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De acordo com os dados do Portal da Queixa - analisados pela Consumers Trust Labs -, observou-se um crescimento no número de reclamações relacionadas com o aumento do custo de vida, totalizando 44.329 queixas em 2024, representando um acréscimo de 22% no segundo semestre, face ao primeiro.
Entre os setores mais afetados e reclamados pelos consumidores estão: Comunicações, TV e Media (14%), Banca, Pagamentos e Investimentos (9%), Informática, Tecnologia e Som (8%), Água, Eletricidade e Gás (8%) e Hotéis, Viagens e Turismo (8%), onde o aumento de preços foi mais evidente e, segundo os relatos dos queixosos, muitas vezes, “sem justificação clara” ou “razão aparente”.
A maioria das queixas foram registadas por homens (51%) e identificou-se, ainda, uma alta incidência de reclamações entre os consumidores mais jovens. Os dados mostram que 33% do volume de reclamações foi feito por pessoas com menos de 34 anos, indicando que este grupo etário tem sido particularmente afetado pelo aumento do custo de vida. Lisboa, Porto, Setúbal, Braga e Aveiro são os distritos que concentram o maior volume de ocorrências.
Alfredo, foi um dos consumidores que contestou a subida de preço dos serviços de saúde. “Tive um aumento de 92 para 120 euros numa consulta de rotina, agendada pelo médico. Não concordo com tamanho aumento sem aviso.”
Por sua vez, Vanessa, reclamou do aumento de preço dos serviços energéticos e apresentou uma queixa contra a Goldenergy: “As minhas faturas estavam a chegar no valor de 70 euros. Nos últimos dois meses, estão chegando a 100 euros e não mudei nada na minha rotina para ter um aumento tão alto.”
Na visão de Pedro Lourenço, Fundador do Portal da Queixa, “o aumento do custo de vida, aliado à insatisfação dos consumidores mais jovens, reforça a necessidade de maior transparência na comunicação dos aumentos de preços e estratégias mais eficazes para mitigar o impacto da inflação.”
Comentários(1)
Ana Cristina Marques da Fonseca Flórido •
Na Banca e na Saúde foi onde senti os maiores aumentos. Manter uma conta bancária tornou-se assustador; o pior é que não posso viver sem uma, pelo que os preços deveriam ser regulamentados, pelo menos para a primeira conta. Quem pretendesse ter mais do que uma conta bancaria teria de arcar com os custos associados.
Na Saúde, com a proliferação do setor privado, assente nos seguros, os custos aumentaram para todos aqueles que precisam de recorrer a ele para colmatar as falhas do setor público. Ou pagamos um seguro, ou pagamos serviços de saúde mais caros. Creio que os grandes beneficiados são os hospitais privados e as seguradoras (mas isto é apenas a minha opinião, não tenho dados em que me basear).
Os seguros mais baratos cobrem essencialmente consultas, ficando muitas vezes de fora cirurgias, tratamentos e hospitalizações. Se as consultas se tornarem mais caras, os seguros de saúde tornam-se mais apelativos.
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