PSP - Abordagem Policial - Viseu

No dia 05 de Setembro de 2016, pelas 17:00H, circulava eu com a minha viatura de serviço a menos de 40 Km/h na Rua do Hospital, junto ao Cemitério Velho da nossa cidade, quando ao realizar a aproximação à rotunda junto ao Pingo Doce, efectuei a devida sinalização à esquerda para contornar a mesma em Direcção à Rua do Mendonça, quando, pela falta de visibilidade provocada por 2 veículos estacionados imediatamente antes (como é hábito naquele local, apesar da proibição de paragem/estacionamento), e por breve distracção da minha parte ao olhar pelo retrovisor, não reparei num peão que se preparava para entrar na passadeira, não lhe conferindo passagem.
Sendo tudo muito rápido, quando me apercebi da sua presença, já estava eu sobre a passadeira. Verificando que não constituía qualquer perigo à integridade física do transeunte, decidi não efectuar a paragem, dado a mesma poder provocar uma situação mais perigosa, uma vez que poderia ter uma viatura na traseira e provocar um acidente.
Apesar de eu ter levantado imediatamente a mão para pedir desculpa ao peão, este efectuou um gesto de reprovação em direcção a uma viatura da PSP que estava a iniciar marcha no sentido contrário, junto ao Pingo Doce, a qual, não tendo eu observado inicialmente qualquer tipo de reacção, realizou posteriormente e bruscamente uma inversão de marcha, vindo atrás de mim e mandando-me encostar na Rua do Mendonça.
O único Agente que se encontrava na viatura dirigiu-se a mim e solicitou os documentos do meu automóvel (que nem sequer verificou - apenas conferiu o selo do seguro no vidro), a minha carta de condução e o meu cartão de cidadão, levando estes dois últimos com ele para a viatura da PSP, onde esteve a anotar os dados num bloco de apontamentos.
Ao dirigir-se novamente para mim, e tendo eu perguntado o porquê de estar a ser identificado, após interromper a conversa com um apito e um aviso para uma outra viatura que também entrava na rotunda, disse finalmente que eu iria ser autuado por não ter dado prioridade a um peão na passadeira.
Tendo eu tentado explicar o sucedido, o qual o Agente também deve ter observado, assumindo a minha distração e referindo que a travagem em cima da passadeira poderia ser pior, este não permitiu qualquer explicação nem conversa, declarando num tom de voz mais alterado: “não argumente, Sr. Condutor…” virando as costas e arrancando com o seu carro…
Não querendo de maneira nenhuma imiscuir-me de qualquer responsabilidade, até porque me considero um condutor cumpridor (tenho 20 anos de carta e nunca me aconteceu tal coisa), gostaria de deixar registada a minha insatisfação apenas pela forma como fui abordado pelo Agente em causa, bem como pela sensação com que fiquei no momento, de que fui sancionado sem me ter sido facultada a possibilidade de explicar a minha reacção ao volante. Pelo sucedido, a ideia com que fiquei foi de que fui repreendido a “pedido de terceiros”.
Com esta exposição, não pretendo desculpar-me seja do que for e assumo as minhas responsabilidades, no entanto, creio que a presente exposição será útil para que no futuro situações destas (que deverão ocorrer às centenas todos os dias) poderem ter uma melhor abordagem.
Relembro também que a atenção às passadeiras deverá partir dos condutores de veículos, mas também do peões que as atravessam, sem antes verificarem se é seguro efectuá-lo.
Mais acrescento que, verificado o auto, contestarei o mesmo junto das devidas instâncias.
Obrigado