Há um ano que me debato com um problema (presumivelmente) nas costas que me provoca dores persistentes no ombro direito e no pescoço, limitando-me a mobilidade do braço direito e, consequentemente, a prática de actividades físicas, elemento fundamental da minha rotina, para além do desconforto que me causa em diversas posições, incluindo a dormir. Este problema, apesar de vários exames realizados, incluindo radiografias e eco grafias, nunca foi diagnosticado. É real e limitador, apesar de contínuas observações, vagas e nunca clinicamente concretizadas, por parte do Prof. Vasco Maria, meu médico no Centro de Saúde de Alvalade, acerca da possibilidade de ser um problema nervoso, crónico e que poderia beneficiar de apoio psicológico. Acontece que sou seguido por um psicoterapeuta, mas não recorreria a um para resolver um problema desta natureza, esperando sim, que me fosse indicado pelo médico de família um especialista numa disciplina adequada ao meu problema e às dores que se manifestam de forma consistente e localizada. Nunca obtive uma resposta concreta do Prof. Vasco Maria, apenas suposições. Foi, com base em mais uma suposição, e recusando-se a prescrever-me uma ressonância magnética - apesar do desconforto persistentemente relatado, da iminência de um período de férias e do desespero relativo ao facto de os exames até agora serem inconclusivos e, por consequência, não existir uma terapêutica adoptada -, que me reencaminhou para a área de Reumatologia do Hospital de St.ª Maria, dando-me indicação de que poderia ter de esperar várias semanas pela marcação de uma consulta. Não é a 1ª vez que levo este problema ao Prof. Vasco Maria. Será a 4ª ou a 5ª. Na última consulta, não olhou sequer para todos os exames feitos ao longo de um ano, de forma a poder reflectir a sua posição e recolher o máximo número de elementos que me pudessem ajudar. Possui um elevado número de pacientes, decerto não tem capacidade para memorizar todos os dados e sintomas. Baseou o seu parecer apenas em informações introduzidas num computador, às quais eu não tenho acesso e cujo rigor será, portanto, discutível. Não tomou qualquer atitude sistematizada, desde o primeiro momento, nem se mostrou sensível ao prolongado quadro de dor. Agiu consoante o que lhe pareceu conveniente e de acordo com a sua observação superficial da situação, nunca no interesse do paciente e do seu bem-estar físico e psicológico, nem com especial atenção à necessidade de minimizar o sofrimento. Hoje receitou-me um anti-inflamatório, mesmo não existindo conclusões e mesmo sabendo que padeço de alguns problemas de estômago (razão pela qual acrescentou à receita um protector gástrico). Para atenuar a dor, na sua opinião. Sem exames conclusivos nem as respostas que, repito, procuro há um ano, com muitas horas despendidas e grande investimento económico em diversas terapias, dentro e fora do sistema público de saúde - fisioterapia, acupunctura, reiki e reflexologia. A meu ver, a inércia, a indiferença e a irresponsabilidade deste médico têm de ser denunciadas, pois colocam a saúde do paciente em cheque, ficando este impotente face ao seu estado presente e a possíveis desenvolvimentos futuros do seu problema. Se uma causa não é detectada, não significa que não existe, significa que não se procurou o suficiente, algo em que, declaradamente, este médico não acredita, não dando qualquer crédito ao seu paciente
João Andrade Madeira
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