Volvo - Sistema da qualidade

Transcrevo a comunicação que fiz à Volvo Car Portugal, a 02/03/2015, através do email "cacvolvo@acp.pt" e sobre qual ainda não obtive resposta: Exmos. Srs. Sou proprietário do Volvo V50 1.6D, de 13/11/2007. Como poderão seguramente comprovar, as revisões foram feitas anualmente e sem excepção em oficinas oficiais Volvo – SANTOGAL Auto Patrício, Lisboa. O Plano de Manutenções foi escrupulosamente seguido e até antecipado em alguns componentes. O veiculo tem actualmente 7 anos e 59 000km. É um carro com pouca utilização e que permanece em garagem dia e noite. Na última revisão, realizada em Fev. 2015, além da revisão dos 60 000km e resolução de anomalias menores, incluindo substituição de bateria, foi recomendada a substituição dos seguintes elementos dos quais anexo orçamentos: . Kit distribuição - (Substituição recomendada no Plano de Manutenção da Volvo aos 240 000km ou 10 anos); . Amortecedor de vibrações; . Motor eléctrico do A/C – (Como qualquer motor eléctrico a sua duração é função da sua utilização, não sendo expectável que avarie tão prematuramente); . Alternador – (Quando bem dimensionado tem um tempo de vida útil nunca inferior a 200 000km). É com profunda indignação que constato a necessidade de substituição de elementos que se prevêem com tempo de vida muito superior ao que efectivamente possuem, ainda mais num veículo com uma manutenção tão cuidada. Este é o segundo Volvo que possuo e continuo com a opinião de que se trata de uma marca que prima pela excelência, contudo, não posso deixar de ficar preocupado com os acontecimentos recentes. Bem sei que este carro não tem motor Volvo, mas confio que o “carimbo” Volvo garante que os parâmetros da Qualidade são escrupulosamente cumpridos. Escusado será dizer que a expectativa de quem compra um Volvo e confia na manutenção da marca é de poder ter total garantia de Qualidade e fiabilidade. Não é espectável que um carro com o tempo, quilometragem e tipo de utilização deste, tenha que substituir estas peças tão antecipadamente. Posto isto, torna-se evidente que existiram falhas da Qualidade nos processos de fabrico e/ou de selecção de fornecedores. Embora o período de garantia se encontre esgotado, não espero outra posição que não a de aceitação de responsabilidade por parte da Volvo. Espero que actue de acordo com o nível de excelência e rigor que conquistou no mercado e assuma a sua total responsabilidade sobre o défice de fiabilidade que aqui testemunho. Aguardo v/ posição e indicação sobre forma de actuar. Com os melhores cumprimentos, Rui Padilha Gomes

Transcrevo resposta Volvo, 45 dias depois da minha reclamação:

Exmo. Senhor Rui Padilha,


Como tivemos oportunidade de referir, no contacto telefónico, a correia de distribuição deve ser substituída com 10 anos, se, entretanto, não atingir a quilometragem prevista ou se não existirem sinais de desgaste no conjunto. O facto de a marca aconselhar a sua substituição não significa que o componente esteja dentro da garantia do fabricante. A advertência existe porque a partir desses limites há um risco muito elevado. E se algo acontecer, as consequências são bastante nefastas.

Quanto ao alternador, ainda que também esteja muito sujeito a um desgaste interno, entendemos que a sua vida útil deveria ter sido mais longa.

Neste contexto, a nossa organização propõe a oferta da próxima manutenção programada, nessa unidade e na Santogal, como forma de minimizar os inconvenientes que estas ocorrências possam ter determinado.

Esperamos que este gesto, a título excecional, permita retomar a confiança no veículo e reforçar os laços com a nossa marca.

Ficamos ao dispor para qualquer outro assunto.



Com os nossos cumprimentos,


Centro de Apoio a Clientes
Volvo Car Portugal, S.A.
Tel: 800 910 002 (+351 210 930 221)

Transcrevo m/ resposta à decisão, em jeito de esmola, da Volvo:

Ex.mos Senhores,

Foi com surpresa que recebi v/ resposta à minha exposição sobre as falhas da Qualidade detetadas e identificadas na minha reclamação.
Informo que não aceito nem compreendo a v/ proposta.
Considero que o desgaste precoce identificado nos materiais/equipamentos do m/ Volvo de forma alguma me pode ser imputável.

Nos termos do D.L. nº 383/89, de 06/11, que transpõe para a nossa ordem jurídica interna a Directiva nº 85/374/CEE, do Conselho, de 25/07/1985, o produtor é responsável, independentemente da culpa, pelos danos causados por defeitos dos produtos que põe em circulação, sendo que o produto é considerado defeituoso sempre que não cumpra com os requisitos de segurança com que legitimamente se pode contar, tendo em conta todas as circunstâncias, designadamente a sua apresentação, a utilização que dele razoavelmente possa ser feita e o momento da sua entrada em circulação.

Assim sendo, em face do exposto, maxime a duração e a utilização dos produtos nos termos supra expostos, não logro vislumbrar qualquer fundamento para que a Volvo não assuma a responsabilidade pela colocação no mercado de produtos cuja utilização e características não correspondem às anunciadas e com as quais, por essa razão, o consumidor passa legitimamente a poder contar.

Nesta conformidade, solicito que a Volvo possa rever a posição antes assumida, responsabilizando-se pelos danos decorrentes do desgaste precoce das peças do automóvel, minimizando o m/ prejuízo com toda esta situação.

Mais informo que aguardo v/ posição final em 8 (oito) dias, prazo findo qual recorrerei aos meios legalmente previstos para defender a minha posição.

Melhores cumprimentos,
Rui Padilha