Reclamações dirigidas a operadoras low-cost aumentam mais de 1500% em 6 meses

Desde a entrada da Digi no mercado nacional, em novembro de 2024, os consumidores registaram, até abril passado, mais de 2.700 reclamações dirigidas às operadoras móveis. O aumento do número de queixas, face aos seis meses anteriores (de maio a outubro de 2024), foi de mais de 1500%. A operadora romena é a mais visada.

Os dados do Portal da Queixa mostram que a categoria de Operadoras de TV, Net e Telefone Low-Cost registou um aumento significativo no número de reclamações nos últimos seis meses, período que marca o início de operações da operadora romena Digi, em Portugal. No mês da sua entrada, verificou-se um pico superior a 500% no volume de queixas, o que colocou a nova operadora no topo da lista de reclamações.

Entre novembro de 2024 e abril de 2025, a Digi Portugal foi responsável por 74.9% das reclamações. Seguem-se a Amigo (11.97%), a WOO (7.81%), a UZO (5.25%) e a Liga T (0.08%). 

Na origem das reclamações gerais contra as Operadoras de TV, Net e Telefone Low-Cost estiveram a falha e indisponibilidade do serviço (30.9% das queixas) e a falha na ativação e instalação do serviço, segundo motivo mais apontado (19.4% dos casos).

A motivar 12.4% das denúncias estiveram o erro de faturação e a dificuldade no pagamento. Já o atraso e não portabilidade foi a causa invocada em 11.1% das queixas e a falha de rede e cobertura (nacional e roaming) representou 10.85% das reclamações.

A falta de resposta no atendimento ao cliente foi o problema mencionado em 9.95% das ocorrências e a dificuldade na gestão de contratos e serviços pesou uma fatia de 3.54%.

De referir que 78.16% das reclamações dirigidas ao setor, nos últimos seis meses, foram apresentadas por homens, e que mais de 50% das reclamações são de consumidores entre 35-54 anos de idade (54,44%). Lisboa absorve 28.2% das reclamações, seguida do Porto com 19.6% e Setúbal (11.3%).

 

Recorde-se ainda que, durante o apagão nacional, a Digi foi a operadora móvel mais criticada pelos clientes, com falhas prolongadas e queixas a multiplicarem-se. No dia após o apagão (29 de abril), a Digi foi alvo de mais de 500 reclamações no Portal da Queixa. Foi ainda a última operadora a retomar os serviços de forma plena, deixando milhares de consumidores sem acesso a comunicações por mais de 24 a 48 horas consecutivas. 

 

 

 

“A entrada da Digi no mercado português veio dinamizar um segmento até então pouco explorado — o das telecomunicações low-cost — oferecendo uma alternativa de valor para os consumidores mais sensíveis ao preço. Contudo, os dados mostram que a marca não se preparou adequadamente para a avalanche de adesões que gerou, falhando na entrega de um serviço minimamente satisfatório a muitos dos seus novos clientes. A promessa de uma solução acessível e funcional saiu gorada para milhares de consumidores que hoje se sentem arrependidos com a mudança. A Digi tem potencial para se afirmar de forma sustentável em Portugal, mas precisa urgentemente de reforçar a sua estrutura, melhorar os seus processos e adotar uma postura de maior proximidade com os clientes, sob pena de ver a sua reputação colada a uma imagem de desorganização e má qualidade.”, analisou Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa by Consumers Trust.

 

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