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Unidade Local de Saúde do Nordeste, EPE

ULSNE - Negligência nas urgências da unidade hospitalar de mirandela

Sem resolução
Vera Azevedo Carvalho
Vera Carvalho apresentou a reclamação
30 de novembro 2022
Bom dia,
Fala-lhes XXXXX, filha da utente WWWWW, venho por este meio dar ao conhecimento uma situação extremamente constrangedora e humilhante decorrida no dia 06 de outubro de 2022 no Serviço de Urgência do Hospital de Mirandela.
Confesso, que é com grande consternação que faço este relato, a verdade é que por mais que tente relativizar o sucedido, não considero ser de todo justo não lhe dar a devida atenção, seja pela minha WWWWW, como por outras/os futuros.
A verdade é que a minha Mãe precisou de auxilio, estava no local certo para que esse auxilio lhe fosse prestado, no entanto, esse auxilio foi-lhe negado. A negligência e a falta de cuidado estiveram patentes, e não posso nem consigo dar o assunto por encerrado sem tomar a presente iniciativa.
Assim, passo de seguida a relatar o incidente que me leva a escrever este documento, peço encarecidamente que lhe seja dada a devida atenção.
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Na manhã de 06 de novembro de 2022 a minha mãe, WWWWW, sentiu-se mal com episódios de vómitos e até desmaios. Liguei para o 112 o qual fui prontamente atendida e a posteriormente assistida no local (casa). Os profissionais optaram por levar a minha mãe para o hospital, sendo que chegamos ao hospital pelas 09h da manhã.
Demos a entrada nos serviços com a celeridade que a urgência exigia, fomos encaminhados para o Dr. º JJJJJ, o qual nos informou que a minha mãe teria de permanecer nas urgências, para exames, observação e alimento com “soro”. Fui também informada que, entretanto, teria de permanecer no exterior, sala de espera, e aguardar que o médico me chamasse novamente.
Chegadas as 13h, a minha sobrinha, YYYYY, convidou-me a ir almoçar a sua casa, convite o qual eu aceitei, contudo, e como até ao momento não tinha ainda qualquer resposta por parte do Dr. º JJJJJ, dirigi-me ao Segurança IIIII que me permitiu ir ver a minha Mãe, informar junto dos profissionais de que me iria ausentar por um pequeno momento e confirmar o meu número de contacto para que em qualquer circunstância me contactassem.
Decorrido o momento de almoço, regressei às urgências pelas 14h, na receção confirmei que não tinham chamado pelo meu nome e aguardei na sala de espera conforme me tinha sido solicitado.
Pelas 16h30, ainda na sala de espera ouvi pelo micro o nome da minha mãe, achei estranho chamarem pelo nome dela se ela ainda se encontrava no interior do Serviço de Urgência. Por iniciativa própria fui falar com o Dr. JJJJJ, a fim de perceber se o objetivo seria chamarem-me a mim, mas que, por algum motivo não saberiam o meu nome, até porque a minha mãe sabe o meu nome. Ao entrar, reparo na minha mãe ao fundo, estava numa postura que me deixou preocupada, aproximo-me e deparo-me com a minha mãezinha, alerto que tem 87 anos, prostrada numa cadeira de rodas, Meu Deus, tão fragilizada, toda vomitada, sem qualquer controlo do xixi e do cocó, o vomitado já estava entranhado até à roupa interior, algum já com aspeto ressequido, no chão... Quando me viu, e eu lhe disse “Oh minha Mãe, como está… como
é possível”, com muita dificuldade respondeu " OH MINHA FILHA, JÁ VISTE O MEU ESTADO? PEDI AJUDA, JÁ PEDI PARA IR FAZER CHICHI, E NINGUÉM VEM!
Em simultâneo, e muito preocupada, pedi ajuda, para que me ajudassem a tratar da minha mãe, perguntava a quem passava se alguém se tinha apercebido da aflição da minha Mãe, informo também, que nestes episódios de vómitos, a minha mãe tem tendência a desmaiar, a minha preocupação era muita. Mas, a verdade é que as reações que obtive aos meus pedidos, foram encolher de ombros e caras viradas para o lado. A indiferença é flagrante, e num Serviço de Urgência Hospitalar a indiferença ao sofrimento alheio, por parte de Profissionais de Saúde deveria ser punível.
Entretanto, dirigi-me a uma enfermeira, de nome CCCCC, a fim de lhe pedir ajuda, a qual também questionei sobre a triste situação em que se encontrava a minha Mãe. Em tom, autoritário a Enfermeira CCCCC respondeu " QUE NÃO ERA NADA COM ELA POIS SÓ TINHA ENTRADO ÁS 16H00" "QUE SE TIVESSE ALGO A RECLAMAR, QUE ME DIRIGISSE AO BALCÃO E RECLAMASSE NO LIVRO AMARELO". Simultaneamente, apontava para o suposto local onde se encontrava o Livro de Reclamações. Também aqui, não obtive qualquer tipo de ajuda ou boa vontade a fim de melhorar o bem-estar da minha Mãe.
