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Entre os dias 1 de janeiro e 28 de maio, o Portal da Queixa registou um total de 3.886 reclamações relacionadas com burlas em compras online, sinalizando um crescimento preocupante deste fenómeno no contexto do comércio digital em Portugal.
A análise revela que o setor mais visado é o de Compras, Moda e Joalharia, responsável por 26,76% das queixas registadas. Seguem-se as categorias de Hotéis, Viagens e Turismo (17,42%) e Internet, Sites e Negócios (12,74%), demonstrando que a fraude digital afeta transversalmente vários segmentos do consumo.
Outro setor apontado por alegados casos de burla online é o da Entregas ao Domicílio com uma fatia de 9,83% das queixas. Também o setor Banca, Pagamentos e Investimentos foi envolvido em 8,62% dos casos denunciados.
Mulher entre os 35 e 44 anos é o perfil da vítima
Os dados revelam ainda que as mulheres são as mais afetadas, representando 58,13% das queixas. A faixa etária mais lesada é a dos 35 aos 44 anos, com 26,25% das reclamações, o que sugere uma maior exposição deste grupo às armadilhas online, muitas vezes camufladas em campanhas publicitárias nas redes sociais.
Em termos geográficos, os consumidores da Área Metropolitana de Lisboa lideram as queixas, com 29,62%, seguidos pelo Porto (18,84%) e Setúbal (10,50%).
Entre os milhares de relatos, destacam-se situações como a tentativa de burla com engenharia social: “Durante uma chamada telefónica, fui levada a fornecer dados pessoais sob o pretexto da emissão de um cartão de crédito Wizink. Não sou cliente, nem pretendo ser.”
Ou ainda burlas em redes sociais, como esta denúncia de publicidade enganosa no Facebook: “Comprei um produto anunciado como sendo uma dockstation da Samsung, mas recebi duas colunas de som baratas. Fui enganado.”
Há ainda casos de não entrega de produtos, como relata esta consumidora: “Comprei duas carteiras no Instagram, paguei por transferência, mas nunca recebi a encomenda.”
Para Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa, “a sofisticação das burlas digitais exige dos consumidores uma postura cada vez mais atenta. A partilha de experiências na nossa plataforma é essencial para prevenir novos casos e proteger o consumidor.”
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