Exmo(a). Senhor(a),
Venho por este meio descrever detalhadamente a minha situação atual. Eu dia 21/12/2018 pelas 14h fui
a uma reavaliação da decisão desfavorável da junta médica anterior onde um dos elementos
constituintes é o médico do trabalho da minha entidade patronal(situação esta que não se repetiu na
junta de reavaliação embora o outro elemento se tivesse repetido).
Isto é um desabafo de quem sente o próprio País a desistir dele...
Eu tenho atualmente 37 anos e fui diagnosticado com fibromialgia de grau severo há aproximadamente
2 anos. Neste processo fiz dezenas de exames e experimentei se não uma centena de medicamentos
fiquei certamente muito perto, como diversos relatórios que vos tenho apresentado estes anos o
comprovam. Neste longo processo só duas equipas me suspenderam a comparticipação pois todos as
outras entenderam a gravidade da situação. Eu não possuo de forma alguma qualquer possibilidade de
trabalhar devido essencialmente às dores extremas aquando do mais pequeno afastamento dos braços
do corpo, eu não aguento sequer fisioterapia tentada diversas vezes e com todas as abordagens
possíveis. Eu não consigo estar com os braços pousados numa secretária ou ao telefone. Acontece que
segundo o meu medico da dor Dr. (*) (especialista em fibromialgia) do
Hospital de São João eu sou o caso mais grave que conhece(tem dezenas de pacientes com esta doença)
pois além da dor extrema a maior parte do dia bem como fadiga provocada pela mesma dor, eu tenho
uma intolerância extrema alimentar e medicamentosa que surgiu com a doença.
Eu só tolero injetáveis e tratamentos curtos, com um simples paracetamol fico com vómitos e agoniado
para vários dias. As experiências medicamentosas e as preparações de vários exames originaram
grandes períodos de jejum e semanas apenas a chã e algumas tostas, períodos onde chegava a perder
3kg em uma semana.
Eu tenho um filho com 1 ano que não consigo sequer pegar nele.... É um sentimento indescritível não o
poder fazer e não poder ajudar mais a minha mulher.
Até este problema eu era atleta de corta mato e fazia ténis de competição. Nunca tinha metido um dia
de baixa e tinha muitas responsabilidades na minha entidade patronal.
A vossa comparticipação de um ordenado baixo que só não é maior pois quando entrei na empresa foi
na altura da grande crise europeia, é de apenas +- 300 euros mas sem esse valor é impossível eu
conseguir viver de forma digna.
Importa ainda referir que eu andei a ser “empurrado” do Hospital São João para o Hospital Santo
Antonio devido a uma lista enorme de doentes oncológicos, acontece que o Santo antonio não aceitou
essa justificação e recusou-se a aceitar tratar-me, e todos os exames e consultas que tenho feito têm
sido por minha conta de forma privada com um ordenado tão reduzido que nunca chegou nem para
estas despesas...
Estou a estudar as hipóteses que tenho com um advogado amigo pois não posso desistir de mim e da
minha família mas sempre acreditei na justiça e por isso vos escrevo de coração aberto para me
ajudarem e reporem a justiça que mereço.
Um Abraço, João Silva
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