Confesso que não tive coragem na hora de proceder à reclamação, tive receio que de alguma forma fosse a minha mãe sofrer algum tipo de represália e que não fosse tratada com o cuidado e atenção que precisava.
De imediato, localizo Dr. º JJJJJ no Gabinete 4, informo-o do que se estava a passar, peço novamente ajuda para conseguir tratar da minha Mãe, alerto que tem 87 anos, eu estava sozinha e a verdade é que no estado débil em que a minha mãe se encontrava, com muita pena minha, eu não tinha força física para conseguir sequer levantá-la da cadeira de rodas. Neste seguimento, o Dr. º JJJJJ ao ver a minha Mãe naquela situação, chamou de imediato o Enfermeiro DDDDD, que se encontrava na triagem e por ser o responsável das Urgências, a quem explicamos o que estava a acontecer.
Dirigi-me então aos vestiários da sala de OBS/Urgências, onde sozinha, limpei e vesti a minha Mãe, a minha Mãe estava num estado deplorável, vomitada, a roupa ensopada em xixi, em cocó.... no final, chegou uma assistente que disse ter sido orientada pelo Enfermeiro DDDDD para me ajudar e entregou-me uma bata hospitalar para vestir a minha mãe.
Mais uma vez, ressalvo os 87 anos da minha mãe, no sentido de sublinhar que está numa fase da vida em que o controlo da temperatura corporal não funciona de igual forma à de uma pessoa mais jovem. Assim, apercebendo-me de que a minha mãe iria ficar com frio pois estava vestida somente com a bata hospitalar e não querendo de todo incomodar os Profissionais de Saúde em serviço nas urgências, liguei à minha sobrinha YYYYY que me levasse a uma loja para comprar roupa mais quente, a fim de que a minha mãe não sentisse frio.
De regresso às Urgências, pelas 17h30, após ter comprado a roupa, pedi, repito pedi às senhoras de serviço que me deixassem entrar para vestir a minha mãe, pedido que me foi recusado, é verdade, as mesmas não me deixaram agasalhar a minha mãe, no entanto, perguntaram-me se estaria interessada em dar uma sopa à minha Mãe, o qual prontamente aceitei.
Consegui com esforço dar apenas duas ou três colheres de sopa, a minha Mãe continuava muito indisposta.
Entretanto, fui orientada a regressar à sala de espera exterior, neste momento, qual o meu espanto, disseram-me para levar a minha Mãe comigo para a sala de espera, “para me fazer companhia”, sem discussões aceitei, pedi só que me facultassem um cobertor a fim de a aquecer como também de proteger a sua privacidade, visto que a minha mãe estava vestida somente com a bata hospitalar, onde se via todo o seu corpo desnudo nomeadamente costas, pernas… A sala de espera mencionada, estava cheia de utentes pelo que foi para mim fundamental proteger a integridade da minha Mãe.
Depois de alguns momentos na sala de espera, confesso que nem me apercebi de quanto tempo, mas já em desespero por toda a situação com que nos deparávamos, vendo a minha mãe a tremer de frio, e com sintomas de vómitos novamente, empurrei a cadeira de rodas para dentro da sala de OBS e pedi uma vez mais auxílio a quem se cruzava connosco.
De imediato, apareceu o Dr. º JJJJJ que informou " ESTA SENHORA TEM DE IR PARA UMA MACA, AQUI NÃO ESTÁ BEM".
Fui seguidamente informada de que existia a necessidade que a minha Mãe ficasse internada pelo que iria ficar em observação, já que os sintomas se mantinham. Comunicaram-me também que aguardasse contacto por parte do Hospital. E assim fiz.
Deixei com muito receio a minha Mãezinha deitada numa maca, e fui para casa.
Felizmente, e no momento a minha Mãe já se encontra em casa e está estável.
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A verdade é que todos nós procuramos os Profissionais de Saúde, não só pela necessidade pela falta da própria saúde que já é tão difícil de lidar, mas essencialmente porque confiamos e acreditamos na dedicação e respeito de quem nos vai receber e tratar.
Para terminar, quero deixar claro que o principal objetivo desta carta é tão somente evitar que existam mais “WWWWW. Quero de alguma forma relembrar, que os nossos velhinhos nem sempre foram velhinhos, tal como nós não seremos eternos jovens. Eles merecem ser recebidos com respeito e dignidade, principalmente, com respeito e dignidade. Não é correto, não é ético, muito menos humano expor e humilhar os nossos velhinhos, da mesma forma que o fizeram com a minha Mãezinha WWWWW.
Sem mais assunto a tratar,
XXXXX

