Câmara Municipal de Alcobaça
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Município de Alcobaça

Câmara Municipal de Alcobaça - Condições insuficientes no mosteiro de alcobaça durante espectáculo

Sem resolução
João Miguel Pimenta Pereira
João Pereira apresentou a reclamação
22 de novembro 2019
Venho por este meio reclamar das condições infelizes que encontrei no Mosteiro de Alcobaça aquando da actuação do Coro da Catedral de São Paulo de Londres no dia 15 de Novembro de 2019 . As condições que encontrei foram insuficientes contando com a qualidade espectável do teor do espectáculo e a quantidade espectável de pessoas que iriam assistir. Seria igualmente espectável que tivessem adequado o espaço às exigências do evento. As circunstâncias e atitudes por parte do pessoal assistente à organização compuseram a sisudez dos acontecimentos.
Primeiramente, a acústica do espaço da nave central da igreja do Mosteiro de Alcobaça é profundamente inadequada ao tipo de evento: canto coral com melodias e harmonias complexas com som natural (não amplificado). O som na Igreja reverbera durante bastante tempo e baixa a qualidade de qualquer experiência sonora ali vivida que seja sensível ao fenómeno. A Câmara Municipal de Alcobaça parece ignorar este facto que torna muitas das experiências musicais na Igreja uma desilusão. A Câmara precisará de fazer uma de duas coisas: adequar o teor e audiência dos eventos promovidos ao espaço disponível (canto gregoriano , por exemplo, até pode beneficiar das propriedades do espaço com modificações mínimas) ou transformar o espaço a fim de o adequar aos eventos promovidos. Tomando a primeira opção a Câmara deverá sempre limitar a extensão da audiência pelo espaço ou amplificar o som para que todos possam usufruir de uma actuação de qualidade; isto limitará sempre a qualidade do que é possível de realizar na Igreja. No dia anterior actuou no mesmo espaço o Coro Gregoriano de Lisboa com sucesso, já que o seu reportório não possui ornamentações que perdem beleza devido às condições do espaço; assim, a abordagem de cingir o reportório poderá resultar. Pela segunda opção a Câmara deverá encomendar um estudo da acústica da Igreja a fim de perceber que tipo de painéis acústicos pode aplicar e em que posições; Em princípio é possível melhorar significativamente a qualidade sonora na maior parte da Igreja usando painéis acústicos em posições estratégicas. Há soluções comerciais facilmente removíveis com impacto visual mínimo (podem até ser simples tapeçarias, facilmente adequáveis ao edifício, no caso de serem necessários elementos absorsores).
O segundo ponto não é totalmente disjunto do primeiro: a fila de entrada para o certame a acontecer em salas paralelas passava pela entrada da Igreja do Mosteiro e o burburinho das pessoas desta fila reverberava pela nave central. Ainda que perceba que encontrar outra entrada para a Mostra de Doces Conventuais é difícil numa altura em que várias partes do Mosteiro se encontram em obras, poderiam ter sido tomadas acções mitigadoras deste incómodo. A organização deveria ter colocado biombos para melhor isolamento do som da fila para o resto do recinto e, aquando do concerto, deveria ter limitado o número de pessoas que esperavam entre a entrada da Igreja e a entrada para a Mostra (fazendo-as atravessar o mais rápido possível). Acima de tudo, os vários guardas presentes ao longo do espaço deveriam ter incutido nas pessoas o silêncio e respeito pela actuação. Confesso que isto lhes poderia ter sido difícil visto eles próprios fazerem mais barulho que o necessário ao conversar com a organização em plena Nave Central durante o concerto.
O terceiro ponto e mais grave de todos tem que ver com a desorganização na recepção do público e desprezo mostrado a certa parte do mesmo. O problema começa com a falta de lugares sentados (não foram acrescentados nenhuns lugares para além dos lugares normais dispostos para a missas); o que sucedeu a isto torna-o inaceitável. Ainda que a Câmara pudesse não ter previsto um público tão numeroso, ainda que eu aceite a necessidade de deixar parte da audiência de pé, não aceito o arranjo imposto: entre a última fila de bancos e as primeiras pessoas em pé houve uma distância de mais de cinco metros . Aí esteve um espaço completamente vazio durante o espectáculo inteiro. Ao início, quando questionada acerca de tal atrocidade, havendo tanta gente a assistir, a organização não soube justificar. Houve depois uma funcionária bem-intencionada que começou a deixar passar gente (eu incluído) dizendo que poderíamos avançar na nave até aos bancos. Fomos depois obrigados a recuar para trás da fita de “entrada ” por outro funcionário dizendo que afinal não havia autorização superior para tal. Houve, não só uma falta de comunicação dentro da organização como também uma imensa falta de noção do grotesco que era aquela disposição do público. Além disto, a fita segregadora tornou-se insultuosa a partir do momento em que a organização começou a deixar passar pessoas que chegaram já depois do espectáculo ter começado. Acho inadmissível a justificação usada por alguns referindo que outras pessoas estariam a guardar lugar sentado mais adiante pois as pessoas estavam a ser contadas à entrada. Inadmissível foi também inesperada prioridade dada a pessoas com “programa físico” (citando um funcionário). A falta de distribuição de “programas físicos” às restantes pessoas levantadas também foi uma situação caricata pelo facto de se ver uma pilha de panfletos numa mesa do outro lado do tal hiato. Assim, encontrei-me a assistir a um concerto, numa sala com uma acústica terrível, mais longe do que o necessário, a trocar olhares facetos com os guardas que percebiam o ridículo da situação, atrás de uma insultuosa fita negra a olhar para um espaço vago de onde todos poderiam ter ouvido melhor um coro que, apesar de magnífico, não me soou como tal.
Peço à Câmara Municipal de Alcobaça que eleve a exigência e o brio das suas organizações ao nível dos eventos que quer organizar e ao nível do futuro que ambiciona. Caso contrário, Alcobaça perderá cada vez mais o seu apreço por Cultura a troco da fama de ser parva, elitista e ter ambição “para inglês ver”. Ademais solicito à Câmara Municipal de Alcobaça que publique um pedido de desculpas (poderá ser no seu website) pela situação ridícula que impôs aos Alcobacenses que se viram de pé (antes de começarem a abandonar o espaço eram mais que os sentados), para assistir a um espectáculo que prometia tanto, mas que nunca poderia ter sido de imensa qualidade num espaço impreparado como foi a nave central da igreja do Mosteiro de Alcobaça.
Data de ocorrência: 22 de novembro 2019
Esta reclamação foi considerada sem resolução
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