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Quando questionados sobre as prioridades do próximo Governo - no estudo de opinião “Legislativas 2025” realizado pelo Portal da Queixa antes das eleições - os portugueses foram claros na resposta: investir no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e controlar os preços da Habitação. Estas áreas foram igualmente apontadas pelos inquiridos como as mais deterioradas ao longo do último ano, com a Saúde liderar com 71,8% das respostas, seguida da Habitação, revelando uma perceção generalizada de declínio dos serviços públicos e das condições de vida.
Uma nova análise aos dados do Portal da Queixa, realizada entre 1 de janeiro e 17 de maio de 2025, mostra que estas mesmas áreas concentram um elevado volume de reclamações, corroborando o desejo urgente da população por mudanças concretas.
Habitação: o setor mais crítico
Com 2.050 reclamações registadas desde o início do ano, a Habitação destaca-se como a principal preocupação dos portugueses. Mais de 41% das queixas referem-se à interrupção de apoios financeiros por parte do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), enquanto outras denunciam problemas no atendimento (22,09%), atrasos na aprovação de pedidos (17,35%) e falta de informação sobre os apoios disponíveis (13,78%).
A maioria das reclamações neste setor é apresentada por mulheres (68,10%) e a faixa etária predominante vai dos 25 aos 44 anos (55,32%). Geograficamente, Lisboa (29,61%) e Porto (20,98%) lideram nas denúncias.
Saúde: falhas no atendimento continuam a preocupar
O setor da Saúde pública, com 593 reclamações, aparece como a segunda maior preocupação dos portugueses. Os principais motivos incluem problemas no atendimento ao utente (38,62%), dificuldades no agendamento de consultas (12,65%) e deficiências na prestação de serviços (10,96%). Instituições como o SNS, hospitais públicos e centros de saúde estão entre os organismos os mais visados.
Nesta área, o género feminino lidera as queixas registadas (63,58%), sobretudo nas faixas etárias entre os 35 e os 54 anos (51,6%). Lisboa (31,20%), Porto (20,07%) e Setúbal (11,97%) são as zonas com maior incidência de reclamações.
Transportes Públicos: atrasos lideram queixas
Segundo os dados analisados, há outro setor que também inquieta os portugueses. Com 556 reclamações registadas, os Transportes Públicos destacam-se, este ano, como uma área crítica de insatisfação. Atrasos nos horários (25,68%) e falta de qualidade e conforto no serviço (21,88%) são os problemas mais reportados. Também são frequentes queixas sobre mau comportamento de motoristas (18,63%) e falhas técnicas (12,48%).
Lisboa é, de forma destacada, a região com mais queixas (51,62%), seguida de Setúbal (26,80%) e Porto (11,15%). Os principais operadores alvo de reclamação são: CP – Comboios de Portugal, Metro de Lisboa, Metro do Porto, Carris Metropolitana, STCP e Fertagus.
Os dados do Portal da Queixa refletem uma pressão crescente sobre o novo Governo – que tomará posse em Junho - para priorizar políticas eficazes e respostas rápidas nestes três setores essenciais. A análise evidencia que as faixas etárias ativas da população, especialmente entre os 25 e os 54 anos, estão particularmente atentas e exigentes quanto à melhoria da qualidade e resposta dos serviços públicos.
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