A literacia digital está a chegar aos mais idosos?

Amanhã celebra-se o Dia Mundial da Terceira Idade, no entanto, os que não nasceram ou cresceram na era digital têm mais dificuldades em aceder e navegar de forma segura pela internet. Investir na literacia digital das camadas mais velhas é importante e fundamental.

Literacia digital na população mais velha

Somos cada vez mais digitais! Mas ainda não somos (todos) totalmente digitais. Sobretudo as camadas mais idosas da população portuguesa, que revelam ainda algum desconhecimento e desinformação relativamente ao uso correto da internet. 

Em causa estão inúmeros fatores: a idade, a dificuldade em compreender as novas tecnologias, a falta de apoio e informação, não terem um smartphone, entre outros. A verdade é que são eles os mais vulneráveis, e também os que necessitam de mais informação e ajuda neste sentido. Será que a literacia digital está mesmo a chegar aos mais idosos? 

Existem apoios e projetos focados nesse sentido, mas há sempre algo mais que pode ser feito. Além de saberem navegar na internet, os mais velhos têm de saber em que sites navegam, se são seguros e onde podem procurar ajuda e informação sobre marcas antes de comprarem ou tomarem qualquer tipo de decisão. 

No Portal da Queixa, apenas 9% dos consumidores com mais de 65 anos utiliza a plataforma, mas isto não significa forçosamente que estejam bem informados digitalmente para perceber uma tentativa de burla à primeira. Se é difícil para quem cresceu a par com a internet, para quem iniciou a vida digital já em meia-idade, é ainda mais. Por isso mesmo, investir em conhecimento digital é sempre bem-vindo. Antes de comprar ou usar as redes sociais, atenção a isto. 

Como acedem os idosos à internet?

Portugal está nos primeiros países da União Europeia com mais idosos que nunca usaram a Internet. A dificuldade em aceder ou navegar na internet, a falta de conhecimento digital ou a dificuldade em aceder a aplicações leva a que muitos acedam de forma irregular - e quase sempre com o apoio das camadas mais jovens - a conteúdos que desejam. 

Por outro lado, muitos acedem sem qualquer controle às redes sociais, não entendendo de todo o seu propósito, algo que os leva, muitas vezes a partilhar dados pessoais ou informação relevante e suscetível a possíveis burlas. 

Neste sentido, o acesso à internet pelos portugueses mais velhos é ainda bastante desinformado, algo urge ser colmatado, sobretudo agora que os ataques informáticos crescem a olhos vistos em Portugal e por todo o mundo. 

E-commerce, redes sociais e partilha de dados online: o que saber

Compras online, acesso às redes sociais como forma de estar mais próximo em tempos de confinamento ou partilha de dados bancários ou pessoais foram alguns dos desafios que a pandemia trouxe às camadas mais idosas. De repente, tiveram de passar a ser digitais à força e tudo o que é forçado, acarreta falhas que podem transtornar qualquer rotina.  Os perigos da internet afetam sobretudo esta faixa etária, mais desprotegida e desinformada. Assim, e antes de usar a internet de forma livre e até inconsciente, há três pontos a ter em conta:

E-commerce: cuidado com as compras online. Além da partilha de dados pessoais, as compras online podem ter vários rostos e é preciso ter algum conhecimento para evitar burlas. Antes de comprar, é fundamental pesquisar sempre o nome da marca e que opiniões existem sobre a mesma. 

Uso das redes sociais: atenção ao que partilha nas redes sociais. Informação confidencial, dados bancários ou outro tipo de dados não devem ser partilhados sob nenhuma forma – pública ou através de mensagem privada – com ninguém. Sem falar das compras em lojas online através das redes sociais. Há que averiguar se efetivamente seguras. Uma vez mais, há que pesquisar antes de avançar com alguma compra. 

Partilha online de dados pessoais: as tentativas de phishing acontecem diariamente, sobretudo aos mais desinformados e os que menos dominam a internet. Aqui partilhamos mais informação sobre phishing e sobre os diferentes tipos de ataques informáticos, informação essencial para evitar ser burlado através das redes sociais, de emails ou de mensagens aparentemente credíveis. 

Conhecer e reclamar os seus direitos: Portal da Queixa

Também faz parte da literacia digital o conhecimento dos direitos enquanto consumidor, assim como das plataformas corretas para reclamar quando algo não corre bem. O Portal da Queixa é um espaço de partilha e de conhecimento, ideal para alertar os mais idosos sobre marcas, tendências de consumo e sobre os perigos da internet. 

Por isso, antes de tomar uma decisão, é importante pesquisar sobre a marca e inspirar-se nas experiências de outros consumidores. A literacia digital na população sénior não passa só por saber aceder e navegar na internet. Os consumidores mais velhos também têm direito a se sentirem informados e seguros quando tomam decisões online. Esta é, também, uma forte arma contra o cibercrime: informar quem menos domina, para evitar ser alvo de fraude ou burlas muitas vezes irreversíveis.
 


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