Desde Outubro de 2020 que está a ser explorada numa casa particular, situada em zona de reserva nacional (RAN/REN), no Carrascalinho/Abris, concelho de Aljezur, uma creche/escola (“Story Forest”), sem qualquer licença de utilização para serviços ou comércio, assim como sem qualquer licença de funcionamento atribuída pelas entidades competentes a esta área de actividade.
Desde então, os moradores têm reclamado insistentemente junto de diversas entidades (Câmara Municipal de Aljezur, Ministério de Educação, Segurança Social, Direcção Regional dos Serviços Educativos do Algarve, ASAE e Provedoria da Justiça), para a reposição da legalidade urbanística, seja em relação ao uso habitacional, seja em relação às inúmeras estruturas instaladas neste local para exploração da mencionada “escola”.
A ilegalidade desta situação já foi confirmada por TODAS as entidades e já foram há muito ultrapassados os prazos legais estabelecidos para a cessação dessa actividade e reposição da legalidade urbanística. No entanto, a mesma persiste até à data, de forma diária (incluindo fins-de-semana, feriados nacionais obrigatórios e até algumas noites), traduzindo-se num afluxo constante de dezenas de viaturas, em ambos os sentidos, num acesso que não tem quaisquer condições para esse tipo de afluxo, visto tratar-se de um “caminho” (mal) preparado para o acesso à meia dúzia de habitações desse local.
É preciso explicar e reforçar que, para além da perda de qualidade de vida dos moradores, que são obrigados a conviver diariamente com esta actividade e com os níveis de ruído e poluição dela derivados, assim como da degradação do meio envolvente (que é RESERVA NACIONAL), verificando-se o abandono ao longo da via de lixo pelos condutores e frequentadores da “escola”, o estacionamento de dezenas de viaturas em terrenos particulares e na própria via, este afluxo intenso de viaturas coloca em sérios riscos, diariamente, a segurança rodoviária dos moradores no acesso às suas habitações: trata-se dum acesso de uma só via, íngreme, com várias curvas acentuadas, sem qualquer visibilidade e sem bermas, em que não há segurança para 2 carros se cruzarem no caminho (muito menos durante o tempo das chuvas e lamas).
Esta questão de segurança é ainda agravada pelo completo desrespeito da maior parte dos condutores que passam a velocidades de todo apropriadas a este tipo de local e acesso (60, 70, 80, 90 km/hora), nem no caso de se cruzarem com outra viatura em sentido contrário, nem em relação aos moradores que possam circular a pé ou de bicicleta no caminho (algo que tiveram de deixar de fazer). Estes debatem-se diariamente com o verdadeiro desafio de saírem ou regressarem às suas habitações… Além disso, as condições deste acesso, cada vez mais degradado com este movimento “anormal”, põem também em causa o estado de conservação das viaturas dos próprios moradores.
Apesar da completa ilegalidade, já confirmada, desta situação que persiste há DOIS ANOS até à presente data, e para completa perplexidade dos moradores, vem agora instalar-se na mesma residência que não tem qualquer licença de utilização para serviços ou comércio, mais uma "associação de ensino" (BRAVE GENERATION ACADEMY).
Os moradores interrogam-se se mais alguma entidade deverá ser envolvida (CCDR, ICNF, APA, Finanças, GNR….), de forma a pôr cobro de uma vez por todas a uma situação que se demonstra cada vez mais insustentável e não entendem como é que, com o pleno conhecimento de todos, estas actividades persistem de forma completamente ilegal e este estabelecimento não é, de uma vez por todas, compulsivamente encerrado.
Data de ocorrência: 8 de novembro 2022
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