O meu pai é aposentado dos CTT - Correios de Portugal, S.A e vive numa pequena e despovoada vila do interior, longe de tudo e de todos. Já tinha ouvido falar, como todos nós, de resto, da má imagem que a empresa está a deixar no país, principalmente desde que foi privatizada e que ele próprio está agora a sentir na pele o desleixo e a arrogância da empresa e a passar por algo que, segundo ele, nunca pensou ser possível: os funcionários são humilhados e ostracizados pela marca onde, noutros tempos tudo deram, sabe Deus, muitas vezes em que condições, durante mais de 40 anos.
Tudo terá começado num belo dia em que o cartão do telemóvel empresarial - que por uma questão de puro marketing, em tempos, os CTT brindou os seus funcionários com equipamentos phone-ix e que depois de abandonado este conceito, transitou para a operadora de comunicações Vodafone – foi bloqueado, alegadamente, por códigos não associados ao cartão em causa.
Contactada a Vodafone durante mais de 15 dias ou por contactos telefónicos para o 16912 (só de uma vez pagámos quase 20 euros por uma chamada) ou por idas à loja da sede do concelho, aconselhada pela própria operadora (transportes muito dispendiosos e quase inexistentes), chegaram à brilhante conclusão que era necessário novo cartão o qual demorou seguramente mais 15 dias. Cada vez mais tínhamos a sensação que ninguém na operadora sabia muito bem o que andava a dizer ou a fazer.
Passado um mês, era tempo de ativar o cartão e o mistério adensou-se. Na Vodafone dizem-nos que não pode ser o meu pai a espoletar a ativação e os CTT a dizer o contrário. Depois de muita insistência ambas as empresas deram a cara, Ana Silva por parte da Vodafone e o Dr. João Almeida pelos CTT. No caso dos CTT, foi necessário perder meio-dia de trabalho para chegar à fala com este senhor na Rua D. João II nº13, por telefone interno e que toda a gente fez muita questão de frisar que o doutor tinha muitas reuniões e quase nunca estava disponível. Mas eu já tinha ligado para todas as linhas dos CTT, em vão. A saber: linha de apoio, 707262626, número geral dos CTT 210470301/3 e ainda as linhas da phone-ix sugeridas pelos próprios CTT 1692 e 707922922. Estas últimas, ou nunca ninguém atende ou estão sempre interrompidas.
Neste momento, passado quase mês e meio, estou à espera que o Dr. João Almeida disponha de um pouquinho do seu tempo que é muito pouco, para informar, segundo ele, a Vodafone que por sua vez me ligará a informar dos procedimentos para desbloquear o equipamento.
Uma “coisa” dou outro mundo que se não fosse triste, era hilariante.
Data de ocorrência: 12 de junho 2019
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