas quando o portão desce? Ah, isso é normal. São coisas do material. Não é grave...
5. Calha técnica a deixar o cabo à vista (ainda por cima, preto). Argumentam não serem electricistas. Aceita-se. Como da mesma forma se aceita não serem estucadores, nem ladrilhadores. Mas deveriam, isso sim, ou incluir estes serviços fazendo-se pagar por eles, ou prevenir antecipadamente o cliente de eventuais maus acabamentos. E desta forma a ele competiria decidir aceitar, ou não, a execução da obra. A isto chama-se "profissionalismo" e "seriedade". Evitava-se que o cliente viesse a ser surpreendido com trabalhos sem qualidade e nada dignos.
6. Por não ter havido qualquer acordo entre as partes quanto à retirada do portão velho, simplesmente o abandonaram encostado a uma árvore, não tendo tido a gentileza sequer de indagar sobre o destino a dar-lhe. Inqualificável falta de cortesia... Deplorável falta de consideração...
7. Foram-se embora sem terem o cuidado de lembrar o cliente das operações de manutenção a realizar, uma a duas vezes por ano, tendo em vista o prolongamento da Garantia. Uma coisa que consta da factura entregue, ninguém o contesta, mas que intencionalmente está redigida em letra só decifrável com recurso a lupa. Que é como quem diz "para que o interessado não leia e, assim, não tome conhecimento"... Não fica bem e soa a logro. Lembra as apólices dos Seguros...
8. Por último, ninguém gosta que ponham em dúvida a sua seriedade, só porque se trata de um desconhecido. Isto, porque lamentavelmente fui pressionado (tremenda deselegância...) a saldar o custo de uma obra inacabada (o que, na verdade, sê-lo-á eternamente, diga-se). Tal atitude configura lamentável abuso de confiança.
Finalmente e face ao exposto, afigura-se-me mais que justa a valoração qualitativa que atribuí à vossa actuação, mas que seria bom fosse bem diferente. Para o vosso lado e para o meu. A aquisição de um portão deste tipo é para muitos e muitos anos, senão em muitos casos, para o resto da vida. Ou a sua instalação é conduzida com zelo e competência, ou então, da forma como o foi. E da forma como o foi defronto-me eu hoje com um bem que encomendei confiadamente a uma MUNDIPORTA ONLINE - a empresa que acabou por desmerecer toda a minha confiança, e na qual, confesso, desejaria jamais haver tropeçado. É neste sentimento de enganado, é nesta sensação de burlado que fundamento a minha ira e minha revolta.
Os meus cumprimentos.
Fernando Serra
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