Viagens Abreu - Envia clientes para férias de sonho em hotel de 5 estrelas na republica dominicana, 1 dia após a passagem de um furacão???

Venho por este meio expor e reclamar o serviço prestado pela agência de viagens Abreu relativamente à viagem efectuada recentemente para a República Dominicana.

Tínhamos viagem marcada para Punta Cana na segunda-feira, dia 19 de Setembro de 2022. Devido ao furacão Fiona, o voo que estava agendado foi cancelado e foi feito um novo agendamento para o dia seguinte (20 de Setembro). A minha reclamação tem a ver exactamente com o facto de manterem esta viagem um dia após a passagem de um furacão que destruiu grande parte da ilha e provocou danos avultados em vários hotéis (tal como foi sendo possível acompanhar nas notícias durante o dia 19 e 20 de Setembro).

Notícias de 19 de Setembro
https://www.dn.pt/internacional/furacao-fiona-chega-a-republica-dominicana-apos-deixar-danos-catastroficos-em-porto-rico-15177785.html
https://www.rtp.pt/noticias/mundo/furacao-fiona-atinge-republica-dominicana-e-porto-rico_v1434016
https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2076185/fiona-chegou-a-republica-dominicana-e-ja-fez-estragos

Notícia de 20 de Setembro
https://www.rtp.pt/noticias/mundo/furacao-fiona-faz-12500-deslocados-na-republica-dominicana_v1434232

Em primeiro lugar, não tivemos qualquer contacto da agência Abreu para nos dar informações sobre as alterações de voos que estavam a acontecer. Eu proactivamente contactei a agência na segunda-feira ao início da tarde (quando cheguei ao aeroporto e vi o voo cancelado e já acompanhando as notícias que estavam a ser libertadas) de forma a expressar a minha preocupação com a viagem e com o facto de esta se manter. O colega que me atendeu apenas disse não saber detalhes das alterações e que eu deveria manter-me informada através da operadora Jolidey. Questionei o colega de Jolidey que se encontrava no aeroporto quanto ao facto de manterem a viagem e não obtive grande abertura pois apenas mencionou que a operadora iria decidir.

Chegamos no dia 20 por voltas 15 horas ao hotel Dreams Dominicus la Romana.
Partilho algumas imagens do estado em que o hotel se encontrava:
- A entrada do hotel estava bloqueada por um "rio" de água apenas permitindo o acesso através do autocarro (se quiséssemos sair teríamos que atravessar esse mesmo rio a pé)
- Grande maioria dos quartos dentro da área do hotel ficaram inundados ou destruídos e por esse motivo fomos colocados num edifício
- As piscinas estavam interditas devido ao lixo acumulado dentro delas
- A praia estava interdita devido à destruição deixada, com chapéus danificados caídos no areal
- Dois dos restaurantes estavam fechados pois ficaram destruídos
- A destruição era visível ao longo de todo o hotel, com palmeiras tombadas, chapéus de sol inexistentes pois ficaram destruídos, zona da animação e discoteca destruídas
- A logística do hotel estava muito complicada com o staff a fazer o melhor que podia para recuperar o espaço

Este foi o estado em que encontramos o hotel e foi também a realidade com que tivemos que viver durante uma semana de férias em que a expectativa seria de podermos desfrutar daquilo pelo qual tínhamos pago. Apenas no último dia as piscinas ficaram todas disponíveis para utilização (ainda que com grandes limitações no que toca à limpeza, durante os primeiros 2 dias apenas uma piscina estava operacional para todo o hotel). Durante toda a estadia 2 restaurantes temáticos estiveram fechados, na praia existiam meia dúzia de guarda-sóis para todo o hotel, o que torna quase impossível estar ao sol, e nem as palmeiras nos ajudavam pois ou foram tombadas ou ficaram sem ramos, a zona da animação não foi reaberta, etc.
Para além da destruição física que encontramos, tornou-se difícil ignorar o facto de que muitas das pessoas que estavam a trabalhar naquele hotel e a tentar trazer de volta as comodidades para os clientes, tinham provavelmente as próprias casas destruídas ou danificadas.
Torna-se impossível alguém usufruir destes dias, quando nos deparamos com todo este cenário. Parece-nos mais sentado para todos (visitantes e visitados), que após um evento destes se pare, se tente trazer normalidade à vida das pessoas, se recupere o país e por fim se retome a actividade turística.

Do meu ponto de vista existiu uma manifesta acção de má fé por parte de Abreu ao nos enviar para este destino sem qualquer preocupação no que toca ao serviço que o cliente iria encontrar. A única preocupação parece ter sido o envio das pessoas para o destino de férias independentemente das condições, por forma a poder alegar que o serviço contratado teria sido cumprido. Uma coisa era se já estivéssemos no destino e por uma fatalidade tivéssemos que passar pelo furação e as suas consequências. Outra coisa é, após a passagem de um furacão e com as noticias da destruição, enviarem os clientes para o cenário de combate que vos acabei de apresentar.