Pingo Doce voltou a aceitar cartões bancários em compras inferiores a 20 euros

Descida das comissões cobradas pelos bancos motivou decisão da cadeia de supermercados.

Pingo Doce voltou a aceitar cartões bancários em compras inferiores a 20 euros

Os supermercados Pingo Doce voltaram a aceitar cartões bancários em compras inferiores a 20 euros, mais de dois anos depois de terem travado a utilização deste meio de pagamento devido às elevadas taxas cobradas pelos bancos aos retalhistas. A decisão foi comunicada aos clientes no dia 2 de Janeiro e acontece numa altura em que o Parlamento e o Conselho Europeu se preparam para aprovar uma nova regulamentação, que nivela as comissões interbancárias em 0,2% para os cartões de débito e em 0,3% para os cartões de crédito.

Tal como o PÚBLICO já noticiou, desde que estas novas regras estão a ser discutidas em Bruxelas, os bancos e as instituições financeiras que operam neste mercado já reduziram de forma substancial as comissões cobradas pelos pagamentos electrónicos.

Fonte oficial do grupo Jerónimo Martins, dono das 380 lojas Pingo Doce, explica que a decisão tomada em Setembro de 2012 prendeu-se “com os custos objectivamente excessivos relacionados com comissões bancárias que existiam até aqui”. A medida tinha um carácter temporário e seria revista assim que “estivessem reunidas as condições de contexto que o propiciassem”, continua. Com a descida das taxas agora concretizada a empresa volta a aceitar pagamentos com cartões seja qual for o montante das compras.

Em 2013, o Pingo Doce poupou cinco milhões de euros com a medida, que suscitou polémica acesa com a SIBS, empresa que detém o Multibanco, a alertar para o “retrocesso” que a decisão implicaria em termos de segurança e comodidade. Chegou-se a temer um “contágio” a outras cadeias de supermercados concorrentes, o que não veio a acontecer. Portugal é o segundo país da União Europeia onde mais se usa cartões de crédito e débito. Do total dos instrumentos de pagamento usados em 2010, que incluem também os cheques, débitos directos ou transferências, 68% das transacções foram feitas através de cartões, valor só superado pela Dinamarca onde o peso era de 69,2%. A média europeia era de 39%.

A decisão do Pingo Doce coincide com o acordo entre o Parlamento Europeu e o Conselho sobre a proposta de regulamentação das taxas interbancárias. O texto final ainda terá de ser formalmente aprovado pelas duas entidades, o que deverá acontecer no início deste ano.

Bruxelas sublinha que, actualmente, “os consumidores pagam para pagar” com cartões, através de “taxas interbancárias escondidas que os bancos impõem colectivamente aos comerciantes”. Por seu turno, os comerciantes repassam o custo para os consumidores, “levando a um aumento de preços”. Assim, a comissão acredita que a adopção destes tectos vai permitir ao grande comércio obtenha ganhos operacionais na ordem dos 3000 milhões de euros anuais, poupanças que deverão “ser repercutidas pelos comerciantes nos consumidores, através de preços de venda a retalho mais baixos”.

Quem não está de acordo com a adopção de tectos máximos é a banca que, para compensar as perdas (140 milhões de euros por ano em Portugal, segundo a Associação Portuguesa de Bancos) terá de aumentar as comissões aos clientes pela prestação de outros serviços.

 

 

Fonte:

http://www.publico.pt/economia/noticia/pingo-doce-voltou-a-aceitar-cartoes-bancarios-em-compras-inferiores-a-20-euros-1681253


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