UMA ÚLTIMA NOTA, A MINHA MÃEZINHA FALECEU NO PASSADO DIA 27, DESDE O DIA 06, FICOU ALHEIA A TUDO QUANTO A RODEAVA, QUANDO SE LHE DIRIGIA A PALAVRA, APENAS MURMURAVA: COMO ESTÁ MINHA MÃE, ...RESPONDIA HUMM HUMM...APENAS..QUEM SABE SE TRISTE POR ACHAR QUE PERANTE A SITUAÇÃO OCORRIDA, ONDE DEVERIA SENTIR-SE SEGURA, E ACONTECIDO O OPOSTO, TIVESSE FICADO A PENSAR : O QUE ANDO CÁ A FAZER!!
Data de ocorrência: 6 de novembro 2022
ULSNE
13 de fevereiro 2023
A sua exposição mereceu a nossa melhor atenção.

Informamos que o Gabinete de Utente da Unidade Local de Saúde do Nordeste, já lhe remeteu a resposta para o seu endereço de correio eletrónico, no passado dia 3 de Fevereiro de 2023.

Acreditamos que as reclamações e sugestões dos utentes da Unidade Local de Saúde do Nordeste são importantes para aferirmos da qualidade da nossa prestação e uma oportunidade para a sua melhoria, agradecemos o seu contributo.

Os Utentes da ULSNE dispõem das seguintes formas alternativas para apresentação de uma reclamação:
a) Através do Livro de Reclamações (designado “Livro Amarelo”).
b) A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) disponibiliza, no seu portal na Internet, um formulário que os utentes podem também utilizar para expor as suas reclamações.
c) Outra forma de apresentar uma reclamação é através do envio de texto formal de reclamação. Este texto poderá ser remetido por correio postal, fax ou correio eletrónico.
d) Através formulário Fale Connosco, no separador Contacto do site da ULSNE.

Nota: devemos ainda clarificar, que a utilização de plataformas digitais distintas não garante que as reclamações, elogios e sugestões venham a ser tramitadas nos termos da lei, quer por parte do prestador, quer por parte da ERS, visto que o seu conteúdo integral poderá não chegar ao seu conhecimento.

Estamos disponíveis para qualquer outro esclarecimento pelos seguintes canais:
273 310 800
Gabut@ulsne.min-saude.pt
www.ulsne.min-saude.pt/contactos/formulario-de-contacto/
Vera Carvalho
9 de março 2023
- - - Bom dia, em referência à vossa resposta para este portal, achei muita piada ao descritivo dos meios ao meu dispor para efectuar tal reclamação!
Passo a informar V.ªs ex.ªs que :
- Não foi efectuada reclamação no livro de reclamações FÍSICO porque, no momento a preocupação era tomar conta de uma pessoa idosa que carecia de apoio que foi negligenciado e negado, não existindo ninguém naquele local que quisesse fazê-lo.
- Existindo, supostamente, a possibilidade de o fazer online, esse serviço não se encontrava, nem se encontra disponível para a ULSNE, vá-se lá saber porquê.
- E ainda, foi enviado para o tal GABUT* email descritivo de toda a situação ocorrida, e que até ao momento não obtivemos qualquer resposta.
Para concluir, resta dizer, que continua tudo em águas de bacalhau, não existindo qualquer vontade de procurar responsáveis pelo sucedido.
Mais uma vez, a exemplo do que vai por aí, a culpa morre solteira.
Esta reclamação foi considerada sem resolução
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