No edifício onde está localizada a Delegação de Beja (SEF), os estrangeiros, que aguardam longas horas em fila para atendimento, não podem sequer usar as casas de banho. Apesar de as mesmas estarem exatamente em frente à repartição, apenas os funcionários do prédio têm acesso a elas, já que são os únicos em posse das chaves. Quando pedi a chave emprestada para uma funcionária, ela negou-se a me ceder, porque estaria proibida disso, por ordens da administração do prédio (gostaria de frisar que, antes de pedir a chave à funcionária do SEF, eu já havia falado com mais duas pessoas que trabalhavam em repartições e uma delas simplesmente me disse que não havia casas de banho no edifício...). A funcionária disse ainda que, caso eu estivesse com extrema necessidade, eu poderia sair do prédio, atravessar a praça e usar as casas de banho ao fim da rua. Diante dessa resposta e de minha necessidade, não houve o que fazer senão deixar a fila do SEF e me dirigir ao banheiro público, que não tinha sequer acento nas sanitas ou sabonete nos lavatórios. Nunca havia me sentido tão desprezado enquanto estrangeiro. Fica-se com a impressão de que o SEF ainda está no século XVI e somos colônia de Portugal. Cidadãos de segunda classe. Grande vergonha para o SEF e para o País.
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