Após três aulas experimentais, dei indicação na secretaria para avançar com a matrícula. Primeiramente, fui chamado a uma salinha e comecei a responder a um questionário onde me foi perguntado todo o tipo de questões em matéria patrimonial: quanto ganhava, se tinha casa própria, quanto pagava de renda, outros empréstimos (estranha a referência a "outros", mas já lá vamos), etc.
Achei estranho, mas respondi com verdade. Fui a duas aulas e voltei para terminar a matrícula. Eis que me é apresentado um contrato e umas cláusulas contratuais num logótipo "credireto". O funcionário, num tom muito pronto, disse-me: "é só assinar e está feito". Eu, ligeiramente irritado com aquele formalismo contratual todo, respondi-lhe: "não assinado de cruz nem a compra de um café". Ato contínuo, pergunto-lhe:
Porquê 36 meses de previsão de aulas quando na minha avaliação se previam, no melhor cenário, 10 meses para o meu objetivo? Ele não me soube responder satisfatoriamente!
Nova pergunta:
E se eu quiser sair daqui a 7 meses, posso? Ele nada me respondeu, apenas me disse que, em caso de motivo de trabalho, a administração costumava ser compreensiva. A isso eu respondi que nada constava no contrato escrito.
Folheei o contrato e lá vi a cláusula da denúncia. Num português jurídico altamente técnico, estava lá que não me era conferido qualquer direito de desistir durante os 36 meses.
De todo o contrato, percebi que o WSE faz uma intermediação financeira e os alunos, sob a capa de uma simples matrícula, acabam a fazer um contrato de crédito. Resta saber se assim figura no Banco de portugal...
Nada disto é ilegal à partida. Porém, e aqui parece-me ilegal, tudo é feito de uma forma muito subreptícia, silenciosa, sem qualquer explicação, em que sob a capa de uma simples matrícula se está a fazer um contrato fechado, complexo, válido por 36 meses sem possibilidade de livre denúncia, a todo o tempo e, pior, dificilmente percetível por um cidadão menos conhecedor...
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