É usual na peixaria Pingo Doce estrada de tornada Caldas da Rainha, as funcionárias não estarem a atender ninguém e os clientes ficarem a aguardar. Já chamamos diversas vezes à atenção e é uma prática comum. No dia 27 de julho 2017, pelas 14 horas verifiquei que tinha a senha 35 e já haviam chamado o 33. Pelo que, apesar da pressa com que estava esperei, até porque não estava mais nenhum cliente à espera. Estava uma funcionária a amanhar peixe (2 sacos com cerca de 20 peixes cada um) e outra a arranjar uma máquina dispensadora de sacos ou de senhas. Esperei uns 5 minutos, sem que me dirigissem palavra. Entretanto aparece a cliente da senha 34 que afinal tinha ido ao talho porque estava farta de estar ali à espera sem ser atendida. Perguntei-lhe se o peixe que estava a ser amanhado era para ela, mas não era. Dirigi-me à senhora que estava a arranjar a máquina na zona do peixe congelado e perguntei se não havia mais ninguém a atender. Resposta: "Está essa minha colega (a que estava a amanhar peixe) e eu." "Pois, mas não está ninguém a atender, na realidade." Resposta: "Quando acabar o que estou a fazer vou atender." "Pois, mas isso é uma máquina e nós somos pessoas." Não se ouviu mais resposta nenhuma, nem pedido de desculpa por estar à espera.... nada! Simplesmente continuaram as duas a fazer o que estavam a fazer. A senhora da senha 34 desistiu passados uns minutos, foi embora, encontrei-a depois na caixa, sem peixe. Eu esperei... esperei... e quando o peixe acabou de ser amanhado, lavado, pesado, ensacado, foi colocado numa bancada metálica na parte de trás da peixaria - portanto não era para nenhum cliente ali presente. Comecei a ser atendida por essa funcionária, enquanto a outra continuava às voltas com a máquina. Chegaram mais clientes. A senhora que estava a arranjar a tal máquina, terminou o seu empreendimento, mas não foi atender os clientes entretanto chegados. Em vez disso foi cortar peixe congelado - distraí-me e não vi o destino desse peixe. Depois foi ensacar postas grandes de peixe, pesá-lo e colocou-o também na bancada metálica na parte de trás da peixaria - para mais um cliente que não estava ali presente. Só então se dirigiu a mim, a perguntar se estava a ser atendida - estava, claro - e seguiu a atender a cliente que me sucedia.
Como havia dito, é frequente este comportamento. Vão lavando bancadas, reabastecendo peixe, gelo, levando caixas para dentro e lavando... e o cliente à espera sem ninguém à sua frente e sem ninguém lhe dar qualquer atenção.
O cliente decide ou não esperar para ser atendido de acordo com o número de senhas, clientes que tem à sua frente, não de acordo com uma agenda desconhecida das funcionárias.
Quem são os clientes que estão a ser atendidos a quem se destinava aquele peixe, e que não estão ali presentes? Porquê que são atendidos às expensas de eu, ali presente, e mesmo solicitando ser atendida, ser ignorada.
Deva dizer-se que falo sempre com educação, nunca altero o tom de voz e como é fácil de perceber, por ter ficado calada à espera de ver tudo o que vi, sou uma pessoa com formação específica para manter a postura em situações de conflito. Por isso posso com toda a dignidade afirmar que a atitude destas funcionárias é desrespeitosa, indigna de um atendimento ao público e se seguem regras internas da loja, essas regras são desrespeitosas e geradoras de sentimentos de frustração e humilhação.
Poderia dizer-vos que em jeito de vingança não voltaria à loja. Mas volto. Por mim, pela senhora da senha 34, que desistiu de ser atendida, por cada mãe que ali está à espera de ser atendida, no instante entre o trabalho e ir buscar os filhos à escola, por cada idoso com dores nos joelhos, que espera ao limite apoiado na esquina da parede, por cada filha adulta, que no meio da sua rotina caótica, faz o favor de ir às compras pela mãe doente, volto. Volto e reclamo, por uma convivência digna e respeitosa entre trabalhadores da loja, clientes que ali recorrem, superiores que inventam as regras e não têm de se reger por elas. Volto... mas quando tiver uma tarde inteira pela frente para esperar, senão não me despacho em tempo útil.
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